No VTEX Day 2025, um dos palcos mais disputados reuniu duas mentes que vivem e respiram o mundo dos negócios: João Adibe, CEO da Cimed, e Alfredo Soares, cofundador da G4 Educação. O painel, com o título “Ousadia, Propósito e Inovação”, foi mais do que uma conversa entre líderes, virou uma aula sobre como transformar marcas em potências que quebram o óbvio e geram valor real.
Neste artigo, reunimos os principais aprendizados desse bate-papo de alto impacto e traduzimos tudo em dicas práticas e aplicáveis para o lojista brasileiro. Desde o uso inteligente das redes sociais até a importância de colocar a cara no negócio, passando por estratégias de marketing e liderança de equipe, cada ponto aqui pode ser o próximo passo para evoluir sua loja, sua marca e seu propósito.
Caso queira ver um vídeo sobre isso, neste reel eu resumi o painel inteiro para você.
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O rosto por trás da marca: por que você precisa ser o principal vendedor do seu negócio
“Produto sem cara não vende.” Essa frase de João Adibe resume um ponto essencial para qualquer lojista: quem vende é gente, não é o produto. E, mais ainda, quem dá credibilidade ao negócio é quem está à frente dele.
Se você lidera uma loja, uma farmácia, um e-commerce ou até mesmo um pequeno negócio local, precisa entender o seguinte: as pessoas não compram só pelo preço ou pela embalagem, elas compram de quem confiam. E confiança se constrói com presença.
Mostrar sua rotina, explicar o que tem por trás de uma promoção, contar a história de um novo produto… tudo isso ajuda a criar uma ligação real com o cliente. E não é preciso ter uma superprodução. Um vídeo simples no Instagram ou até um áudio bem enviado no WhatsApp já cumprem o papel. O importante é aparecer, falar com o coração e mostrar que tem alguém de verdade por trás daquela marca.
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Não é sobre ser famoso. É sobre ser reconhecido pelo seu público como alguém que acredita no que vende. Se você lidera, você vende. E quanto mais o cliente sentir isso, mais ele vai lembrar de você na hora da compra.
Conteúdo que engaja: como transformar sua rotina em mídia
Muita gente acha que criar conteúdo nas redes sociais exige tempo, criatividade e equipamentos caros. Mas o que João Adibe mostrou no VTEX Day é que o conteúdo mais poderoso está no seu próprio dia a dia.
Mostrar os bastidores de uma entrega, contar uma curiosidade de um produto ou até gravar um desabafo real sobre os desafios da semana… tudo isso conecta com o público de forma mais genuína do que um post “bonitinho” feito no Canva.
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E tem mais: a comunicação interna também melhora quando o dono ou gestor se comunica nas redes. Os funcionários se sentem parte da mensagem. Eles entendem o que está sendo promovido, replicam a ideia e se transformam em multiplicadores. João contou que, em lançamentos de produto, mais de 5 mil funcionários da Cimed postam juntos. Isso é escala de verdade, e não custa nada além de organização.
O segredo está na simplicidade. Quanto mais natural for o conteúdo, maior a chance de engajamento. O que é espontâneo chama mais atenção do que o que parece forçado.
Transformar sua rotina em mídia é parar de complicar e começar a mostrar. Mostrar com verdade, com frequência e com propósito.
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Marketing como cultura, não como área
Na Cimed, o marketing não é um setor. É uma forma de pensar e agir. É o jeito como toda a empresa enxerga o negócio, o cliente e as oportunidades. Isso também pode (e deve) ser aplicado no seu comércio, seja ele físico ou online.
Veja abaixo 5 princípios da cultura de marketing da Cimed que podem transformar a forma como você promove seus produtos:
- Agilidade vale mais que perfeição
Se apareceu uma oportunidade — como um tema que viralizou ou um evento inesperado —, a marca precisa reagir rápido. Esperar por aprovação demais ou produção complexa faz a oportunidade passar. A ideia é: se for relevante e verdadeiro, publique. - Reserve um “pulmão” no orçamento para ações ousadas
Na Cimed, 20% do orçamento de marketing é deixado de lado para ser usado quando algo inesperado e valioso aparece. Isso permite ousadia sem quebrar a organização. Mesmo em empresas pequenas, deixar uma margem para ideias fora do plano pode fazer diferença. - Campanhas que contam histórias vendem mais
Lançar um produto com storytelling é muito mais poderoso do que simplesmente mostrar o item. Criar desejo, mistério ou mostrar um “bastidor” antes do lançamento engaja o público e faz o produto chegar com mais força no mercado. - Menos é mais: escassez gera valor
Produtos que têm tempo limitado ou que fazem parte de uma campanha pontual criam urgência. O famoso “quero garantir o meu antes que acabe” é um gatilho psicológico que funciona — e pode ser usado em qualquer loja. - Marketing com causa, não só com chance
Em vez de aproveitar qualquer oportunidade aleatória, pense no que faz sentido para sua marca e para o seu cliente. A Cimed, por exemplo, entrou na Kings League porque viu ali um movimento com propósito: falar com uma nova geração. Essa coerência fortalece a imagem da marca a longo prazo.
Erros e acertos da digitalização acelerada: o que lojistas devem aprender
A digitalização é um caminho sem volta, mas precisa ser feita com os pés no chão. No painel, João Adibe foi direto ao falar de um erro que ele mesmo cometeu: lançar um produto nas redes sociais antes de garantir que ele estivesse disponível no ponto de venda.
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O resultado? Campanha linda, produto desejado, mas cliente frustrado porque não encontrou onde comprar.
Esse erro é comum entre lojistas que se empolgam com o digital, mas esquecem de alinhar com o estoque, com a logística ou com os parceiros de venda. E isso vale para grandes indústrias e para pequenos negócios.
Antes de anunciar algo nas redes, se pergunte:
- O produto já está disponível para compra?
- Onde o cliente vai encontrar?
- Minha equipe está preparada para responder sobre isso?
A pressa digital sem estrutura pode queimar a credibilidade da marca. Já quando você se organiza, o digital vira um acelerador de vendas e não um gerador de ruído.
Planeje primeiro, divulgue depois. Essa ordem simples pode evitar prejuízos e aumentar muito o impacto das suas campanhas online.
Inovação com propósito: o impacto de investir em tecnologia que aproxima, não afasta
Quando se fala em inovação, muita gente já pensa em software caro, ferramentas complexas ou processos que parecem distantes da realidade de um lojista comum. Mas João Adibe mostrou no VTEX Day que inovar, de verdade, é encontrar formas mais humanas de se conectar com as pessoas, usando a tecnologia como ponte, não como barreira.
O exemplo mais marcante foi o da Cláudia, a inteligência artificial criada pela Cimed. Inspirada na mãe do fundador, a Cláudia virou uma “bula inteligente” que responde dúvidas, orienta o consumidor e aproxima ainda mais a marca do dia a dia do cliente. E o mais interessante: essa inovação só deu certo porque começou pela cultura interna. Toda a equipe entendeu o propósito da IA antes mesmo de ela ser lançada ao público.
Para o pequeno lojista, a lição é clara: não adianta falar em inteligência artificial, chatbot ou marketing digital se a equipe não estiver junto na jornada. A transformação precisa começar dentro de casa.
E sim, dá para inovar com o que você já tem. Um sistema de gestão como o AWISE, por exemplo, pode ser o primeiro passo para organizar processos, entender melhor seu estoque, seus clientes e tomar decisões mais inteligentes. A tecnologia só faz sentido quando ela ajuda você a vender mais e se comunicar melhor, sem complicar a operação.
Inovar não é só modernizar, é se aproximar. E isso está ao alcance de qualquer loja que tenha propósito e disposição para evoluir.
Liderança na veia: como inspirar, cobrar e reconhecer seu time
João Adibe deixou claro no VTEX Day que liderança de verdade não é sobre ser admirado, é sobre engajar, cobrar e inspirar na mesma medida.
Ele mesmo se define como um CEO que veste vários chapéus no dia a dia. Quando o assunto é vendas, ele assume o papel de vendedor. Quando o foco é cultura, ele age como guardião da missão da empresa. Ser líder é ser multicanal, como ele diz, e isso vale para qualquer negócio.
Não importa se você tem uma equipe de três ou trinta pessoas: sua presença faz diferença. Estar junto, acompanhar de perto e alinhar todos com os mesmos objetivos transforma o clima da empresa. E o mais importante: todos precisam saber qual é a meta.
Na Cimed, desde a portaria até a diretoria, todo mundo sabe qual é a meta do dia, do mês e do ano. Isso cria um senso de direção coletiva, onde cada colaborador entende o impacto do seu trabalho no todo.
Mas tão importante quanto cobrar metas é reconhecer as vitórias. E não estamos falando só de bônus ou prêmios. Às vezes, um “parabéns” dado na hora certa vale mais do que qualquer recompensa. Como disse João: “vitória que não é celebrada, vira obrigação.”Um bom líder não é o que mais exige — é o que mais alimenta os fios da empresa. Alimenta com visão, com energia e com gratidão.