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MEIO AMBIENTE

Estudantes de Santa Cruz criam aplicativo com locais para descarte de lixo

Trabalho do grupo santa-cruzense foi selecionado para um torneio nacional que ocorrerá no início de março, em São Paulo

A equipe de robótica do Serviço Social da Indústria (Sesi) de Santa Cruz do Sul desenvolve um aplicativo que vai orientar os moradores a encontrar locais apropriados para o descarte de lixo. O projeto, batizado de “Descarte Certo”, é um dos selecionados para o Torneio Sesi de Robótica First Lego League (FLL), que ocorrerá no início de março, em São Paulo.

A “Aventura Lego”, composta pelos alunos Julia Tavares, 12 anos, Laura Kappel, 14, Ana Paula Martins, 13, Gabriela Pizzolato, 12, João Sestari, 13, e Roger Machado, 13 anos, tem trabalhado em uma plataforma para celular que vai trazer informações como locais, telefones, endereços e horários de funcionamento para o descarte de cada tipo de lixo: eletrônico, medicamentos, lâmpadas, vidros e materiais de construção.

“Uma professora nossa queria descartar objetos eletrônicos. Ela foi a vários pontos da cidade e nenhum descartava esse tipo de lixo”, diz a estudante Gabriela Pizzolato, uma das integrantes da equipe. O descarte incorreto do lixo eletrônico, vale lembrar, é considerado crime ambiental, segundo a Lei 12.305/10, que regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). “Nosso aplicativo é para que as pessoas possam ir ao lugar certo sem perder muito tempo”, completa.

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Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Santa Cruz, em 2018 a cidade produziu, por dia, mais de 90 toneladas de lixo, que nem sempre têm a destinação correta. No Brasil, uma pesquisa do Idec-Market Analysis mostra que só 1% dos descartes dos celulares, 2% dos eletroeletrônicos e 5% dos eletrodomésticos são feitos em pontos de coleta específicos. Além disso, a estimativa é de que os brasileiros gerem cerca de 1,7 milhão de toneladas desse tipo de resíduo e apenas 4% desse total seja reaproveitado.

“A equipe conversou com diversos profissionais, com a própria Prefeitura, e eles identificaram o lixo como principal problema da comunidade. O descarte incorreto pode gerar problemas na cidade, como enchentes, contaminação do solo, das águas, dos rios”, explica a monitora e uma das técnicas da Aventura Lego, Renata de Oliveira.

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Economia circular
Outra ideia do grupo é estimular, por meio do aplicativo, a chamada economia circular, conceito ligado ao desenvolvimento sustentável. “A tecnologia está inserida no futuro, nas cidades inteligentes. E aplicativo e celular todos têm em mãos. Então, estamos aprimorando o aplicativo, queremos colocar uma caixa de contato de mensagens direta com a Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat), uma cooperativa de catadores aqui da cidade”, complementa Renata. No ano passado, a cooperativa encaminhou mais de mil toneladas de resíduos para reciclagem e impactou direta e positivamente quase 50 mil pessoas em 15 bairros atendidos, gerando renda para mais de 50 famílias do município.

A competição
O Torneio de Robótica First Lego League reúne cem equipes formadas por estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como Ciências, Engenharia e Matemática, em sala de aula. As disputas regionais se estendem até o dia 16 deste mês. Os melhores times garantem vaga na etapa nacional, que ocorrerá em março, em São Paulo.

O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens. Todo ano, a FLL traz uma temática diferente. Neste ano, os competidores terão de apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.

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O diretor de Operações do Departamento Nacional do Sesi, Paulo Mol, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe, e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, ressalta.

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