O Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou um mapamento das áreas de risco e lançou uma plataforma para o monitoramento do nível do Guaíba, como forma de fortalecer a resiliência de municípios gaúchos diante das emergências climáticas. No Vale do Rio Pardo, onde 12 cidades foram verificadas, Candelária apontou o maior número de setores de risco, domicílios e pessoas atingidas.
Segundo o levantamento, feito por meio de crédito extraordinário do governo federal, o município apresenta 34 setores, com 3.107 residências, afetando 12.428 cidadãos. São apontadas possibilidades de deslizamento, enxurrada, inundação, queda e rastejo. Também foram incluídos Arroio do Tigre, General Câmara, Ibarama, Passa Sete, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Sinimbu, Sobradinho, Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz.
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Os mapeamentos começaram a ser realizados em setembro de 2024 nas cidades mais afetadas pelas enchentes e em estado de calamidade pública. Os relatórios foram entregues gradualmente para as prefeituras e defesas civis municipais, à medida que eram concluídos.
A ação emergencial mobilizou mais de 40 pesquisadores, em um esforço concentrado ao longo de um ano, com o objetivo de apoiar os municípios na prevenção de desastres e na proteção da população diante da possibilidade de novos eventos climáticos extremos.
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“Esperamos que os produtos auxiliem os municípios na busca de soluções para minimização da população aos riscos geohidrológicos, e a Defesa Civil, na tomada de decisão durante os eventos extremos”, enfatizou a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial, Alice Castilho.
Para o trabalho, a Casa Civil repassou crédito extraordinário em reconhecimento à urgência de medidas frente aos impactos das enchentes de 2024 – classificadas como um dos maiores desastres naturais já registrados no Estado. “Tão importante quanto o mapeamento apresentado pelo SGB é sabermos que é uma empresa pública, uma das empresas federais atuantes na reconstrução do Estado”, frisou Maneco Hassen, secretário de Apoio à Reconstrução pelo governo federal.

Mais informação para os gaúchos
O SGB identificou nos 95 municípios mais de 1.944 áreas de risco alto e muito alto, onde estão cerca de 154 mil imóveis e vivem aproximadamente 564 mil pessoas. Das cidades mapeadas, Caxias do Sul é onde foram identificadas mais áreas de risco: 145 no total.
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Em seguida aparecem Nova Petrópolis, Gramado e Veranópolis, com 68 cada; Igrejinha, com 49; Encantado, com 45; Rolante, com 44; Maquiné, com 43; e Estrela, Três Coroas e Novo Hamburgo, com 38 áreas de risco cada.
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As informações alimentarão um banco de dados compartilhado com órgãos governamentais responsáveis pelo monitoramento e alertas de desastres.
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O trabalho para elaboração dos estudos envolveu o mapeamento nos municípios para identificar e descrever as áreas com risco alto e muito alto associados aos movimentos de massa (como deslizamentos) e inundações. Os pesquisadores observaram as características naturais do terreno, bem como os indícios de instabilidade eventualmente presentes em determinada região, como árvores inclinadas, trincas no solo e muros embarrigados.
Desde o fim de setembro, o Estado conta com mais uma ferramenta de monitoramento. Foi inaugurado o Sistema de Alerta Hidrológico do Guaíba, ampliando para quatro os sistemas em operação no Rio Grande do Sul. A nova plataforma gera informações em tempo real a partir de 33 estações hidrometeorológicas, responsáveis pelo monitoramento de chuvas e níveis dos rios.
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O Estado tem conseguido melhorar os anúncios de eventos climáticos. Nesta semana, o prefeito de Encruzilhada do Sul, Benito Paschoal, gravou áudio destacando que foi feito aviso sobre a ocorrência de fenômeno mais forte. Assim, foi possível organizar a equipe para atender. Não chegou a trazer danos, mas serviu como exemplo para ninguém ser pego desprevenido, pois os cidadãos receberam nota pelo celular.
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