Em 1969, o farmacêutico Elstor Beckenkamp faria uma viagem que mudaria sua vida. Além de conhecer pela primeira vez os municípios de Gramado e Canela, o morador de Santa Cruz do Sul deparou-se com exemplares de amor-perfeito.
As cores da flor embelezam as calçadas das duas cidades. Para Beckenkamp, foi amor à primeira vista. “Nunca me esqueci. Fiquei admirado”, recorda. Tamanho fascínio o levou a adquirir algumas mudas antes de retornar para Santa Cruz. O vendedor, no entanto, deu a ele um pacote, permitindo que plantasse mais de mil mudas em seu quintal.
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Cinco décadas depois, sua residência, situada na esquina entre as ruas Sete de Setembro e Presidente Afonso Pena, chama a atenção pelo jardim coberto de amores-perfeitos. São 240 pés de flores espalhados pelos canteiros da propriedade, e que estão no período de floração.
O plantio ocorre entre o fim de abril e o início de maio. O aposentado, hoje com 87 anos, leva cerca de um mês nessa tarefa. “É bastante trabalho”, afirma. Por ser uma flor que floresce no inverno, o segredo, conforme ele, é plantar no tempo correto. Também é fundamental, frisa, escolher a terra certa para o cultivo, com os nutrientes necessários para o desenvolvimento e a floração adequados.
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Além dos cuidados específicos exigidos para o cultivo de amor-perfeito, o aposentado conta que o maior problema têm sido as mudanças climáticas. Sobretudo os eventos extremos, como a forte chuva que resultou nas enchentes do ano passado. “O volume de chuva em excesso estragou tudo.”
Por ser planta que requer temperaturas amenas, entre 15 e 25 graus, o calor ou o frio em excesso também geram preocupação. Beckenkamp, no entanto, não cogita desistir tão cedo do cultivo. Apesar da idade avançada, pretende continuar. “Estou com o prazo de validade quase vencido. Não sei se ano que vem terei energia e vigor para fazer tudo isso, mas quero continuar”, enfatiza.
Legado
Para além do fascínio pelo amor-perfeito, há no cultivo de Elstor Beckenkamp um ensinamento acerca da preocupação com o meio ambiente. Além dos 240 pés da flor, o aposentado preserva em seu pátio e na calçada mais de 30 árvores. A esperança é que seu ato incentive a comunidade a cuidar do patrimônio ambiental, especialmente os jovens.
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“Estou muito preocupado com as gerações futuras. Estamos vendo na Europa o calor extremo queimando tudo. Estamos vivendo um período de extremos e precisamos nos preparar”, alerta.
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