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DIVERSIDADE DE GÊNERO

Projeto do SIS beneficia 375 pessoas da comunidade LGBTTQ+ em Santa Cruz

Valentin, participante do Ambitrans: “Essa luta é constante e precisa de atenção, porque não nos sentimos parte da sociedade”

Acolhimento, cuidado e respeito à integralidade de pessoas transgênero são fatores essenciais para garantir um acesso democrático à saúde. Essas pessoas enfrentam muitas barreiras diárias, que causam riscos diretos ou indiretos para suas vidas, e os profissionais da saúde têm o papel de transformar positivamente tal realidade.

Por esse motivo, o Projeto de Extensão Ambulatório Multiprofissional de atenção à saúde da população LGBTTQ+ (Ambitrans) realiza ações voltadas à saúde e ao bem-estar, no Serviço Integrado de Saúde (SIS) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Mediante experiências de valorização e reconhecimento da afirmação de gênero, os atendimentos procuram quebrar o ciclo de violência, oferecendo auxílio de enfermagem, médico e psicológico. A iniciativa já beneficiou 375 pessoas.

Desde 2019, quando o projeto começou, garantir um espaço para atendimentos humanizados tem sido a motivação do Ambitrans. “Os atendimentos individuais são prestados por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e médicos que atuam de modo integrado. Para viabilizar a iniciativa, contamos com a parceria da 13ª Coordenadoria Estadual de Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, do Protig do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, da ONG Diversidade e do grupo de pesquisa Gênero e Biotecnologias da Unisc, que conta com o apoio das professoras Maria Luisa Panisselo, da Universidade Rovira i Vírgile, e Rebecca Carabez, da San Francisco State University”, explica a coordenadora do projeto, Analídia Petry.

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A escuta qualificada é norteadora para que a vivência de cada paciente seja levada em consideração. Afinal, acolher significa compreender e respeitar as especificidades. “O grupo de conversas é o mais importante pra mim, porque me lembra que eu faço parte, que eu pertenço e mereço respeito. Nós abordamos muitos assuntos durante os encontros, e os profissionais fazem mais do que nos ouvir. Eles nos empoderam e representam aquele amparo que muitas vezes não encontramos na família”, diz Valentin Vargas, participante do projeto.

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Brasil é um dos países com mais homicídios

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O Brasil apresenta um dos índices mais elevados de homicídios da população transgênero. Por essa razão, desenvolver ações que reforcem a luta por cidadania é determinante para garantir a qualidade de vida, combater a transfobia e construir uma sociedade mais justa.

“O Ambitrans também possui cunho educativo. Realizamos capacitações para as equipes de saúde e para os acadêmicos da área, buscando sensibilizar sobre os atendimentos e mostrar que as demandas dessa população devem ser acolhidas com respeito. Além disso, oferecemos um grupo de mães, onde os familiares de pessoas transgênero têm acesso a reflexões que permitem encarar as questões do preconceito de forma menos traumática. Mesmo com pouco tempo de existência, o projeto já conta com um total de 375 beneficiados”, afirma a professora Vera Somavilla, integrante da iniciativa.

O dia da visibilidade trans, 29 de janeiro, é um marco importante para lembrar das violações de direitos e da necessária luta por conquistas sociais. “Não é só sobre a gente existir, nós precisamos de respeito. Essa luta é constante, política e precisa de atenção, porque não nos sentimos parte da sociedade. O tempo todo somos invisíveis e conquistar locais de acesso, como esse grupo do Ambitrans, faz a gente se perceber como pessoas que têm valor. O apoio faz toda a diferença no nosso processo”, ressalta Valentin Vargas.

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SERVIÇO
Onde: bloco 31 da Unisc.
Horário de atendimento: quartas-feiras, das 19 às 21 horas.
Os atendimentos devem ser previamente marcados. Os grupos têm horário fixo, e pacientes individuais são atendidos conforme o agendamento.

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