Foram entregues nessa segunda-feira, 1º, os primeiros trechos da duplicação da RSC-287, em Santa Cruz do Sul e Tabaí. Com um total de seis quilômetros de obras já concluídas, as atenções dos trabalhos, executados pela empresa Rota de Santa Maria por meio de concessão do governo do Estado, agora se concentrarão em outros pontos.

Contudo, mesmo nos trechos já finalizados, ainda há uma questão que preocupa os moradores lindeiros à rodovia: a regularização dos acessos a estradas e propriedades. Durante a cerimônia de entrega do trecho de Santa Cruz do Sul, uma cena chamou a atenção. Ari Trennepohl, que reside no trecho duplicado, se dirigiu diretamente ao governador Eduardo Leite (PSD) para relatar sua insatisfação com a situação.

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O ponto considerado crítico é entre os quilômetros 102 e 104, se referindo ao acesso a uma estrada vicinal como um “cotovelo”. Ele pediu providências para evitar que aconteça uma tragédia. “A cidade foi dividida em duas. Os moradores que há mais de 50 anos moram ali estão manobrando os veículos sobre a pista”, relata Trennepohl. Segundo o morador, a concessionária alega que o problema compete ao governo do Estado, devido a questões contratuais. Porém, o poder público manifesta o contrário.

Leite intercedeu, junto ao diretor-geral da Rota de Santa Maria, Leandro Conterato, explicando que está sendo desenvolvido um projeto de regularização dos acessos, que deverá ingressar na Secretaria de Parcerias e Concessões até a metade de setembro. “Vamos olhar isso aí. Vai ser resolvido, às vezes demora um pouquinho mais”, tranquilizou o governador.

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Após o diálogo com o morador, Leite, em coletiva de imprensa, confirmou que os casos estão sendo acompanhados pelo governo do Estado. “A gente não tem como fazer uma omelete sem quebrar os ovos. A gente está fazendo uma obra, a obra vai gerar incômodos e transtornos, mas com diálogos eles vão sendo contornados e ajustados”, garantiu o governador.

“É claro que a gente não pode fazer pontos de retorno e acessos em todos os lugares, porque, se não, a rodovia fica caótica. Isso às vezes infere interesses específicos: o pessoal quer ter o retorno ou o ponto de acesso exatamente naquele mesmo ponto que habitualmente estava. Só que agora é uma rodovia que vai ser duplicada, então não dá para ter pontos de entrada e saída de veículos a cada 50, 100 metros, 500 metros. Você tem que ajustar isso”, reforçou Eduardo Leite. “Eu tenho certeza que, ao longo da implementação das soluções da duplicação, isso vai sendo resolvido.”

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Demanda antiga

O secretário de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi, que também participou do ato, confirmou que os projetos de regularização dos acessos são apresentados pela concessionária. Por sua vez, o Estado financiará esse processo para os moradores e empreendedores afetados. Conforme o titular da pasta, o objetivo é garantir a segurança às pessoas que trafegam e que residem à beira da rodovia, citando como exemplo o trecho urbano de Tabaí, onde houve uma discussão com a Prefeitura e a comunidade.

A questão dos acessos já era uma demanda que há tempos gerava dúvidas e insatisfação por parte dos moradores das margens da RSC-287. Em reunião com lideranças locais e representantes da Rota de Santa Maria, em junho, o Ministério Público pediu urgência para a regularização, uma vez que há mais de 2 mil acessos no trecho sob concessão, entre Tabaí e Santa Maria. Àquela altura, os avanços eram considerados insuficientes, o que reforçou a sensação de insatisfação.

Colaboraram Ricardo Gais e Vanessa Behling

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