Taxistas de luxo. Foi esta a definição encontrada pelo presidente da Associação Civil Corpo de Bombeiros Voluntários de Sobradinho, Gerson Schirmer, para falar da situação atual da corporação. O excesso de pedidos para remoção de pacientes nos últimos meses, muitas vezes sem a devida necessidade, obrigou a entidade a tomar medidas, tornando os critérios para atendimento mais rigorosos na região.

Em entrevista ao Giro Regional na manhã desta sexta-feira, 9, Schirmer explicou que a função original da corporação era a de combate a incêndios e atendimento de acidentes de trânsito. “Assumimos o trabalho de resgate e remoção. Que fique claro que isso deveria ser de competência do setor público, ou seja, da Secretaria da Saúde. Mas assumimos a bronca. Só que chegou um ponto em que as pessoas perderam o critério de bom senso”, relata.

Schirmer lembra também que a corporação está trabalhando no seu limite e, muitas vezes, ouvem desaforos no telefone. “Muitos ligam e se acham no direito de querer ter razão e de que somos obrigados a prestar este serviço. Não vamos deixar de fazer para quem realmente necessitar”, salientou. Segundo ele, casos graves, como fraturas e de pacientes que não conseguem caminhar seguirão sendo atendidos.

Com gastos mensais que chegam a quase R$ 6 mil por mês, os Bombeiros Voluntários enfrentam graves dificuldades financeiras desde o ano passado, quando ocorreram atrasos nos repasses de Prefeituras. “Estamos em junho e não recebemos nenhum centavo das prefeituras”, lamenta. Segundo ele, os principais custos são com a manutenção das viaturas, óleo diesel e os materiais de resgate utilizado pelos voluntários.