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ENANI

Santa Cruz integra pesquisa nacional sobre nutrição infantil

Foto: Banco de Imagens

Santa Cruz do Sul concluiu a etapa de pesquisa de campo do segundo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani). No município, 50 coletas e entrevistas foram realizadas ao longo de 12 meses. O Enani é um estudo do Ministério da Saúde, coordenado nacionalmente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a colaboração da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e das universidades federais do Paraná (UFPR), do Pará (UFPA) e de Goiás (UFG). 

O coordenador estadual da pesquisa, Ernesto Saraiva, explica que o trabalho é amplo e alcançou cerca de 15 mil crianças no País. “O estudo incluiu 124 municípios brasileiros, entre eles as cidades gaúchas de Santa Cruz do Sul, Gravataí, Novo Hamburgo, Rio Grande, São Leopoldo, Viamão, Caxias do Sul, Pelotas e Porto Alegre”, explica. 

O objetivo é percorrer o País avaliando, em crianças de até 6 anos e suas mães, parâmetros relacionados a práticas de aleitamento materno, estado nutricional antropométrico, deficiências de micronutrientes e o consumo alimentar infantil em geral. Saraiva destaca a relevância da iniciativa, que tem capacidade de mapear a prevalência de insegurança alimentar domiciliar no Brasil, além de identificar desigualdades regionais e sociais nos indicadores de crescimento. “Futuramente, os resultados poderão subsidiar adaptações de cardápios em creches e escolinhas e orientar programas do Ministério da Saúde”, reforça.

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No Rio Grande do Sul, atuaram 22 profissionais e, em Santa Cruz, uma entrevistadora concluiu todas as visitas. O percurso do trabalho de campo, no entanto, nem sempre foi tranquilo. No município, a rotina foi de portas batidas, longas entrevistas e tentativas repetidas. 

Ernesto relatou muitas recusas por parte de famílias e episódios em que síndicos impediram a entrada de entrevistadores em condomínios. Também ocorreram casos em que mães agendaram a entrevista e, depois, desistiram a pedido de familiares. 

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Além disso, foram enfrentadas dificuldades logísticas causadas por chuvas, troca de equipes e desistências de entrevistadores. Mesmo assim, ele avaliou que, depois da divulgação da Gazeta do Sul, em junho, sobre a baixa adesão à pesquisa, houve uma sensível melhora.

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Abrangência das entrevistas

Os exames aplicados no Enani são extensos e vão além de um hemograma básico. Nas crianças, foram coletadas amostras destinadas a ferritina, zinco, essencial para crescimento e defesa imunológica, vitaminas A e B12, importantes para visão, crescimento e funções neurológicas, Alfa-1 e marcadores inflamatórios como glicoproteína ácida e proteína C reativa, que ajudam a interpretar níveis de micronutrientes em presença de inflamação. Nas mães, foi incluída, além dos exames citados, a dosagem de vitamina D. Combinados, esses parâmetros permitem identificar deficiências clínicas que nem sempre aparecem em exames rotineiros. Além disso, podem direcionar intervenções nutricionais e de saúde pública.

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Trabalho pode definir ações no futuro

Na primeira edição do Enani, em 2019, padrões preocupantes foram identificados, como o consumo excessivo de refrigerantes por crianças pequenas. “À época, encontramos crianças de 2 a 3 anos que consumiam, quase exclusivamente, refrigerantes”, alertou Saraiva. Sobre prazos, ele evitou previsões precisas, mas estimou que o conjunto de resultados nacionais deve estar pronto até 2027. 

Até lá, os dados coletados em Santa Cruz e nos demais municípios seguirão para o centro de pesquisa da UFRJ, onde serão consolidados e analisados de forma sigilosa, sob coordenação nacional do professor Gilberto Kac. A conclusão da fase de campo em Santa Cruz é apenas um passo.

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Ernesto repetiu sua avaliação da robustez metodológica do estudo. “Trabalhei 42 anos em pesquisa e não tinha visto nada tão detalhado e rico como este estudo”, afirmou. Ele ainda defendeu que o Enani tem potencial para orientar políticas públicas que realmente alcancem mães e crianças brasileiras. Para as famílias que participaram, os resultados individuais dos exames serão disponibilizados via WhatsApp, e-mail ou sistema de consulta.

Entenda

O Enani abrange crianças de até 6 anos (72 meses). A pesquisa é considerada uma das mais abrangentes já realizadas e por isso adota uma metodologia que visa proporcionar resultados seguros e de acordo com os parâmetros científicos. Os participantes são analisados em diferentes aspectos para que se possa atingir resultados com alto nível de confiança.

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