Depois de cerca de três anos no comando da Associação Esportiva Sobradinho (AES), o técnico Adão Valter Guimarães, o Cigano está de saída da equipe. O anúncio foi oficializado na manhã desta terça-feira, 19, através da página oficial do clube no Facebook. A diretoria agiu rapidamente e confirmou Paulo Roberto Boff como novo treinador para a sequência da temporada.
A informação de que Cigano estaria deixando Sobradinho começou a circular nos bastidores do futsal ainda na segunda-feira, 18. À noite, a direção se reuniu, ocasião em que foi confirmada a saída. Em entrevista ao Giro Regional desta terça-feira, Cigano agradeceu o apoio recebido da comunidade nesse período e afirmou que não foi uma decisão fácil de ser tomada.
Cigano comandará a AES pela última vez nesta noite, justamente contra seu ex-time, o Atlântico, em Erechim. Depois, seguirá para Foz do Iguaçu, onde assumirá o comando do Foz Cataratas, time que disputa a Liga Nacional e está na nona colocação. “Chegou um momento onde eu teria que sair ou não conseguirei mais treinar um time de Liga Nacional, que te dá maior projeção”, disse, preocupado também com a sua própria carreira.
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Última partida de Cigano na AES será em Erechim, onde viveu o auge da carreira
Foto: Luis Carlos Chaves/Atlântico
O treinador diz que guardará Sobradinho para sempre em seu coração e que seguirá sendo um torcedor da AES, mesmo de longe. Seu filho, Leonardo Guimarães, seguirá no município, atuando na diretoria na função de secretário e também ajudando nas categorias de base.
O substituto
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Seu substituto também é um velho conhecido do torcedor sobradinhense. Paulo Roberto Boff comandou a AES em 2014, levando a equipe até à semifinal da Série Prata, mas sem conseguir o acesso. Ele chega a Sobradinho na quarta-feira, 20, e fará sua reestreia na sexta-feira, 22, quando o time encara a ACBF, em Carlos Barbosa. Boff terá a dura missão de evitar o rebaixamento da AES na Liga Gaúcha de Futsal.
A trajetória de Cigano na AES
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Demitido do Atlântico após uma passagem vitoriosa, Cigano assumiu a AES no meio de 2015, com a missão de levar a equipe de volta à elite do futsal gaúcho. O time vivia uma fase instável, mas ganhou ânimo com a chegada do novo treinador e embalou na Série Prata. Conquistou o acesso depois de eliminar o Lagoa Futsal na semifinal, mas o título escapou na decisão contra o Juventude, em pleno Ginásio da Fejão.


As lágrimas após o acesso e o pedido da torcida em 2015: Cigano ficou mais dois anos
Fotos: Banco de Imagens/Gazeta da Serra
No retorno à Série Ouro, a AES teve uma participação digna, se classificando para a segunda fase com três rodadas de antecedência. Não conseguiu chegar à semifinal, mas fechou a classificação geral numa honrosa sétima posição. No mesmo ano, conquistou seu único título pelo clube: a Copa Unisc, com vitória sobre o Atlético Candelariense.
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No ano seguinte, com um projeto mais ousado, Cigano estabeleceu residência em Sobradinho e passou a ter maior poder dentro do clube, indicando reforços e comandando a escolinha de futsal da AES.

Comemoração da AES após vencer a Copa Unisc, em 2016
Foto: Banco de Imagens/Gazeta da Serra
Após um bom começo de temporada, o treinador enfrentou o primeiro momento de instabilidade no clube. As seguidas lesões de jogadores importantes (em especial a do fixo Camargo), as dificuldades financeiras e problemas internos reduziram as expectativas em torno da AES, que penou para garantir vaga no mata-mata da Liga Gaúcha, sendo eliminado pelo Atlântico nas quartas de final.
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Cigano chegou a anunciar a sua saída no fim de 2017, mas voltou atrás. Com o presidente reeleito Deoner Franceschett, decidiu liderar um projeto mais modesto, sem dinheiro em caixa e apostando na base. Mas a participação fracassada na Copa Alto Jacuí e o péssimo começo de campanha na Liga Gaúcha também pesaram para o treinador buscar novos ares para a sua carreira.