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Rio de Janeiro

Polícia investiga se morte de vereadora foi execução

A Presidência da República divulgou nota à imprensa para informar que “o governo federal acompanhará toda a apuração do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista que a acompanhava na noite dessa quarta-feira, no Rio de Janeiro”. 

O documento também diz que o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, falou com o interventor federal no Estado, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar na investigação.

LEIA MAIS: Vereadora do PSOL é morta a tiros no Rio de Janeiro

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A vereadora, de 38 anos e que era filiada ao PSOL, foi morta a tiros na noite dessa quarta dentro do carro em que seguia para casa. O ataque a Marielle ocorreu na Rua Joaquim Palhares, no centro do Rio. Ela voltava de um evento na Lapa, na mesma região, quando foi atingida. O homem que dirigia o carro que levava a vereadora também morreu baleado.

Marielle ficou conhecida como militante do movimento negro e de direitos humanos, com denúncias recentes de violência policial contra moradores de favelas no Rio. 

Até a 1 hora desta quinta-feira, a polícia não tinha esclarecido as circunstâncias do crime. Houve ao menos nove disparos e os criminosos conseguiriam fugir, sem levar nada.

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O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse no final da noite desta quarta que o crime contra a vereadora tem “características nítidas” de execução e pediu investigação minuciosa do caso.

‘Parem de nos matar’, postou Marielle quatro dias antes de ser assassinada

Quatro dias antes de ser morta a tiros, Marielle fez uma publicação nas redes sociais denunciando supostas ações violentas da Polícia Militar no Acari, bairro da zona norte carioca. A postagem trazia uma imagem com as frases “Parem de nos matar” e “Somos todos Acari”, junto da hashtag “Vida nas favelas importam”.

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Também no sábado, dia 10, Marielle havia compartilhado outra postagem com novas críticas à Polícia Militar e escreveu “Chega de matar nossos jovens”. Na véspera de sua morte, dia 13, ela voltou a criticar a violência policial no Rio ao comentar sobre a morte do jovem Matheus Melo, de 23 anos, baleado ao sair de um culto no Jacarezinho, na zona norte do Rio. “Quantos jovens precisarão morrer para que essa guerra aos pobres acabe?”, escreveu.

Quando a vereadora e o motorista foram atacados, eles voltavam do evento “Mulheres negras movendo estruturas”, mediado por Marielle e com a participação de outras militantes do movimento negro. Durante o evento, participantes chegaram a lembrar que a data marcava 104 anos do nascimento da escritora negra Carolina Maria de Jesus. 

No fim do debate, a vereadora chegou a manifestar a preocupação em organizar eventos com horário de encerramento anterior às 21 horas para garantir a segurança das participantes. “Essa cidade precisa ser de fato cuidada, e a gente sabe que não está sendo. Os nossos corpos, o nosso transitar, a nossa mobilidade sempre fica ameaçada”, disse.

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Às participantes, Marielle ainda comentou que mulheres negras, como ela, estão “resistindo o tempo todo”. No encerramento, declarou a todos para “sair daqui com o corpo, a mente fortalecida para as batalhas que virão”.

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