O Dia dos Pais, que se comemora daqui a dois dias no Brasil, nem de longe possui a repercussão do Dia das Mães, o que é compreensível. As mulheres estão em alta, todos os dias, em todos os segmentos, comprovando uma injustiça histórica por décadas mundo afora.
Inúmeros “territórios” controlados por homens, hoje, estão sob a égide feminina. Na parte materna, os méritos são indiscutíveis. Elas carregam, durante nove meses, não apenas uma vida nova no ventre, mas o fardo de dupla ou tripla jornada imposta pela vida moderna. Elas se dividem em atividades “jogando nas onze”, como mães, profissionais, provedoras e inúmeras outras funções.
Voltando a nós, pais, já estamos adaptados à ideia de compartilhar as obrigações outrora inimagináveis, como trocar fraldas, levar e buscar os filhos na escola, participar das consultas médicas, chorar na hora das vacinas da gurizada e tantas outras tarefas dolorosas, mas que é preciso partilhar.
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Sou pai de um casal de filhos adultos – de 28 e 30 anos –, com os quais mantenho uma relação intensa e diária, mesmo à distância. Apesar da funcionalidade do WhatsApp, não dispenso ligações telefônicas com certa frequência. Basta ouvir a voz dos denominados “herdeiros dos meus boletos” para detectar alguma anormalidade, aflição, ansiedade ou, vez por outra, facetas de bom humor. O tom é revelador. Acredito que muitos leitores têm a mesma capacidade de detecção.
Modéstia à parte sempre me considerei um pai participativo, desde a descoberta de que Laura e Henrique viriam ao mundo. Ao longo dos nove meses estive em todas as consultas do pré-natal, curti com emoção às ecografias que na época eram o “suprassumo” da tecnologia, muito diferente dos requintes que temos hoje. Acompanhei presencialmente as dores do parto da minha esposa, segurando sua mão e, garanto, sem desmaiar na hora dos nascimentos e dos gemidos comuns nesses momentos únicos.
Apoiar, ouvir, estimular, advertir, compartilhar e mostrar orgulho são verbos que os pais deveriam conjugar ao longo da trajetória dos filhos. Mesmo nos momentos onde a vida apronta armadilhas impensáveis é preciso respirar fundo, refletir e lembrar, sempre, que o bem-estar dos filhos está sempre em primeiro lugar.
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Quando “estreei” na função de pai, me questionaram sobre qual era o sentimento. De pronto respondi:
– É uma emoção única, intensa e incapaz de ser definida em palavras. Somente vivenciando este momento é possível ter a perfeita noção do turbilhão de sentimentos extremos que nos invade.
As separações não são empecilhos para manter os laços. Servem para compartilhar momentos e aprender com a gurizada. Recorro a eles para ouvir opiniões diferentes, mais arejadas, despojadas e simples.
Aprender com os filhos: isso não tem preço!
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