Dor nas articulações, rigidez e dificuldade de se movimentar estão entre os sintomas mais comuns quando o assunto é doença articular. Mas, apesar de frequentemente confundidas, artrite e artrose são problemas diferentes — e entender essa diferença é essencial para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz. Para esclarecer o tema, ouvimos a médica reumatologista Camila Schäfer, da Saint Gallen – Ações e Terapias em Saúde.

O que é artrite?
A artrite é um processo inflamatório que acomete as articulações. Pode ter diversas causas, incluindo doenças autoimunes, infecções, pós-trauma ou até reações metabólicas. O tipo mais comum é a artrite reumatoide, uma condição autoimune crônica em que o sistema imunológico passa a atacar estruturas do próprio corpo, principalmente as articulações das mãos, punhos e pés.
Segundo a reumatologista Camila Schäfer, “a artrite é marcada pela inflamação ativa: calor, vermelhidão, inchaço, dor e redução do movimento da articulação. Sem tratamento adequado, pode causar deformidades e perda funcional.”
A artrite pode surgir em adultos jovens, mulheres em idade fértil e até em crianças, no caso da artrite idiopática juvenil.
O que é artrose?
Já a artrose — também conhecida como osteoartrite — é uma doença degenerativa, resultado do desgaste da cartilagem que protege as articulações. Acomete principalmente joelhos, quadris, coluna e mãos, sendo mais comum após os 50 anos.
Diferente da artrite, a artrose não é uma inflamação primária, mas sim uma consequência do tempo, do uso excessivo das articulação e de fatores como obesidade, sedentarismo, fraqueza muscular ou histórico de trauma articular.
A reumatologista Camila Schäfer explica que “a artrose envolve desgaste da articulação. É dor mecânica, que piora ao longo do dia e melhora com repouso. Embora possa haver episódios de inflamação, sua base é degenerativa.”
Causas e fatores de risco
Artrite
- Doenças autoimunes (como artrite reumatoide e lúpus)
- Infecções virais
- Pós-trauma
- Fatores genéticos
- Alterações metabólicas
Artrose
- Envelhecimento natural da articulação
- Sobrecarga articular
- Obesidade
- Sedentarismo
- Lesões musculoesqueléticas prévias
Sintomas: como diferenciar?
Na artrite:
- Inchaço visível
- Calor e vermelhidão
- Dor ao movimento e, às vezes, mesmo em repouso
- Fadiga e sintomas sistêmicos em alguns casos
Na artrose:
- Dor que piora ao longo do dia
- Redução de mobilidade
- Rigidez matinal curta
- Deformidade gradual
É possível prevenir?
Embora algumas causas não possam ser evitadas, como predisposição genética, é possível reduzir o risco e retardar a progressão das duas doenças.
Prevenção para artrite:
- Cessar tabagismo
- Manter peso adequado
- Identificar e tratar doenças autoimunes precocemente
- Hábitos alimentares saudáveis
Prevenção para artrose:
- Fortalecimento muscular
- Prática regular de atividade física
- Controle do peso
- Evitar sobrecarga articular e movimentos repetitivos
- Atenção à ergonomia no ambiente de trabalho
A reumatologista reforça que “um dos maiores fatores de proteção é o movimento. Exercícios orientados preservam as articulações, melhoram a dor e são essenciais no tratamento de qualquer doença reumática.”
Tratamentos: como funciona cada um?
Artrite (incluindo artrite reumatoide):
- Anti-inflamatórios
- Corticoides em casos específicos
- Fármacos modificadores da doença (DMARDs) e imunobiológicos para doenças autoimunes, como artrite reumatoide
- Fisioterapia e atividade física regular
- Acompanhamento contínuo com reumatologista
Artrose:
- Analgésicos e anti-inflamatórios
- Fisioterapia
- Exercícios de fortalecimento muscular
- Perda de peso
- Infiltrações (em casos selecionados)
- Cirurgia (artroplastia) em estágios avançados
A reumatologista Camila Schäfer destaca: “Cada paciente é único. O tratamento é totalmente individualizado e, quando iniciado precocemente, evita danos irreversíveis e devolve qualidade de vida.”
Saint Gallen: referência no cuidado das doenças reumáticas
A Saint Gallen – Ações e Terapias em Saúde conta com um Núcleo especializado em Doenças Autoimunes e Reumatológicas, reunindo equipe multidisciplinar, estrutura moderna e acesso a tratamentos avançados, incluindo imunobiológicos e terapias infusionais.
O núcleo atua de forma integrada com médicos reumatologistas, farmacêuticos, enfermeiros e equipe multiprofissional para garantir segurança, acolhimento e acompanhamento contínuo aos pacientes.
“Nosso objetivo é oferecer diagnóstico preciso, tratamento adequado e suporte completo para que o paciente tenha qualidade de vida e autonomia,” finaliza a reumatologista Camila Schäfer.