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SUPERAÇÃO

Atleta que sobreviveu a acidente com equipe de remo de Pelotas mantém sonho olímpico

Foto: Rodrigo Assmann

João Pedro foi o único sobrevivente do acidente com equipe de remo de Pelotas

João Pedro Milgarejo, 18 anos, nasceu em Rio Grande, mas mudou-se com a mãe e a avó para Pelotas, onde estuda e alimenta seu sonho. Parece uma história de um jovem qualquer, mas é a de um atleta que ainda tem viva na memória a tragédia da qual foi o único sobrevivente e que abalou o País em outubro do ano passado. 

João Pedro viu as vidas de seus sete colegas de equipe e de seu técnico serem ceifadas em um acidente envolvendo a van em que estavam. Integrantes da equipe de remo do projeto Remar para o Futuro, eles voltavam de São Paulo após participarem do Campeonato Brasileiro Unificado na raia olímpica da Universidade de São Paulo. O time ficou em 6º lugar no geral e ganhou sete medalhas. O acidente aconteceu em Guaratuba, no Paraná.

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Apesar de alguns problemas decorrentes do acidente, João Pedro não desistiu. Em meio aos estudos e à recuperação do acidente, o atleta seguiu integrando o clube no qual iniciou sua trajetória aos 14 anos. O jovem treina diariamente e sonha em chegar à disputa de uma Olimpíada. 

Compartilhou sua história de superação e de vida de atleta de um clube que enfrenta inúmeros desafios. Ele participou do 24º Congresso Gaúcho de Clubes realizado em Santa Cruz do Sul de sexta-feira até esse domingo. A Gazeta do Sul conversou com João Pedro, confira:

ENTREVISTA – João Pedro Milgarejo, atleta

  • Gazeta do Sul – Como está essa tua nova fase agora? Tudo o que viveu já ficou para trás? João Pedro – Para mim foi uma fase difícil, e ainda está sendo bem difícil. Ainda não caiu a ficha completamente de que eles se foram. E eu não sei como estou lidando com isso. Mas sempre penso muito no meu treinador, de tudo que ele me falava: ‘tu é um cara dedicado, importante para todo mundo, faz todo mundo rir, se divertir’. E lembrar disso me dá muitas forças para continuar, para pensar que ele, lá de cima, está muito orgulhoso de mim, por ter continuado tudo que ele deixou para o remo e também para mim, como legado. Então, foi uma escolha minha continuar remando. 
  • E como é para você, depois de tudo o que passou, das dificuldades que supera todo dia, saber que muitos se inspiram em você? Eu acho que isso também me dá força, saber que as pessoas se inspiram em mim. Me dá mais vontade de continuar treinando, para dar mais inspiração às pessoas que passam por alguma situação semelhante a que eu passei, para entender que nem tudo acabou, para ver que dá para continuar e ter força. 
  • Depois de quase dez meses do acidente, como está sua rotina? Já voltou a competir? Eu tive sangramento na pleura e um sangramento no olho, mas não interferiu na minha visão. Treino de segunda a sábado no clube. Estudo de manhã e treino à tarde. E já competi no Estadual, no dia 19 de julho, em Porto Alegre. Fiquei em primeiro e em terceiro lugar. E também participei de uma competição de powerlifting, pois faço outros esportes, como corrida, musculação, call scoutter, modalidades em que eu não me machuque. 
  • E no clube, como é que está a reestruturação? A gente está conseguindo se reestruturar devagar. Tivemos umas quebras de barco, o que nos prejudicou muito. Hoje, por exemplo, estou sem barco para competir. Mas em questão de atletas, depois do acidente, entrou uma remessa de cerca de 30 novos. É uma coisa muito boa, inclusive já estão se destacando. Nesse estadual do dia 19, ganharam muitas medalhas de ouro. Então está vindo uma equipe bem forte agora de novo. 
  • Você acha que o acidente trouxe visibilidade para o remo? Sim, acho que muita gente nem sabia do que se tratava. Hoje em dia já tem uma visão, um carinho e procuram saber mais sobre o remo. Antes do acidente, ninguém sabia. Apesar da nossa boa colocação, talvez a equipe teria obtido alguma visibilidade mais local pelo desempenho. Depois do acidente, todo mundo ficou sabendo da nossa vitória. E o esporte começou a ser visto com outros olhos.
  • E a tua expectativa para a vida? É seguir no esporte, seguir no remo? Sim. Quero ter patrocínios, talvez migrar para outro clube, conseguir ajudar minha mãe, minha avó, o que muito me motiva. E, claro, minha expectativa é chegar nas Olimpíadas. É um sonho muito grande, chegar lá um dia. Trabalho e dedicação não vão faltar.”

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