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SINIMBU

Casal celebra 70 anos de união com festa e histórias de uma vida a dois

Foto: Rodrigo Assmann

Do casamento até os dias de hoje são 70 anos de muitas histórias, desafios e conquistas

Quando voltou para casa, depois da missa, Selvania Backes Henn reparou num moço que passava a cavalo em frente à casa, em Linha São João, no interior de Sinimbu. “Esse rapaz é bem bonito”, comentou a jovem a uma amiga que, coincidentemente, era prima do sujeito. Mais tarde, nos bailes, os caminhos voltaram a se cruzar. Hoje já se passaram mais de 70 anos desde aquele tempo. Aos 89 anos, ela se diverte ao contar a história ao lado do marido, Benno Henn, 96, aquele cavaleiro que roubara seu coração.

Na manhã gelada do dia 8 de julho de 1955, os dois disseram o “sim” no altar da Igreja Nossa Senhora da Glória, em Sinimbu. A geada, por sinal, fazia parte da paisagem naquela sexta-feira. “Uma madrinha chegou a cair por causa do gelo”, relembra a noiva, aos risos. Após a cerimônia, os dois embarcaram numa viagem rumo a Santa Cruz do Sul para que as fotos oficiais pudessem ser produzidas em estúdio. Na volta, foram recebidos com música e foguetes na casa dos pais dela, onde foi realizada a festa. 

A alegria, inclusive, é marca registrada dos dois. “Eles são bem-humorados. Isso ajuda a tornar a vida mais leve”, conta a nora Adriane Eloisa Gaspari. É nesse clima que eles celebraram as bodas de vinho na noite desse sábado,12, ao lado de uma de suas maiores conquistas: a família. Filhos, netos, bisnetos, vizinhos, ex-vizinhos e mais uma porção de pessoas queridas por Selvania e Benno estarão reunidos para celebrar as últimas sete décadas e distribuir bênçãos para os próximos anos.

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Vida nova e repleta de bons motivos para comemorar

Na maior parte da vida de casados, Selvania e Benno tiveram como ofício a agricultura, sendo o tabaco a principal fonte de renda, a exemplo dos pais. Somente no ano de 2000 deixaram a vida na roça para morar com o filho Paulo, em Santa Cruz do Sul. Já em 2014 mudaram-se com ele para uma nova morada, no Bairro Várzea, onde vivem até hoje. 

Diante das dificuldades e desafios da vida no campo, procuraram incentivar os filhos para que investissem nos estudos. “Eu não queria que eles fossem para a roça. E quando eles estavam na escola, aproveitei para aprender também”, conta Selvania, que estudou até o quarto ano, assim como o marido. 

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Leitores desde os tempos em que recebiam a Gazeta pelas mãos do leiteiro, Selvania também se distrai com palavras cruzadas, leituras, redes sociais e tardes de bingo. Benno é adepto dos jogos de cartas e das sonecas diárias. “Agora a gente tem vida boa”, diz ele.

Dos segredos para seguir juntos por tanto tempo, os dois citam a paciência, o companheirismo e a parceria. “Hoje os casais passam por uma briguinha e já se separam. Não dá para levar tão a sério. Agora temos que cuidar um do outro”, diz Selvania.

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Entre idas e vindas

Após tirar a futura pretendente para dançar, e a convidar para beber gasosa, nos bailes de Sinimbu, Benno Henn decidiu pedir a mão da amada em casamento. “Meu pai tinha cachorros de caça e ficava perambulando com a espingarda pela propriedade e redondezas, quando eles começavam a latir. No primeiro dia em que o Benno resolveu ir me visitar, encontrou meu pai primeiro, com a arma na mão”, lembra Selvania. “Eu logo pensei: a coisa vai ficar feia”, complementa Benno, que ainda sente dificuldade em deixar de falar o alemão para dialogar em “brasileiro”.

Do namoro até o casamento foram dois anos. Após, moraram por um tempo na casa dos pais dela, com o intuito de plantar tabaco e semear o início da própria história. Com a renda da primeira safra, conseguiram adquirir uma área de terras na mesma localidade, em Linha São João. Nessa época, em 27 de julho de 1957 nasceu a primeira filha, Iseli Terezinha. Logo em seguida veio o segundo, Paulo, no dia 2 de agosto de 1958.

Em 1960 decidiram fixar residência em Frederico Westphalen, município no qual nasceu o terceiro filho, Raul, em 18 de dezembro de 1961. Após dois anos morando por lá, o casal voltou para a região e decidiu permanecer em Linha Formosa. “Naquela época, ficava longe pra gente visitar a família. Não tínhamos telefone. Só podíamos escrever cartas”, relembra Selvania. Mas logo em seguida retornaram à localidade onde tudo começou para morar com os pais de Benno. Nessa época nasceu o caçula, Flávio, no dia 3 de dezembro de 1965.

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