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Natal diferente

Pandemia muda a rotina dos papais noéis

Foto: Alencar da Rosa

Em casa, Paulo separa o traje vermelho, que neste ano será bem menos utilizado

Muitas coisas mudaram na rotina da população desde março, quando começou a pandemia do novo coronavírus. Aglomerações foram proibidas, eventos tradicionais foram cancelados e, com a chegada do mês de dezembro, até mesmo o Natal sofreu com as medidas restritivas. Neste ano, o Bom Velhinho terá de atuar de forma diferente, com menos aparições públicas e sem poder fazer o que mais gosta: receber e dar carinho às crianças.

Atuando como Papai Noel há quatro anos, o publicitário Paulo Roque Eick Júnior, 44 anos, conta que mesmo com todas as restrições impostas, a procura não diminuiu se comparado aos anos anteriores. Entretanto, ele tem recusado diversos trabalhos para se proteger e também cuidar das pessoas. “Eu tenho me cuidado bastante, estou em homeoffice desde o começo da pandemia. Se eu não me cuidar, pode ser que leve outra coisa para as pessoas além de presentes… ou receba”, destaca.

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Enor Küster lamenta bastante a impossibilidade de um contato maior com a criançada neste ano: “Vamos ter que colocar um cordão de isolamento”

Para tentar atender a todos os pedidos, Paulo lança mão da tecnologia, com o envio de áudios, vídeos e a produção de lives nas redes sociais. “São coisas que aproximam. Eu tento explicar, digo que vou mandar um duende na noite de natal. As crianças estão bem instruídas e educadas, elas sabem que neste ano o Papai Noel está diferente”, afirma. Ele conta que não vai fazer as tradicionais visitas às casas e condomínios no dia 24, com o objetivo de evitar aglomerações. No ano passado, foram 18 lugares visitados ao longo da tarde, noite e madrugada. “A minha contribuição para a pandemia vai ser abdicar da noite de Natal.”

O costume de se transformar no Bom Velhinho em dezembro começou por acaso, muito em função de sua aparência, com cabelos longos e barba branca. Paulo conta que as crianças apontavam para ele nas ruas e diziam que era o Papai Noel, daí saiu a ideia de realmente atuar como um. Dessa forma, no último mês do ano ele divide o tempo entre a agência de publicidade e a roupa vermelha. Além das visitas, ele já participou de diversas campanhas e eventos relacionados ao Natal.

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Situação semelhante é vivida por Enor Küster, de 65 anos. Desde o primeiro ano em que trabalhou como Papai Noel, essa é a primeira vez que ele não terá uma agenda disputada em dezembro. Em função da pandemia, a maioria dos eventos acabou cancelada. Lojas, shoppings e outros estabelecimentos deixaram de contatá-lo para as tradicionais recepções. Ele diz que vai sentir falta, especialmente do carinho das crianças. “Vai ser difícil, para mim e para elas. Muitas vinham correndo e se atiravam no Papai Noel, e neste ano vamos ter de colocar um cordão de isolamento. Vai ser esquisito, mas lamentavelmente é isso”, comenta.

A exemplo de Paulo, Enor diz que o costume de se vestir como Papai Noel começou por acaso, para auxiliar a esposa na creche onde trabalhava, em 1998. “Eu já usava uma barbinha, aí me arrumaram umas roupas emprestadas e eu fui. Amei aquela coisa, tantos abraços, beijos, as crianças chamando pelo Papai Noel. Achei aquele carinho muito lindo, muito especial”, relata.

No ano seguinte, Enor apareceu com a barba ainda mais longa e nunca mais deixou de ser o Bom Velhinho. Neste ano, ele pretende atuar somente no dia 24, e tomando todos os cuidados de distanciamento social e higiene para proteger as pessoas ao redor.

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