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MEMÓRIA

Antigas correspondências contam detalhes da vida dura na colônia

Foto: Banco de Imagens/Gazeta do Sul

Colonos passavam dificuldades na abertura e na manutenção de estradas e picadas

Na coluna anterior, publicamos parte de uma carta que o imigrante Adam Claas enviou, de Rio Pardinho, para familiares na Alemanha, em 1909. Pessoa observadora, ele procurava esclarecer dúvidas que os parentes na Europa tinham em relação à vida no interior de Santa Cruz.

As antigas correspondências, muitas preservadas em museus, fornecem informações preciosas sobre a nossa terra no final do século 19 e no início do século 20. Em fevereiro de 1895, Adam falou sobre a Picada Rio Pardinho, onde ele residia. A localidade, que hoje é distrito, na época estendia-se até a região de Sinimbu. Disse que lá existiam oito prédios comerciais, que adquiriam toda a produção dos colonos. Estes armazéns também abasteciam as famílias com o que não era produzido nas propriedades.

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Antigos moradores mantinham os parentes na Alemanha informados

Havia quatro moinhos movidos com água; quatro serrarias, duas olarias, duas cervejarias e seis alambiques. Explicou que cada colono tinha uma carroça pequena para levar seus produtos até os comerciantes. “Estes têm um par de carroções fortes e transportam nossos produtos até a ferrovia, que fica na vila”. Diz que as estradas são muito ruins e que não são construídas como na Alemanha. “O governo não faz nada sobre elas. Os colonos arrumam do jeito que dá, mas na primeira chuva o trabalho é perdido”.

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Contou que existiam na região duas escolas evangélicas e uma católica. “Nossa igreja ganhou seu sino em abril de 1894”. E acrescentou: “A tia do meu açogueiro morreu em agosto e foi a primeira a descansar com os sinos”. Disse que por aqui existem frutas muito gostosas e que os melões se espalham pela terra como abóboras.

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A importância das cartas fica evidente no final da correspondência. Adam destaca que a última carta que veio da Alemanha foi lida por todos os parentes e conhecidos que moram na picada. “O único que ainda não leu foi o cunhado Holz, que se mudou para a Picada Ferraz. Ele está a seis horas de distância de nós. Quero visitá-lo na próxima semana e dar-lhe sua carta para ler”.

Colaborou: Fernando Hennig/Caffehaus Sinimbu

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