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CONVERSA SENTADA

A Amazônia é nossa, mas…

Vamos combinar. Nossa solitária arca azul está doente. É carga demais, os oceanos estão poluídos, os rios cada vez mais se apequenando, os cursos d’água se entregam num zás, bastam umas semanas sem chuva e já viram um lodaçal.

Se não fôssemos tão predadores, ainda assim a barca estaria com muitos problemas.

Não há mais noites.

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No Brasil e em alguns países vizinhos ainda há florestas. Em outras latitudes medram ainda “rain forests”.

Poder-se-ia dizer que vários países fizeram horrores com o meio ambiente. Criaram desertos, acabaram com seus cursos de água.

Agora: que sofram as consequências? Não é assim, não pode ser assim. Os danos estão aí, na maior parte irreversíveis. Não adianta alegar que os próprios Estados Unidos acabaram com várias raças e espécies. Não resolve dizer que a Europa só fez danos. Não resolve pensar: a mata amazônica é do Brasil e azar do guarda.

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A continuarem as queimadas na Amazônia, a Terra inteira vai sofrer graves consequências, temos que admitir.

Não gostei nem um pouquinho da arrogância do Biden levantando-se da cadeira e se ausentando quando o presidente brasileiro ia falar naquele encontro semana passada. Quem foi ofendido não foi Bolsonaro e sim os brasileiros.

Não tiro a razão de quem entenda que o Brasil tem que cobrar e bem caro para preservar a “Hiléia brasiliensis”. Acontece que estamos em desvantagem na discussão. Não adianta dizermos que os demais países que se virem. Meu receio são medidas graves que os poderosos poderão impor. O Brasil hoje só não está pior por causa do Agro. No Agro, somos primeiríssimo mundo. Não fôssemos nós os agricultores, os que plantam, os que põem comida na mesa tanto na nossa como na dos estrangeiros, a coisa seria muito mais feia.

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Temos que negociar, conversar, acertar as coisas com jeito.

Mas cada centímetro de nossa terra é sagrado e não se pode admitir controles externos. Isso é inegociável.

Bolsonaro não é nem nunca será um personagem afável, conquanto não se possa apontar nada em desabono à sua honra. Nem Lula se presta. Quem vai querer sentar à mesa com alguém cheio de processos?

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Nas minhas viagens por vários países em anos passados, o Brasil sempre era louvado e querido pela alegria de nossa gente. Nossa diplomacia era algo primoroso.

Hoje já há muito ressentimento contra nós.

Meu sonho é que o próximo presidente seja um homem que deu certo na vida, uma mulher que tenha sido um exemplo de parcimônia. Pessoa que pondere antes de falar. Que se rodeie de assessores experientes e sérios.

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