Há muito tempo não se via um mês de janeiro tão chuvoso quanto o deste ano no Rio Grande do Sul. O excesso de precipitações, que por vezes esteve acompanhada de ventos e trovoadas, deixou muitos municípios em situação delicada, principalmente nas regiões da Fronteira e Campanha. Mas o Centro Serra também contabiliza prejuízos por conta do mau tempo, que deve persistir pelo menos até o fim do mês.

Entre os municípios da região, o caso que mais exige atenção é o de Arroio do Tigre. O interior foi castigado pelas chuvas, causando problemas em estradas e também nas lavouras. “A Defesa Civil está fazendo os últimos levantamentos, em conjunto com a Emater e a Prefeitura. Vamos decretar situação de emergência. Depois, aguardamos a homologação do Estado”, comentou o prefeito Marciano Ravanello.

As localidades mais atingidas foram Linha Paleta, Vila Progresso, Linha São Pedro, Taboãozinho, Linha São José e Linha Santa Cruz. “A maioria dos bueiros nesses locais ficaram entupidos por conta da sujeira. Nossas equipes estão mobilizadas fazendo a limpeza e também recuperando as estradas”, comenta Ravanello. No sábado, inclusive, a estrada que liga Vila Progresso a São Pedro chegou a ser interrompida durante todo o dia para a substituição de um bueiro.

Choveu mais de 400 milímetros no interior

Os volumes de chuva registrados em janeiro chamam a atenção. Em Estrela Velha e Sobradinho, por exemplo, superaram a marca de 300 milímetros, de acordo com dados da Cooperativa Tritícola de Espumoso (Cotriel). Em Arroio do Tigre, entretanto, as precipitações superaram a casa dos 400 milímetros em algumas localidades do interior. O mau tempo também afeta a também a produção de tabaco, que está em plena fase de colheita. “Já se estima uma quebra de 10 a 15% na safra do fumo burley. As folhas estão apodrecendo nos galpões”, comenta Ravanello.

Em Sobradinho, houve registro de pontos de alagamento no perímetro urbano durante os períodos de chuva torrencial. “Tivemos alguns problemas, como perto da Rodoviária e no Bairro União. Mas nenhuma família foi removida de sua casa”, comentou o coordenador da Defesa Civil, José Carlos Spanevello. O Arroio Carijinho também esteve sendo monitorado durante toda a semana.