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Estiagem

Lago Dourado opera com apenas 30% do volume

Foto: Alencar da Rosa

Nível do Rio Pardinho subiu 17 centímetros graças às chuvas deste início de semana

A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) segue monitorando o nível do Lago Dourado desde o início da semana, quando ocorreram as primeiras precipitações de chuva na região. Atualmente, o reservatório mantém-se instável, em 2,038 metros, quando o normal é de 4,8 metros. A única alteração perceptível nessa quarta-feira, 6, foi o aumento do nível do Rio Pardinho em 7 centímetros.

O superintendente regional da Corsan, José Roberto Epstein, em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9 na manhã dessa quarta-feira, afirmou que o volume de reservação total do lago está em 30%, o que garantiria o abastecimento por mais 20 dias. “A projeção é com base no volume de água existente caso as chuvas previstas não se confirmem ou o volume das precipitações for menor do que o esperado”, disse.

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Um monitoramento foi feito na barragem da área de captação do Rio Pardinho, na noite de terça-feira. “A expectativa é de aumento da vazão por conta das chuvas que ocorreram na região de Sinimbu, Barros Cassal e Boqueirão do Leão, que poderão dar contribuição diretamente para o rio”, enfatizou Epstein. Além de recuperar o nível do reservatório, a intenção é diminuir a redução de 2 centímetros por dia. “Se o Rio Pardinho tiver uma leve contribuição, que deverá ocorrer até o fim desta semana, além da chuva que está prevista para acontecer a partir do dia 20, vamos conseguir administrar este volume”, salientou.

A Corsan avalia diariamente o comportamento do rio e a necessidade de tomar outro tipo de ação para manter o abastecimento. A preocupação maior, de acordo com Epstein, é caso o nível chegue a 20%, o que prejudicaria, além do volume, a qualidade e o processo de tratamento da água. “Quanto mais profundo o grau de captação, mais água se gasta para tratar. É um processo desgastante”, esclareceu.

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Racionamento vai ser a última alternativa

Com dois poços já concluídos e um terceiro em andamento, a Corsan também planeja a perfuração em outros pontos da cidade, como no perímetro urbano. Atualmente, o município dispõe de 12 poços artesianos, que distribuem 10% de captação para o fornecimento de água à população. Já o Lago Dourado é responsável por 90% desse abastecimento.

Caso a situação de estiagem se mantenha e os poços não surtam o efeito esperado, a Corsan trabalha ainda com outras ações de cunho operacional para tentar levar o máximo possível de volume. Uma delas é a modulação e a gestão de pressão noturna de forma autorizada, como informou o superintendente regional da Corsan, José Roberto Epstein. “Adquirimos equipamentos que nos próximos dias vão efetivamente estrangular as pressões noturnas, quando o consumo é muito baixo. Questões de busca ativa de vazamentos e reparos mais ágeis também estão no plano de contingência.”

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O racionamento será a última alternativa adotada pela companhia. Até mesmo por questões operacionais. Outras medidas a médio e longo prazos para ampliação do sistema de abastecimento também estão em estudo, como barragens na montante do Rio Pardinho, a transposição do Rio Jacuí e a exploração de um manancial mais profundo em termos de poços artesianos. Atualmente, a exploração é de até 350 metros de profundidade.

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Barragem de captação junto ao Rio Pardinho que conduz a água para o Lago Dourado | Foto: Alencar da Rosa

Retirar o assoreamento não é compatível

A Corsan esclareceu que o processo de retirada do assoreamento do Lago Dourado, com o acúmulo de terra e lodo, não é compatível, nem viável, por mais que isso tenha sido mencionado ou questionado. Epstein afirmou que, além do grande volume de acumulação do reservatório, de 3,7 milhões de metros cúbicos, o investimento para garantir a reservação de apenas um dia de água seria de R$ 2 milhões. “Seria preciso retirar 3.500 caminhões de lodo ou terra de dentro do lago e repor uma camada de impermeabilização. O procedimento seria milionário.”

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Venâncio Aires proíbe o uso não prioritário

O Comitê de Gerenciamento de Crise provocada pela estiagem em Venâncio Aires determinou nessa terça-feira, 5, a prorrogação da autorização para os serviços de lavagem automotiva em postos de combustíveis até 21 de maio. Os demais locais de lavagem permanecem com os serviços liberados. O decreto, no entanto, mantém a proibição de atividades como irrigação de gramados, jardins e floreiras, bem como qualquer outro procedimento que possa significar o uso não prioritário.

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A proibição também vale para a reposição total ou troca de água de piscinas de entidades, associações ou residências, bem como de lavagem de calçadas e telhados de prédios comerciais, industriais ou residências. O descumprimento das vedações previstas no decreto implica advertência por escrito e, em caso de inobservância, será aplicada multa de 50 UPMs, ou seja, de R$ 230,00. Em caso de reincidência, esse valor pode ser duplicado.

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Na Secretaria de Desenvolvimento Rural, as solicitações de reabastecimento de água em propriedades rurais já chegam a 460 residências, nas mais diversas localidades do interior do município. Desde o início do ano, já foi realizada a entrega de mais de 800 cargas de água. Já pela Defesa Civil, concentram-se ainda os serviços de mapeamento geral das áreas mais precárias, o gerenciamento de solicitações de reabastecimento e o acompanhamento das demandas emergenciais.

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