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Perigo na pista

Rodovias precárias que ligam Santa Cruz a Porto Alegre desafiam motoristas

Foto: Rafaelly Machado

Geral

O caminho alternativo para a Região Metropolitana de Porto Alegre tornou-se um desafio à perícia e à técnica dos condutores. Nos mais de 100 quilômetros entre Santa Cruz do Sul e Charqueadas, no entroncamento com a BR-290, uma das missões mais difíceis é localizar-se. As rodovias ERS-405, ERS-244 e ERS-401 sequer têm sinalização. Quem necessitar de socorro mecânico precisa contar com a sorte e o sinal de GPS, pois, ao certo, ninguém consegue apontar onde começam e onde terminam estas rodovias, que ainda colecionam buracos e problemas estruturais.

Na última semana a Gazeta do Sul percorreu os 111 quilômetros que ligam a RSC-287, em Pinheiral (Santa Cruz do Sul), a Charqueadas, na conexão com a BR-290. No trajeto, três rodovias confundem-se com problemas estruturais, ausência completa de sinalização e volume de tráfego crescente. A falta de sinalização é tamanha que, no início da ERS-401, na divisa de São Jerônimo com Charqueadas, motoristas improvisaram um aviso. Feito à mão e instalado próximo a uma ponte, ele alerta: “Devagar buracos.”

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Na ERS-401, último trecho da viagem, a placa alerta para a quantidade de buracos | Foto: Rafaelly Machado

No entanto, os problemas estruturais começam antes mesmo do acesso a Passo do Sobrado, nos quilômetros iniciais da ERS-405. Rachaduras no asfalto sugerem que o movimento de veículos e o peso deles estão além da capacidade da pista. As maiores falhas se encontram no acesso a Passo do Sobrado, no trecho final da rodovia.

No interior de Vale Verde, no distrito de Monte Alegre começa a ERS-244, a maior em extensão do trecho, que faz a ligação com General Câmara. A rodovia não tem acostamento e, em alguns pontos, também repete os problemas estruturais da 405. Quem trafega por esta parte da rodovia precisa estar atento, pois a pista simples e a dificuldade de estacionar em caso de emergência podem colocar em risco a viagem. O sinal de telefonia móvel, na área também é falho. Repetindo a sua antecessora, a 244 não tem sinalização indicativa.

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Na divisa dos municípios de Vale Verde e General Câmara, rachaduras e buracos | Foto: Rafaelly Machado

A ERS-401 começa na divisa de General Câmara com São Jerônimo. Está no último trecho do caminho que liga Santa Cruz do Sul a Porto Alegre de forma alternativa. Nesta faixa concentram-se os postos de gasolina e prestadores de serviço, como borracharias. Os trechos de acesso aos municípios de São Jerônimo e Charqueadas sãos os mais problemáticos. As falhas no asfalto e os buracos, como sugere a placa citada no início, tornam-se presenças mais frequentes. Em alguns trechos, motoristas arriscam-se na contramão para desviar. A única placa que informa que o trecho final chama-se ERS-401 está caída em uma das margens da obra do viaduto construído para a duplicação da BR-290.

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Falhas estruturais se repetem nas estradas, como essas no acesso a Passo do Sobrado | Foto: Rafaelly Machado

CONTAGEM DO TRÁFEGO

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Uma das possíveis explicações para o estado deteriorizado das estradas está em um possível aumento no volume de tráfego da região para a capital, pelo caminho alternativo. Com a instalação e a entrada em operação da praça de pedágio da BR-386 em Montenegro, no caminho de Porto Alegre, a viagem, que é praticamente igual pelas rodovias, pode ser uma alternativa sem nenhum pedágio.

Por meio da assessoria de imprensa, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer/RS) disse à Gazeta do Sul que a mais recente contagem em toda a malha rodoviária do Estado foi realizada por meio de contrato com a empresa DBA, após licitação. O trabalho ocorreu de maio de 2018 a maio de 2019.

Segundo o Daer, o volume médio diário (VMD) no trecho final do trajeto, na ERS-401, é de 12.918 veículos. Em segundo lugar está a ERS-405, contabilizando 2.061 veículos por dia. Por último aparece a ERS-244, que registra média de 2.016 veículos. O Daer destaca que não há registros de volume de tráfego nos cinco anos anteriores à medição entre 2018 e 2019.

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Sobre a manutenção das rodovias, confrontada com exemplos dos problemas estruturais encontrados ao longo dos 111 quilômetros percorridos pela Gazeta do Sul, a autarquia não se manifestou.

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