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Coluna

Dias de quarentena: cuidando da saúde mental

Alessandra Steffens Bartz
Psicóloga
[email protected]

Diariamente chegam diversos materiais interessantes sobre como lidar com o isolamento em família, com o estresse do confinamento, com as preocupações advindas da pandemia, e tantos outros. Nunca se produziu tantos manuais de sobrevivência como agora. Esse entusiasmo dos profissionais da saúde revela a preocupação com a manutenção da saúde mental da população.

A incerteza e a gravidade do momento expõem as pessoas a tensões semelhantes, guardadas as proporções, ao sofrido por povos em situação de guerra. As pessoas estão alertas, tensas, preocupadas, inseguras, com medo, sem saber como será o dia de amanhã. Esse contexto testa ferrenhamente a saúde mental de cada um. Mas o que fazer para manter o equilíbrio em momentos de crise? Não existe uma receita pronta para isso, mas algumas dicas que auxiliam a avaliar a situação e escolher estratégias mais adaptativas de ação.

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Para começar, não fuja das suas emoções. Encare-as de frente, identifique o que realmente está sentindo (raiva, medo, revolta, ansiedade), respire fundo e converse consigo. Após entender o que está sentindo, pense em alternativas que possam auxiliar. Às vezes, o melhor é chorar e desabafar, outras vezes é buscar uma distração, ou até mesmo tirar o pijama e se arrumar (para ficar em casa, isso mesmo). Tente clarear o que você precisa, o que lhe faz bem e aproxime-se de atividades prazerosas. As redes sociais estão recheadas de lives com dicas para exercícios físicos, primeiros passos para a meditação, muitas fotos de pessoas felizes praticando ioga. Porém, se você não aprecia essas práticas, não se culpe, somos todos diferentes, e por isso o mundo é colorido. Procure dentro de você o que lhe dá prazer. Se você gosta de dançar, pratique sua atividade física através da dança. Mas cuidado com o comer e beber em excesso, com o uso ou abuso de drogas. Essas armadilhas disfarçadas de prazer são muito perigosas. Fique atento!

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Em seguida, procure se blindar de notícias enganosas, do excesso de informação e de pessoas que são negativas, pessimistas, derrotistas. Sim, muitos estão tristes, melancólicos ou até depressivos. Seja solidário e cuide do seu humor para que você possa trazer mensagens positivas, de fé e esperança aos seus vizinhos, amigos, parentes. Cultive os relacionamentos que somam, multiplicam e dividem afeto, ajuda, bons conselhos. A saúde mental depende também da manutenção de relacionamentos saudáveis, com pessoas em que possamos confiar.

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Manter o equilíbrio emocional é desafio diário para todos nós. É tão bom conviver com pessoas ponderadas, que pensam antes de agir, que gerenciam suas emoções com maior cuidado e maestria. E quão caótico é se relacionar com quem é explosivo, impulsivo, agressivo. O cenário atual tem revelado pessoas estressadas e muito críticas com tudo, mostrando o quanto está complicado manter a saúde mental. Sim, o teste está bem difícil, mas calma, respire, pense. Desligue o piloto automático e pegue você a direção da sua vida. Andar a esmo não vai ajudar e agir do mesmo jeito trará o mesmo resultado. Estacione, escolha um caminho diferente, um modo novo de agir. Explore uma nova faceta. Crises são ricas oportunidades de mudança, descoberta, inovação.

E colecione cartas na manga, especialmente aquelas que permitem a melhor jogada nas situações difíceis. Alternativas que nos trazem bem-estar, sustentação, impulso, alegria, tranquilidade, fazem parte das cartas especiais. Faxine seu armário interno e faça uma boa seleção daquilo que favorece a sua saúde mental. Separe o que é útil e descarte o que lhe prejudica, como algum comportamento infantil que não lhe cabe mais. Momentos de dor tendem a nos remeter a comportamentos regressivos, como fazer birra, querer colo, ter vontade de chorar como uma criança (sem culpa). Mas precisamos ser adultos, maduros e centrados. Compreenda suas emoções, entenda suas razões, mas aja com sabedoria. O famoso caminho do meio, sem ser extremista, é sempre bem-vindo. Cuide bem de si e não esqueça: você é o ator principal da sua vida.

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