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Crime

Caso Enzo: prontuários indicam agressões anteriores

Durante a investigação da morte do pequeno Enzo Quintana Dilenburg, de 2 anos, espancado até a morte na madrugada do último dia 5 em Encruzilhada do Sul, a Polícia Civil analisou os prontuários médicos de hospitais onde a vítima foi atendida meses antes do homicídio. Mais de uma vez, Enzo foi levado ao Hospital Santa Bárbara, em Encruzilhada, com hematomas e lesões pelo corpo. Em um dos episódios, a médica chegou a solicitar exames mais detalhados após desconfiar da situação, mas a mãe do garoto, Vanessa Quintana, de 30 anos, exigiu a alta do menino e informou que o levaria para Canoas. Na ocasião, ela chegou a perguntar à médica se o filho corria risco de morrer.

Em setembro deste ano, o Hospital Santa Casa de Misericórdia, de Porto Alegre, denunciou a família ao Conselho Tutelar após Enzo dar entrada na instituição com a perna quebrada e diversos hematomas. No relatório entregue pelo órgão para a Polícia Civil, o Conselho Tutelar detalha que teve de fazer várias tentativas até achar a mãe e os meninos em casa. Depois de encontrar a residência vazia diversas vezes, a equipe localizou o padrasto.

Jonatas Gomes de Melo, de 32 anos, informou que a mulher estava em um hospital da Região Metropolitana com os filhos. Quando ela retornou para Encruzilhada, recebeu os conselheiros em casa. A visita foi realizada no dia 6 de novembro, mas não foi encontrada nenhuma anormalidade. O relatório afirma que as crianças estavam brincando na casa e não apresentavam lesões.

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Inquérito foi concluído

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte do pequeno Enzo nessa sexta-feira. A mãe do garoto é acusada de ter acobertado as agressões cometidas anteriormente contra o menino pelo companheiro, Jonatas. O homem está preso preventivamente desde a quinta-feira da semana passada, quando confessou à polícia ter sido o responsável pela morte do enteado.

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Foto: DivulgaçãoVanessa Quintana e Jonatas Gomes de Melo são acusados de tortura e homicídio
Vanessa Quintana e Jonatas Gomes de Melo são acusados de tortura e homicídio

A investigação, comandada pela delegada Raquel Schneider, apurou que Enzo e o irmão mais velho, de 5 anos, eram vítimas de violência doméstica. Inicialmente, a polícia acreditava que a mãe poderia ser apenas mais uma vítima de Jonatas, mas encontrou indícios de que ela teria conhecimento das agressões e acobertado o companheiro. Nessa quinta-feira, a delegada pediu a prisão preventiva da mulher. Mesmo com parecer favorável do Ministério Público, o pedido foi indeferido pela Justiça.

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“Entregamos o inquérito policial indiciando a mãe e o padrasto por tortura e homicídio qualificado. A mãe deve responder em decorrência da sua omissão, tendo em vista que tem dever jurídico de proteção em relação aos filhos”, disse a delegada. As qualificadoras indicadas são de motivo fútil e meio cruel. Na conclusão do inquérito, Raquel solicitou a manutenção da prisão preventiva de Jonatas e reiterou o pedido de decretação da preventiva de Vanessa.

O crime

O pequeno Enzo Gabriel foi levado ao Hospital Santa Bárbara, em Encruzilhada do Sul, pela mãe e por uma vizinha na manhã do último dia 5, quarta-feira. Vanessa afirmou que teria encontrado o filho pela manhã, ferido no berço. Conforme a direção da casa de saúde, a criança já estava sem vida quando deu entrada.

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O padrasto, Jonatas Gomes de Melo, desapareceu naquela manhã. Ele foi encontrado pela Brigada Militar na noite seguinte, na casa de uma tia, no Bairro Santa Vitória, em Santa Cruz, de onde é natural. Os policiais chegaram ao local após uma denúncia anônima.

Em depoimento à delegada Raquel Schneider, Melo admitiu ter agredido o enteado na madrugada anterior, mas disse que não lembrava direito o que tinha acontecido, nem soube explicar o motivo da violência. Na ocasião, ele teria consumido álcool, cocaína e Rivotril, e teria batido com as mãos na cabeça do menino. Alegou que não queria matar a criança. Conforme o relato, o crime teria acontecido por volta das 2 horas da manhã. Ao acordar para ir ao banheiro, às 5 horas, Melo percebeu que Enzo – que estava em um berço no mesmo cômodo – já tinha o “corpo frio”. Ele então teria acordado a mulher e fugido.

O laudo da necropsia feita no Departamento Médico Legal (DML) de Cachoeira do Sul apontou que a causa da morte de Enzo foi politraumatismo. Ele tinha uma costela fraturada, estava com sinais de possível esganadura e hematomas pelo corpo e rosto.

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