Desde maio de 2024, os aviões Cessna Grand Caravan da companhia Azul deixaram de pousar e decolar no Aeroporto Luiz Beck da Silva, localizado em Linha Santa Cruz. Na ocasião, a suspensão foi motivada pela enchente que alagou o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, já que a rota conectava Santa Cruz do Sul à capital gaúcha. Passado um ano, a companhia aérea ainda não apresenta previsão de retomada das operações no município. Nesta quarta-feira, 28, a Azul protocolou o pedido de Chapter 11, equivalente à recuperação judicial, na Justiça dos Estados Unidos.
A reportagem do Portal Gaz entrou em contato com a empresa nesta semana, que, por meio de assessoria de imprensa, desde outubro do ano passado limita-se a responder com uma nota padrão: “Como empresa competitiva, a Azul segue atenta ao mercado e avalia constantemente as possibilidades de incremento de sua malha. No entanto, neste momento, ainda não há previsão de retorno das operações da companhia em Santa Cruz do Sul”.
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A ampliação da malha aérea com voos operados pela Azul, implementada em agosto de 2021, foi um marco importante para o desenvolvimento regional, colocando Santa Cruz no radar de empresas e investidores. No entanto, a falta de informações claras sobre o futuro da operação gera incerteza entre os usuários dos serviços, que dependem tanto do transporte de passageiros quanto do envio de cargas.
Em abril deste ano, em entrevista ao Gaz, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Leonel Garibaldi, afirmou que a Prefeitura segue buscando esclarecimentos junto ao Estado e à companhia aérea. O objetivo é negociar o restabelecimento da rota e encontrar alternativas viáveis para a retomada da conectividade aérea da cidade.
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Um possível cancelamento definitivo dos voos poderá ter impacto negativo significativo na economia local, afetando também o turismo. Garibaldi destacou que a ausência da rota aérea compromete a mobilidade da população e dificulta o acesso de turistas à região.
Diante desse cenário, a principal estratégia da Prefeitura é manter o diálogo com a Azul, mas a administração municipal não descarta buscar outras companhias aéreas para operar no Aeroporto Luiz Beck da Silva.
Recuperação judicial
A companhia aérea Azul protocolou nesta quarta-feira, 28, um pedido de proteção judicial nos Estados Unidos sob o Chapter 11, mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil. A medida já era esperada pelo mercado, em razão das dificuldades enfrentadas recentemente pela empresa para captar recursos e renegociar compromissos financeiros.
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De acordo com comunicado oficial, o processo inclui cerca de US$ 1,6 bilhão em financiamento durante a reestruturação, além da eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas. A Azul também projeta receber até US$ 950 milhões em novos investimentos ao final do processo.
Entre as três principais companhias aéreas que operam no Brasil, a Azul era a única que ainda não havia recorrido ao Chapter 11. A Latam utilizou o recurso durante a pandemia e concluiu sua recuperação em 2022. Já a Gol fez o mesmo no início de 2024, com previsão de encerramento do processo ainda em junho.
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