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AGRICULTURA

Manejo do solo melhora produtividade e pode reduzir danos da estiagem

O camalhão alto de base larga foi certificado pela Embrapa e, segundo a BAT, pode garantir um aumento de 20% na produtividade

As variações climáticas que o Sul do País vêm enfrentando, principalmente com a chegada do fenômeno La Niña no meio deste ano, tornaram-se um grande desafio para os produtores agrícolas. Diante disso, a BAT Brasil (ex-Souza Cruz) se propôs a desenvolver e a incentivar o uso de técnicas capazes de auxiliar os produtores durante a estiagem ou mesmo em períodos de fortes chuvas. Para marcar o Dia Mundial do Solo, lembrado nesse sábado, 5, a empresa apresenta algumas das alternativas que têm dado bons resultados.

Recentemente reconhecida pela Embrapa como prática conservacionista, o camalhão alto de base larga é umas das principais técnicas quando o assunto é variação climática. Além de evitar erosão e o encharcamento por excesso de chuvas, o método agrícola também tem bom desempenho na retenção da umidade do solo e redução do impacto das altas temperaturas.


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“Temos observado bons resultados com os produtores que fazem uso da técnica nas suas propriedades. Mesmo diante de variações climáticas intensas, como excesso de chuvas ou em períodos de estiagem, o camalhão alto de base larga pode garantir aumento de até 20% na produtividade”, ensina Paulo Favero, gerente regional de Produção Agrícola da BAT Brasil.

Além dessa técnica, a empresa também incentiva o uso de outras alternativas de manutenção da saúde do solo, como o emprego de adubação verde e orgânica, canteiro padrão e a fertirrigação. Esta última, desenvolvida pela equipe de pesquisadores da BAT Brasil, garante a irrigação do solo e a fertilização da cultura, especialmente nas regiões onde o déficit hídrico é ainda maior.

Na fertirrigação, a água é utilizada dentro de princípios conservacionistas. O local de captação, como o açude, é preparado e segue os princípios legais de outorga da água para essa finalidade. Na maioria dos casos, os açudes empregados são preparados para o aproveitamento da água das chuvas, por captação natural ou recolhimento através de calhas instaladas nos telhados da propriedade. Dessa forma, o produtor consegue evitar possíveis danos à produção em períodos de estiagem, garantindo a eficiência produtiva da planta e assegurando a qualidade do tabaco.

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Emater também aposta na orientação

Base para a produção de alimentos, o solo tem recebido cada vez mais a atenção dos agricultores do Rio Grande do Sul. A sua importância é tanta que a data de 5 de dezembro foi instituída pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como o Dia Mundial do Solo.

A Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), atua na orientação aos agricultores para a implantação de técnicas de recuperação do solo. O objetivo dessas medidas é aumentar a fertilidade e a infiltração de água na terra.

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Na região administrativa de Soledade, que também abrange o Vale do Rio Pardo, até novembro deste ano, cerca de 2.230 famílias receberam assistência técnica na área de solos. Esse apoio se traduziu em iniciativas como a construção de terraços, uso de plantas recuperadoras, descompactação, correção da acidez e da fertilidade e lotação de animais controlada na integração lavoura-pecuária.

Outra iniciativa desenvolvida pela Emater é a implantação de Unidades de Referência Técnica (URTs) em Conservação do Solo e da Água. Em parceria com as famílias agricultoras, a instituição implanta técnicas de manejo do solo e, com base nos resultados obtidos nessas áreas, estimula outras famílias a empregar essas técnicas. Na região de Soledade, 15 dessas unidades foram implantadas.

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O extensionista rural agropecuário da Emater, Tiago Gervasoni, explica que na URT implantada na propriedade do agricultor Ezequiel Luiz Pappis, no município de Segredo, foi possível observar o quanto as práticas de manejo são importantes – especialmente em períodos de estiagem, quando essas vantagens se tornam ainda mais evidentes. “Nessas unidades, as plantas respondem de forma mais satisfatória devido ao manejo de construção e correção do perfil do solo. Um solo descompactado possibilita o desenvolvimento radicular mais profundo, ainda mais quando se tem a acidez corrigida, adubação equilibrada, bom aporte de palhada em cobertura, protegendo e mantendo a umidade por mais tempo”, observou Gervasoni.

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Agricultor deve manter foco na manutenção da umidade

Segundo o extensionista rural, o solo é um organismo vivo. Habitat de micro-organismos, animais, ocupação humana e depósito de água, é a base para plantas, produção de alimentos e geração de renda para muitas famílias rurais.

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“É muito importante trocar ideias e buscar orientação técnica para trazer o melhor manejo nas suas áreas e implementar ações de manejo que visam à correção da acidez e da fertilidade, sempre trabalhando com bom aporte de massa seca em quantidade, qualidade e frequência. A palhada abundante é o princípio do plantio direto. Ela mantém o solo úmido por períodos mais longos em eventuais estiagens e, assim, minimiza prejuízos”, explica Tiago Gervasoni.

Técnicas de recuperação do solo, como o emprego da palhada, servem para aumentar a fertilidade e a infiltração de água na terra


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Técnicas como a rotação de culturas, a descompactação do solo, seja de forma mecânica ou utilizando plantas de cobertura, e a construção de terraços para minimizar a erosão das áreas são recomendadas aos agricultores.

“Com a adoção dessas e outras técnicas, vamos melhorar a estrutura do solo, a sua porosidade e o armazenamento de água. Isso favorece o desenvolvimento radicular e faz com que as plantas busquem a água em uma profundidade maior, o que, com certeza, fará alcançar melhores resultados em produtividade e renda para as famílias. Muito se tem feito, mas ainda há um campo gigantesco para melhorar as condições de fertilidade e sustentabilidade das nossas áreas”, salienta Gervasoni.

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