A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) vai notificar a empresa Conster Construções, responsável pela obra de instalação da rede de coleta de esgotamento sanitário no Bairro Bom Jesus, em Santa Cruz do Sul. Desde janeiro, moradores relatam à estatal que os funcionários da construtora estão cobrando para fazer a ligação entre o ramal principal e as residências, o que não é permitido. Sem ter conhecimento, muitos pagaram pelo serviço.

Em janeiro, funcionários da empresa que trabalhavam na Rua Dom Pedro II informaram à aposentada Eva Rosena Flores, de 79 anos, que ela deveria pagar a eles R$ 200,00 para instalar e conectar uma caixa de esgoto ao novo ramal que estava sendo construído. “Eles chegaram e disseram ‘se tu não pagar para nós, outros vão cobrar mais caro’. Por isso eu paguei”, contou. A única exigência da idosa foi a emissão de recibo, que depois de muita insistência foi entregue.

Do outro lado da rua, o aposentado Adolfo Moitoso, de 63 anos, também pagou pela instalação. No entanto, apesar de o serviço parecer o mesmo de sua vizinha, o idoso pagou a metade do preço. “Nós achamos que era normal”, disse. Já a aposentada Geneci Maria de Freitas, de 63 anos, achou estranha a proposta dos funcionários e se negou a pagar. “Desconfiei que eles quisessem tirar dinheiro em cima da gente. O que não deixa de ser verdade”, observou.

Na casa do aposentado Adolfo Ernesto Reimann, de 78 anos, os profissionais fizeram a ligação e a implementação da caixa de esgoto por R$ 150,00, mas ainda não cobraram. “Disseram que passariam depois, mas agora eu nem sei se pago ou não”, relatou.

Eva insistiu para ter o recibo

Empresa advertiu funcionários

De acordo com o diretor da Conster, Julio César Zago, o problema foi ocasional e não teve consentimento da empresa porto-alegrense. A situação ocorreu entre três funcionários que foram advertidos formalmente. “Caso se repitam essas ações, vamos demitir os envolvidos por justa causa”, garantiu. Zago ressaltou que é a primeira vez que a empresa registra esse tipo de situação.

Não aceite o serviço

O gerente substituto da Corsan, Bruno Barbosa Barreto, esclareceu que, conforme a licitação realizada no início do ano passado a empresa apenas pode realizar obras nas vias determinadas no contrato e não em propriedades privadas. Além disso, “qualquer intervenção que ligue o esgoto residencial à nova rede somente pode ser feita à medida que a construção for sendo concluída”. A obra teve início em novembro e deve ser terminada em dois anos. A orientação da Corsan, caso alguém ofereça o serviço, é ligar para o 0800 646 6444 e denunciar.