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CULTIVO

Chuvas irregulares ajudam, mas não impedem perdas na agricultura da região

Praticamente toda a soja está na lavoura, precisando de chuva regular para o desenvolvimento, segundo avaliação da Emater | Foto: Alberto Pinheiro/Emater

A primeira semana do ano tem apresentado variação nas condições climáticas. O primeiro dia registrou áreas de instabilidade que avançaram pelo Uruguai e causaram rajadas de vento no Vale do Rio Pardo no domingo, 2, superando os 100 quilômetros por hora. Houve estragos e a ocorrência de chuvas fortes e irregulares, com temporais. Apesar disso, a precipitação pode ter auxiliado na redução de alguns danos no meio rural, em especial, nos cultivos que apresentam os maiores problemas: milho e soja.

A probabilidade, de acordo com a MetSul Meteorologia, é de que sejam registrados momentos de instabilidade nesta quarta-feira, 5, e sábado, mas com pouca quantidade de chuva. Ainda assim, serve como um alento, sobretudo para quem ainda terá que semear. Isso ocorre em metade da área que dever ser plantada com milho nesta temporada, de acordo com Josemar Parise, extensionista rural da Emater/RS-Ascar Regional Soledade.

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O profissional conta que o milho deve ocupar 48 mil hectares na parte baixa do Vale do Rio Pardo – área de atuação da regional. “Quem fez a plantação do cedo, que representa cerca de 50%, pode ter uma perda entre 25% e 30%”, contabiliza. Ele acredita que onde houve maior quantidade de chuva, a produtividade terá dano menor, aproximando-se da normalidade. Aqueles que optaram pelo tardio, por preferência ou porque fazem na resteva do tabaco, ainda não iniciaram a semeadura, na esperança de que o solo receba umidade. “Teria que ser acima de 20 milímetros, com chuvas semanais, para ter algum efeito positivo”, explica.

Os produtores correm porque o prazo de zoneamento para efeito de cobertura do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) termina no dia 20 de janeiro. Até esta data, conseguem incluir e manter o seguro, caso tenham alguma perda futura.

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Sobre a produção de soja, Parise acredita que praticamente 100% está na lavoura. O início da plantação conseguiu boa distribuição de chuva. “Cerca de 40% teve boa germinação. Depois, muitos passaram a ter lavouras com falhas, com estande de plantas abaixo do recomendado”, conta.

A falta de umidade no solo, portanto, atrapalha o desenvolvimento das plantas. Ainda há, no entanto, a esperança de que se repita a situação do ano passado, em que os primeiros dias de janeiro tiveram precipitação, reduzindo os impactos negativos da estiagem nos quase 204 mil hectares plantados na região. “No fim de semana, houve bons acumulados em algumas partes da região. Essas áreas já tiveram normalizado o crescimento. Onde não ocorreu, está estagnado”, afirma.

Trabalho preventivo

Controlar as condições climáticas não é possível para os produtores. Podem, alerta Parise, ter atitudes preventivas, que envolvam o manejo do solo para fazer com que fique com bom perfil para a produtividade e represente melhor capacidade na busca de água. O extensionista orienta que uma forma de redução dos impactos da estiagem é a utilização da palhada no solo, dificultando a evaporação e servindo como um isolante térmico. “Com boa estrutura, mantém a umidade no solo, que é mais bem aproveitado pela planta”.

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Metade da área de milho da região está plantada e pode ter quebra entre 25% e 30% | Foto: Alberto Pinheiro/Emater

Previsão do tempo

De acordo com a MetSul, Santa Cruz do Sul deve registrar chuva nesta quarta-feira e sábado, não passando de 2,9 milímetros de acumulado. A temperatura mínima da semana ocorrerá nesta quinta-feira, 6: 14 graus; a máxima – 34 graus – na sexta-feira, 7. A estação meteorológica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) contabiliza, desde 1º de janeiro, 3,8 milímetros de chuva, sendo 2,2 nessa terça-feira.

Manejo do solo para reduzir efeitos da falta de umidade

A propriedade dos agricultores Silvia e Dilson Thom, na localidade de Faxinal de Dentro, no município de Vale do Sol, sediará um Dia de Campo Pró-Milho nesta quinta-feira, 6, a partir das 14 horas. Para participar da atividade, agricultores e técnicos interessados devem se inscrever no Escritório da Emater/RS-Ascar de Vale do Sol pelo telefone (51) 99594 2205 até esta quarta. O encontro seguirá os protocolos de prevenção à Covid-19 e os participantes devem usar máscara de forma adequada (cobrindo boca e nariz).

O Dia de Campo tem como objetivo avaliar o desempenho produtivo da lavoura de milho na Unidade de Referência Tecnológica (URT) implantada em setembro de 2020 e acompanhada tecnicamente em todo o ciclo da cultura. Serão abordados os temas manejo de solo e da cultura do milho; secagem e armazenagem de grãos e Manejo Integrado de Pragas (MIP).

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Segundo o extensionista rural agropecuário André Macke Franck, da Emater/RS-Ascar, a propriedade da família Thom foi escolhida para sediar o Dia de Campo pelos resultados obtidos em razão da adoção correta das técnicas de manejo e conservação de solo e pela secagem e armazenagem do milho na propriedade. Apesar da estiagem, a lavoura da família Thom registra bons índices produtivos, devendo colher cerca de 160 sacas por hectare.

O extensionista rural Josemar Parise explica que a produção de milho é estratégica tanto para pequenas quanto para as grandes propriedades rurais, pois gera renda com a venda direta do produto, é matéria-prima na produção de proteína animal e de alimentos para as famílias, e também é um importante alimento nas cadeias produtivas das grandes indústrias de proteína animal. “Nas pequenas propriedades, o milho tem importância com foco social porque é uma fonte de matéria-prima para ser transformada na proteína animal, produzindo alimentos para as famílias e gerando renda com a venda direta. Nas grandes propriedades, tem um papel importante na rotação de culturas pelo bom aporte de massa seca que incorpora ao solo devido ao seu sistema radicular. Nesse sistema de rotação, usando outros herbicidas com mecanismos diferentes dos utilizados na soja, o milho quebra a resistência de plantas invasoras, eliminando essas plantas e cortando ciclos de doenças e pragas”, avalia.

Produção e qualidade

A atividade integra as ações do Programa Estadual de Produção e Qualidade do Milho (Pró-Milho RS), da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. O programa visa incentivar, fomentar e coordenar ações que aumentem a produção e a qualidade do milho no Rio Grande do Sul.

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No município de Vale do Sol, segundos dados do Censo Agropecuário de 2017, são cultivados 4,1 mil hectares com milho grão, com uma produção de 19,6 mil toneladas de milho grão ao ano. A cultura envolve 1.419 famílias. O Dia de Campo Pró-milho é promovido pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, em parceria com a Prefeitura de Vale do Sol e KWS Sementes.

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