Mulheres unidas em prol de potencializar o trabalho voltado para vítimas de violência doméstica. Esse é o objetivo das Amigas da Deam, um projeto que capacita empresárias e reúne contribuições financeiras destinadas para melhorias na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Santa Cruz do Sul.
O ponto no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), na Avenida Deputado Euclydes Nicolau Kliemann, 1515, Bairro Arroio Grande, recebe diariamente várias vítimas. É nesse local que se concentram as denúncias dos agressores e os registros de boletins de ocorrência para iniciar o processo judicial e garantir medidas protetivas. Além disso, também é um espaço para que as mulheres se informem sobre seus direitos.
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A ideia inicial era de tornar o ambiente mais humanizado, oferecer conforto para aquela vítima além do atendimento comum. Um desejo pessoal de Ariane Novello, de 40 anos, proprietária da empresa Ariane Novello Beauty Clinic, e que foi vítima de violência doméstica em um antigo relacionamento. Junto com a comissária Camila Pavani e a delegada Raquel Schneider, ela começou a unir pessoas que também se solidarizaram com a ideia de acolher as mulheres.
Hoje são cerca de 30 empresárias que contribuem com um valor mensal de, no mínimo, R$ 50,00. O recurso é revertido em melhorias na Deam. “Conseguimos colocar um filtro de água, café e bolachas para elas. Às vezes, muitas mulheres chegam sem nada, fugidas de casa. Então, conseguimos organizar o banheiro com um trocador para bebês e tudo para podermos oferecer um ambiente o mais acolhedor possível”, conta Ariane.
Aprofundamento na causa
As contribuintes auxiliam a delegacia e incentivam que outras pessoas busquem saber sobre o tema. Cada participante possui uma placa para expor em seu estabelecimento. “Ela é exibida no estabelecimento como símbolo de acolhimento e segurança. Ao aderirem, essas mulheres também firmam uma parceria de solidariedade”, explica a delegada Raquel Schneider, responsável pela Deam.
Esse item foi motivador para que muitas mulheres compartilhassem as vivências nas empresas. “Trabalho há 20 anos na área da beleza e já escutei muitas situações. Elas têm vergonha de ir adiante. Já temos alguns casos de pessoas que viram a plaquinha em outras empresas aqui do grupo e foram acolhidas”, conta Ariane.
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Por isso, o projeto também foca em oferecer às empresas parceiras um treinamento de como acolher e como direcionar casos que podem ser relatados nos estabelecimentos, vindos tanto de clientes como da própria equipe. “Essas empresárias recebem treinamento para identificar sinais de violência e orientar as vítimas com empatia e responsabilidade”, comenta a delegada. Da mesma forma, as parceiras também realizam um novo movimento há cerca de dois meses: os encontros de um grupo de acolhimento.
“Elas têm a oportunidade de falar um pouco a respeito daquilo que estão passando. As psicólogas parceiras estão ali, intermediando a conversa”, salienta Ariane. No dia 7 de agosto, aniversário da Lei Maria da Penha, o grupo pretende realizar um movimento ao ar livre com todas as empresas participantes para despertar a consciência sobre as formas de violência.
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Participantes
- Ariane Novello Beauty Clinic
- Toys Toy Brinquedos
- Thais Rediske Nail Spa
- Jaqueline Barboza
- Clínica Saint Gallen
- Arya Training
- Clínica Adler
- Mai-co
- Debora Maggi
- Liberte Clínica
- Clínica Lakshmi
- Puchullu
- Mariana Rocha
- Benzee
- KLINIK
- Tania Bodua
- Michele Dummer
- Agência Gana
- Marlisa Pereira
- Vanessa Rauber
- Contraforma Arquitetura
- Fernanda Sontag – Nutricionista
- Coconut
- Sandra Lepsen
- Rosineia Gross
- Comércio de Bebidas Kohl
- Neocore
- Tamires Kroth Brand
- Daniela Schaefer