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CRESCIMENTO

Agronegócio impulsiona aumento do PIB do Brasil

Foto: Banco de Imagens/Gazeta do Sul

Agronegócio impulsiona aumento do PIB do Brasil

Commodities tiveram grande desempenho na média nacional, representando crescimento superior ao do PIB brasileiro em 2023

O Brasil começou o ano cheio de incertezas na área econômica, sobretudo em virtude da forte polarização política das eleições de outubro de 2022. A troca do comando do País gerou dúvidas sobre quais seriam os rumos, ao ponto de fazer com que os analistas projetassem um crescimento de 0,9% para 2023. O agronegócio e uma série de fatores, internos e externos, fizeram com que o pessimismo fosse transformado em um realismo satisfatório. O Produto Interno Bruto (PIB) deve fechar entre 2,9 e 3,1%, fazendo com que o País volte a figurar entre as dez economias mundiais, superando o Canadá.

Internamente, fala-se em 2,9% de crescimento, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula que 2023 possa encerrar com o PIB nominal de US$ 2,13 trilhões. Em 2022, o País estava em 11º. A expectativa mundial é de que, até 2026, os brasileiros subam mais uma posição, tornando-se a oitava maior economia do planeta.

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A economista Cíntia Agostini reforça que o Brasil deu passos importantes para alavancar o crescimento, como as aprovações do arcabouço fiscal e da reforma tributária, além do trabalho do governo federal na busca da qualificação da arrecadação, além da quantidade. “Mas precisa fazer um movimento forte para olhar para seus custos e suas despesas. É preciso fazer bem feito, olhar para a gestão pública de forma eficiente e isso ainda precisa melhorar muito”, reforça.

Sobre o que explica o desempenho positivo nacional, ela entende que houve retomada dos serviços e do comércio, que ainda sofriam as consequências da pandemia. Ressalta, porém, que o destaque são as commodities, que o Brasil exporta em larga escala. O setor, mesmo tendo arrefecido no terceiro trimestre, ainda soma 18,1% de crescimento no ano. “No Rio Grande do Sul sentimos menos esse desempenho, porque fomos muito afetados por seca, depois por enchentes, que ainda devem aparecer nos números, infelizmente”, explica.

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Tudo isso é resultado de uma inflação menor – ficou abaixo dos 5%. Nos anos anteriores estava alta, pressionando os preços e tornando as pessoas mais pobres e com menor poder aquisitivo. Além disso, houve questões externas como os reveses da China com a pandemia e a alta da inflação no mundo, com maiores taxas de juros. “Entramos em uma crise vinculada à disponibilidade de alguns produtos, no pós-pandemia, e o processo da guerra na Ucrânia. O mundo segurou o crescimento, com aumento das taxas de juros, o que torna o dinheiro mais caro e gera menos investimento”, completa Cíntia.

Fiergs projeta recuperação no Estado

O ano de 2023 encerra-se com expectativas de crescimento diferentes para as economias do Brasil e do Rio Grande do Sul. Enquanto no País a previsão de alta para o PIB, que era de 0,9% no fim de 2022, foi superada e deve se confirmar em 2,9%, no Estado o avanço previsto é de 2,5%. Já para 2024, diante de um cenário de incertezas, a Federação das Indústrias do Estado Fiergs) prevê elevações de 1,5% no Brasil e de 4,7% no Rio Grande do Sul.

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Essas foram as projeções apresentadas durante a entrevista coletiva Balanço 2023 & Perspectivas 2024, na Fiergs. “A função do governo é fazer com que sobrem recursos para aplicar, e não trabalhar sempre no negativo, causando aumento da dívida pública ou da carga tributária”, disse o presidente Gilberto Porcello Petry, ao comentar as incertezas que preocupam os empresários e afugentam os investimentos. Ele reconhece que 2023 está sendo um ano difícil também em função da questão climática.

Outro ponto destacado pelo presidente e que gerou preocupação e incerteza foi a possibilidade de elevação da alíquota básica do ICMS de 17% para 19,5%. Essa proposta foi retirada pelo governador da pauta da Assembleia.

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No Rio Grande do Sul, a boa safra de grãos esperada para 2023 sofreu os impactos da estiagem no início do ano. Porém, devido à seca ter sido menos intensa que a verificada no ano anterior, a agropecuária deve apresentar crescimento expressivo neste ano. Conforme análise da Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da Fiergs, a indústria teve reflexos de uma conjuntura desfavorável que combinou juros altos e baixa confiança dos empresários.

Segundo o economista-chefe da Fiergs, Giovani Baggio, dentro do cenário interno, o pouco comprometimento do governo com as contas públicas é um fator de muitas dúvidas e afeta a trajetória dos juros.

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Ações antecipadas na economia nacional garantem a retomada

O Brasil, afirma Cíntia Agostini, fez o dever de casa para garantir uma recuperação mais rápida na economia. “Quando aumentou a taxa de juros, o mundo desestimulou o crescimento econômico. Nós tínhamos feito isso antes, ainda no governo passado, e isso foi positivo agora”, explica. Para ela, o mundo cresceu menos em 2023 porque houve um movimento mais tardio em relação ao que o Brasil já havia feito. “Quando, na pandemia, injetou-se dinheiro para incentivar o consumo, gerou indisponibilidade de produto, o que resultou em aumento de preço e inflação. Para conter, aumenta o juro, torna o dinheiro mais caro e resulta em menos investimento”, observa.

A projeção de um crescimento menor no Brasil, no comparativo à sua economia e ao restante do mundo, ainda que negativa, é considerada positiva porque a inflação também tende a ser diminuída. Assim, não desenvolverá tanto porque o boom já foi em 2023, com investimento em lazer e turismo; dinâmica econômica e taxa de juros em redução, entre outras ações. A perspectiva, porém, é de que seja mantida a evolução, pelo menos até a metade do próximo ano, adequando-se os aspectos internos e externos.

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O economista Silvio Arend acrescenta acreditar que a projeção de crescimento no próximo ano pode fazer com que o Brasil caia para a 10ª posição, ainda à frente da Rússia, mas sendo ultrapassado pelo Canadá. “É preciso ressaltar que o tamanho absoluto de uma economia, medido pelo seu PIB, não é por si só indicador de desenvolvimento”, frisa. Arend reforça que é preciso considerar como essa produção é distribuída pela população. Geralmente, o cálculo feito é a relação com quanto cada habitante teria contribuído para a produção, o que chega ao PIB per capita. “Nesse quesito, continuamos mal, apesar da diminuição do índice de desigualdade na última década, mas com concentração no passado recente”, acrescenta.

A distribuição de renda, que mostra a condição vivida pelos cidadãos, é calculada por meio do coeficiente de Gini. Quanto mais aproxima-se de 1, mais concentrada é a renda, e, quanto mais próximo de 0, melhor é distribuída. “No início dos anos 2000, o Gini da renda era de quase 0,6, baixando gradativamente para um patamar próximo de 0,5”, relembra Arend. Essa característica de má distribuição de renda entre a população faz com que o Brasil seja um país com crescimento e rico, mas com sua população empobrecida. O desafio, aponta Arend, é incluir uma parcela muito grande da população no resultado dessa produção. O Gini nacional caiu para 0,518 em 2022, sendo o menor da série histórica do IBGE.

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