“Aqui a gente conversa e se distrai. E assim vai esquecendo as dores, que não são poucas.” Mesmo em tom divertido, a afirmação de Lecy Maria Theisen, de 76 anos, representa a opinião de muitos frequentadores do Centro de Promoção de Saúde da Pessoa Idosa (CPSPI), no centro de Santa Cruz do Sul.

A moradora da área central participa da oficina de Estimulação Cognitiva: Memória, atenção e linguagem, ministrada nas tardes de terça-feira, no local. “É muito bom. A gente faz bastante exercício, vai se atualizando. Ajuda na memorização. Sem falar que não é só pelo curso, é pelo encontro com as pessoas e a amizade que a gente tem.”

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Assim como ela, ao longo deste ano a expectativa da equipe é de que 8 mil atendimentos sejam realizados (em 2024 foram cerca de 6 mil). Os números, no entanto, podem surpreender, uma vez que somente no primeiro semestre foram 5 mil. Para o próximo ano a coordenação também prevê aumento, passando para 11 mil.

A nova nomenclatura para o espaço, antes chamado Centro de Referência do Idoso (CRI), faz parte, inclusive, dos trabalhos de renovação que já estão sendo colocados em prática. Conforme a assistente social Anelise Aprato, há uma necessidade na adaptação das atividades, mediante o crescimento da população idosa. “Nós percebemos que é importante que haja ações mais efetivas. Queremos falar de saúde e não de doença.”

Ainda segundo ela, com a mudança, as equipes poderão desenvolver uma atenção mais integral e focar o atendimento especializado ao público-alvo. “É impossível falar de idoso sem falar de saúde. Trabalhando de forma integrada com as unidades de atenção básica, vamos oportunizar atendimento aos que realmente precisam.”

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Restruturação

A população idosa de Santa Cruz do Sul soma mais de 25 mil pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que representa 19,35% do total de habitantes. Conforme o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Rabuske, os números se mantêm numa linha de crescimento. “Por isso precisamos voltar às atenções a esse público.”

Por meio da nova roupagem para o serviço do Centro de Promoção de Saúde da Pessoa Idosa será possível criar uma proximidade ainda maior com as unidades de saúde, além de realizar uma análise multidisciplinar sobre cada indivíduo. “Nosso objetivo é buscar a promoção de saúde com especialistas no atendimento ao idoso”, afirma Rabuske.

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Saiba mais

O Centro de Promoção de Saúde da Pessoa Idosa (CPSPI) é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde. O espaço de atenção integral à pessoa idosa estimula o envelhecimento ativo, saudável e com autonomia, por meio de ações integradas de saúde, educação, prevenção, convivência e qualidade de vida. No espaço, a equipe proporciona um ambiente acolhedor, multidisciplinar e participativo, onde o envelhecimento é valorizado como fase produtiva e digna da vida.

A equipe é composta por diferentes profissionais, como assistente social, nutricionista, psicóloga, terapeuta ocupacional, educador físico e enfermeira, entre outros. A estrutura física conta com sala de convivência e oficinas, sala multiuso (física e cognitiva), sala de atendimento individual, sala da equipe técnica, banheiros acessíveis e área externa para atividades. Entre as ações realizadas estão, por exemplo, atividade física; pilates; oficinas de estimulação cognitiva; iniciação ao uso de tecnologias digitais e alimentação saudável.

Os atendimentos ocorrem na Rua Tenente Coronel Brito, 425, ao lado da Churrascaria Centenário.
Para participar dos encontros, no entanto, o idoso – pessoas com mais de 60 anos – deve, num primeiro momento, solicitar atendimento na unidade de saúde de sua comunidade. Após a avaliação dos profissionais, o encaminhamento poderá ser realizado. “Com isso vamos poder atender quem realmente necessita no momento”, explica a assistente social Anelise Aprato. O telefone do CPSPI é o 3120 4742.

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O que dizem os profissionais

“De maneira informal, nós vamos repassando dicas, ao mesmo tempo em que atendemos as necessidades de cada um. Aqui a gente acaba virando uma família também.

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Daniele Cristina da Silva Peixoto, nutricionista

“Nós proporcionamos meios para que tenham um envelhecimento saudável, com autonomia e independência. A estimulação cognitiva também pode ser vista como uma forma de prevenção de demências.”

Adriana Moura da Rosa, terapeuta ocupacional

“É comprovado que a atividade física e a convivência social retardam demências, o Alzheimer e a depressão. Para os que vêm até aqui, tudo isso tem muita relevância. É um compromisso deles. Está na agenda.”

Diego Samuel Fonseca Soares, educador físico

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