A Brigada Militar, através de seus núcleos de inteligência e demais setores internos, trabalha para desarticular as ações de uma facção criminosa instalada no Vale do Rio Pardo. Em ação realizada na noite da última sexta-feira, em uma propriedade rural no Bairro Santa Tecla, em Venâncio Aires, os policiais encontraram uma expressiva quantidade de armas e material bélico.
Entre os objetos apreendidos estão três fuzis, pistolas, munições, carregadores de armas, um celular e uma porção de 18 gramas de maconha, além de uma balança de precisão. A guarnição chegou ao local após receber informações de que um homem estava guardando o material.
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Os policiais localizaram a maconha e começaram a fazer buscas na residência. Um colete com placas balísticas encontrado em um guarda-roupas levantou suspeitas e motivou a procura por novas evidências. No forro da casa, a guarnição achou uma pistola carregada. Ainda havia cobertores que escondiam as armas de grosso calibre e caixas de sapato com munições e os carregadores apreendidos.
O homem responsável recebeu voz de prisão por posse ilegal de arma de fogo. Ele foi encaminhado à UPA para laudo médico e à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante. O suspeito foi levado à Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva).
A prisão serviu de alerta para as forças de segurança. O comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM), Cristiano Marconatto, salientou que a Brigada Militar tem indícios de que existem outros lugares com armazenamento de armas e drogas para facções criminosas. “Há informações de vários locais da região onde pessoas armazenam drogas e armas para facções criminosas. Nosso trabalho de inteligência busca mapear e identificar esses locais”, informou.
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Sobre a ação de sexta-feira, Marconatto confirmou que o material apreendido pertence a uma facção instalada em Venâncio. O município, segundo ele, é visto como um ponto estratégico para a organização criminosa, por interligar as duas regiões onde existem ramificações do grupo.
Homem era remunerado para guardar armas
Marconatto confirmou que o morador recebia um aluguel para armazenar o material apreendido. Segundo ele, esse tipo de situação vem ocorrendo com frequência. “Existe uma praxe da organização criminosa em fazer o armazenamento de armas e drogas em residências de pessoas aleatórias que, em tese, não chamam a atenção.”
Em alguns casos, explica, os criminosos pagam aluguel para quem guarda armas e drogas. “Em outras, fazem uma espécie de troca, considerando que a pessoa que cede o imóvel consome drogas. Também há casos em que os criminosos ameaçam e obrigam as pessoas a guardarem o material ilícito para eles.”
O comandante observou ainda que foram apreendidos três fuzis 556, que são armas utilizadas em guerras, e pistolas de uso restrito, todos armamentos que não são fabricados no Brasil.
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“São armas usadas para ações criminosas complexas e mais severas. Essas armas entram pelas fronteiras do Brasil. Necessitamos de uma política pública e um maior controle de fronteira para evitar que esse armamento continue ingressando em nosso país”, salientou.
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