A cadeia produtiva do tabaco voltou a discutir os rumos do setor com foco na 11ª Conferência das Partes (COP 11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), marcada para novembro de 2025, em Genebra, na Suíça. A mobilização foi tema da 76ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, realizada nessa quarta-feira, 16, em formato híbrido.
Durante o encontro, representantes de entidades do setor trataram da articulação com o governo federal e com estados produtores para garantir presença mais ativa na COP 11. O grupo quer acompanhar de perto a posição que o Brasil, segundo maior produtor e maior exportador mundial de tabaco, levará à conferência.
A agenda provisória da COP inclui temas como medidas futuras de controle, responsabilização da indústria por danos à saúde, impactos ambientais dos produtos de tabaco, regulação de conteúdo e divulgação dos produtos e a proteção das políticas públicas contra interferência da indústria.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Em defesa do tabaco, participação do Brasil na COP-11 é debatida e pode não ocorrer
No entanto, ainda não há manifestação da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro (CONICQ) sobre o posicionamento que será adotado pelo Brasil. O setor teme que ocorra novamente o distanciamento observado em edições anteriores, quando produtores, parlamentares e até a imprensa regional foram excluídos das discussões.
O presidente da Câmara Setorial, Romeu Schneider, lembrou que o embaixador brasileiro em Genebra, Tovar Nunes, prometeu manter diálogo com o setor e realizar reuniões de briefing ao final de cada dia da COP 11.
Publicidade
Além disso, o grupo avaliou o desempenho das exportações no primeiro semestre de 2025. Segundo o presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, o Brasil exportou 206,5 mil toneladas de tabaco entre janeiro e junho, gerando US$ 1,36 bilhão — alta de 5,77% em volume e 9,5% em valor, na comparação com o mesmo período de 2024. A expectativa é de que o ano feche com crescimento de até 15% nas exportações.
LEIA TAMBÉM: Câmara dos Deputados aprova audiência pública para debater impactos da COP 11
Entre os principais destinos do tabaco brasileiro estão China, Bélgica, Indonésia, Estados Unidos, Turquia e Emirados Árabes. No entanto, o setor demonstra apreensão com a nova tarifa imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.
Publicidade
“No último ano, embarcamos US$ 255 milhões e quase 40 mil toneladas aos EUA. Esse mercado representa cerca de 9% das nossas exportações. Embora possamos redirecionar o produto a outros destinos, isso causa uma ruptura logística e não é o cenário ideal”, avaliou Thesing. Ele ressaltou que parte significativa da produção já está sendo processada, mas ainda não foi enviada ao exterior. Apesar disso, acredita em uma solução diplomática. “Ambas as nações saem perdendo. Estamos confiantes de que teremos uma negociação em torno do tema.”
Até junho deste ano, o Brasil já havia embarcado 19 mil toneladas para o mercado norte-americano, o que representou US$ 129 milhões em divisas.
Publicidade
QUER RECEBER NOTÍCIAS DE SANTA CRUZ DO SUL E REGIÃO NO SEU CELULAR? ENTRE NO NOSSO NOVO CANAL DO WHATSAPP CLICANDO AQUI 📲. AINDA NÃO É ASSINANTE GAZETA? CLIQUE AQUI E FAÇA AGORA!