O jornalista santa-cruzense Carlos Wagner lançou nessa sexta-feira, 6, em Rio Pardo, o livro A história perdida das benzedeiras gaúchas. A obra de 133 páginas foi escrita em parceria com o fotógrafo Emilio Pedroso e registra histórias de espiritualidade e dedicação. Ao todo, 500 exemplares do livro impresso foram disponibilizados gratuitamente para a rede pública de ensino, universidades, bibliotecas e público em geral.
A sessão de autógrafos ocorreu no Solar do Almirante, prédio histórico no centro da cidade. Segundo os organizadores, 105 exemplares foram distribuídos na sexta-feira. Na fila para receber o exemplar assinado, os visitantes tinham em comum a paixão pela leitura e a experiência com o tema.
LEIA TAMBÉM: MC indígena se apresenta no Coworking Cultural e na sede do Sesc em Santa Cruz
Publicidade
Experiente repórter, Wagner diz que a benzedeira é quem fala com a alma, em um mundo onde as pessoas estão cada vez mais solitárias. No entanto, se diz surpreso pelo renascimento da espiritualidade nos últimos dez anos. “As benzedeiras foram, são e vão continuar sendo, por muito tempo, uma parte importante nas famílias”, afirma o autor.
Filho de uma benzedeira, acredita ter percorrido cerca de 15 mil quilômetros pelo Estado em busca de histórias que não é simples contar. “Um cuidado que eu tive para fazer esse livro é respeitá-las. A hora em que ela diz para ti ‘não é assunto teu’, então não é assunto teu”, reflete. O mesmo cuidado é observado pelo fotógrafo: “Eu não posso chegar com a máquina na mão”, explica Emilio Pedroso. “E elas, com uma simplicidade muito grande, não fazem questão de fazer uma foto”, pondera.
Wagner e Pedroso viajaram pelo Estado após as enchentes de 2024. A dupla enfrentou estradas precárias ou de chão batido em meio ao caos que marcava o Rio Grande do Sul. Ao longo do trajeto, afirmam ter encontrado benzedeiras de realidades sociais diferentes: “De classe média, classe média baixa, pobre e famílias ricas”, revela.
Publicidade
Na apuração, o repórter percebeu que o ato de benzer não pertence a uma única crença, de acordo com a região visitada. “Cada benzedeira tem as suas misturas de religião. Ela vem de todas as matrizes”, observa. A produção foi realizada via lei federal de incentivo à cultura (Lei Rouanet), e contou com patrocínio de Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Amberflex Soluções Flexíveis.
quer receber notícias de Santa Cruz do Sul e região no seu celular? Entre no nosso NOVO CANAL DO WhatsApp CLICANDO AQUI 📲. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça agora!
Publicidade