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EPICOVID

Pesquisadores aplicam 500 testes rápidos em moradores de Santa Cruz do Sul

Foto: Litiele Evelin Wágner

A 9ª etapa do estudo populacional liderado pela Universidade Federal e Pelotas (UFPel) sobre a prevalência de infecção por Covid-19 no Rio Grande do Sul (Epicovid19-RS) foi realizada nesse fim de semana. O estudo que incluiu 4,5 mil famílias, ocorreu de forma simultânea em nove cidades – Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Pelotas, Passo Fundo, Porto Alegre e Uruguaiana.

Entre sexta-feira e domingo, 7, 39 pesquisadores da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) visitaram 500 residências em 50 setores censitários sorteados no município. Nesta nova iniciativa, além dos testes rápidos e entrevistas, que já faziam parte do estudo, foi incluído um novo teste de anticorpos para a Covid-19, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio do Janeiro (UFRJ).

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A bióloga, professora de Imunologia na Unisc, doutora em Bioquímica e responsável pela aplicação do estudo no município, Lia Possuelo, destaca que a testagem, que contou com o apoio das equipes da saúde e de segurança da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, teve boa aceitação da comunidade.

“Da tarde de sexta-feira até a noite de sábado conseguimos finalizar 406 entrevistas, o restante ficou para o domingo. Além de atingirmos a meta, fomos a primeira cidade a fechar o resultado, por volta das 18 horas. Desde o início, a população santa-cruzense foi muito receptiva e entendeu o objetivo da pesquisa”, esclarece.

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Ela cita a importância de as pessoas continuarem colaborando. “A partir destes resultados é possível que os gestores possam delinear melhores estratégias para o controle da doença, assim como identificar se há uma região específica da cidade com uma prevalência maior e como fazer a adequação e orientação dos fluxos, dos decretos e encaminhamentos que virão daqui pra frente.”

Lia destaca que, mesmo com a inclusão de um novo teste de anticorpos para a Covid-19, batizado de S-UFRJ, a coleta é realizada da mesma forma. “Os entrevistadores coletam as amostras sanguíneas tanto para o teste rápido quanto para o novo. No caso do S-UFRJ, três gotas da amostra sanguínea são depositadas em sequência em uma fita de papel filtro. Após absorção e secagem, em aproximadamente uns 15 minutos, o material é acondicionado em sacos plásticos vedáveis e encaminhado para análise pelo Laboratório de Vacinologia do Núcleo de Biotecnologia da UFPel.”

O tempo previsto para processamento dos resultados é de uma semana. Ele tem eficácia de 92% para identificar a presença de anticorpos, especialmente em casos de infecções mais antigas.

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Reagentes detectam a presença de anticorpos

Após os pesquisadores terem recebido os mapas dos setores censitários e a identificação dos quarteirões, a pesquisa começou. Segundo Lia, uma abordagem inicial era realizada ao orador da residência e, após a aceitação para fazer o teste, um sorteio era proposto aos demais familiares que dividiam a mesma moradia. Foi coletada a amostra sanguínea de apenas uma pessoa.

Depois o material era colocado no equipamento para detectar a presença de anticorpos, as imunoglobulinas IgM (que aparece quando se está com a doença, ou quando se teve-a muito recentemente, até 30 dias) e IgG (quando não é possível dizer há quanto tempo se teve contato com o vírus, sequer se este contato foi recente ou antigo).

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As imunoglobulinas são defesas produzidas pelo organismo somente depois de sete a dez dias da data de contágio pelo vírus. Em caso de resultado positivo, o teste era aplicado em outros familiares ou residentes do mesmo local, e a Vigilância Epidemiológica era comunicada para fazer o acompanhamento.

“Seguimos todos os protocolos de biossegurança para proteger a saúde de entrevistadores e participantes, todos nossos alunos foram capacitados para a abordagem e a testagem. Além disso, para deixar a população mais tranquila, todos os pesquisadores foram testados para a Covid antes da saída e tiveram resultados negativos”, esclarece Lia Possuelo.

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Resistência

Estudante de biomedicina da Unisc, Márcia Costa Lamas, participou pela primeira vez como voluntária na aplicação do estudo no município. Apesar da receptividade por parte da maioria das pessoas, ela conta que muitas ainda se mostram resistentes com relação à vacina.

“Outras não quiseram nos receber porque pensaram que se tratava de um golpe ou algo assim. Mas tem gente que ainda não acredita que existe a doença. No questionário que aplicamos, uma das perguntas era se pessoa se vacinaria ou não, e uma senhora disse que não, porque não tinha certeza o que seria injetado no corpo dela, já que a vacina e a doença tinham vindo do mesmo lugar”, explica.

Márcia destaca que pretende continuar a contribuir para a cura da Covid-19. “Vou me inscrever para os próximos estudos, pois a experiência foi muito boa. Temos que acreditar na ciência e na eficácia da vacina”, destaca.

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