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Santa Cruz

Risco da dengue faz com que moradores ampliem os cuidados em casa

Foto: Alencar da Rosa

Mutirão em busca dos focos do mosquito contemplou 3,8 mil imóveis no sábado

Agentes de saúde e militares saíram às ruas na manhã de sábado, 10, para orientar a população acerca das medidas e cuidados para evitar a dengue. Nas últimas semanas, a quantidade de casos registrados em Santa Cruz do Sul cresceu e deixou as autoridades de saúde em alerta. Desde o início de março, ao menos 196 pessoas foram diagnosticadas com a doença, que já provocou a primeira morte no município. Em 2020, foram apenas quatro casos.

Durante o mutirão, 170 pessoas, entre as equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) e soldados do 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB), com o apoio da Guarda Municipal, visitaram residências na região central e bairros próximos. Cerca de 3,8 mil imóveis, entre terrenos, moradias e estabelecimentos comerciais, foram vistoriados.

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Inicialmente, a ideia era atingir 2.485 imóveis. O coordenador da Vigilância Sanitária, enfermeiro Tainã Bartel, ressaltou o aumento no número de pontos visitados pelos servidores. “Conseguimos vistoriar o Centro, nas proximidades do quartel, onde é o foco da maioria dos casos, e boa parte de bairros limítrofes como Arroio Grande, Pedreira, Senai, Bonfim e Ana Nery”, explicou. Um levantamento com o número total de criadouros de mosquitos Aedes aegypti encontrados nos pontos vistoriados deve ser divulgado nesta semana.

Ainda assim, o coordenador do mutirão adiantou que foi possível identificar nas visitas situações favoráveis ao desenvolvimento do mosquito transmissor da doença. “Encontramos muitos focos. Todo o possível foi feito. Onde não podia ser mexido, como ralos de piscina e outros, foi jogado larvicida. Já o que podia ser movido, como água em pneus e outros objetos, foi jogado fora”, explicou Tainã.

Durante a ação, um terreno tomado pela mata, na Rua Duque de Caxias, no Bairro Senai, chamou a atenção dos agentes. Os guardas municipais precisaram utilizar um alicate para abrir o portão, que estava chaveado, e adentrar o espaço. Contudo, embora a residência estivesse abandonada, não foram encontrados possíveis criadouros do mosquito da dengue no local.

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Moradores estão preocupados
Em meio ao mutirão, foi possível identificar que os cuidados da dengue vêm despertando o interesse da comunidade. Para Jorge Goulart, de 65 anos, morador do Senai, o trabalho tem importância e serve para conter o avanço da doença.

“Eu mesmo limpo bem tudo na minha casa, tenho piscina e cuido com os produtos. Ainda assim, vemos muitos mosquitos na nossa cidade, por isso essa ação é importante”, disse o morador, que é servidor municipal há 40 anos.

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Goulart: Muitos mosquitos na cidade

Ex-militar e aposentado da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Getúlio Rasquinha, de 70 anos, contou que sua esposa, falecida recentemente, chegou a contrair dengue. “Acredito que todo o trabalho feito em prol da prevenção deve, de uma forma equalizada, ser feito. É importante esse trabalho realizado para prevenir doenças”, afirmou.

Rasquinha: Importante trabalho

Primeiro óbito
Neste final de semana, foi confirmado o primeiro óbito por dengue em Santa Cruz do Sul. Segundo informações divulgadas pela Prefeitura, trata-se de uma mulher de 54 anos, moradora do Bairro Pedreira. Ela faleceu no dia 30 de março, mas o laudo chegou só agora. Outras dez pessoas estão internadas.

No sábado que vem, um novo mutirão deverá ser realizado também no Bairro Arroio Grande, o segundo com maior número de casos confirmados de dengue. “Temos a certeza de que esse mutirão, assim como outros que iremos fazer, dará um grande resultado. Lembro da mesma operação que realizamos nos bairros Renascença e Universitário em 2019, locais que não tivemos casos agora”, ressaltou o coordenador.

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Residências e terrenos foram vistoriados pelos agentes. Atividade deverá ser repetida no próximo fim de semana em outros bairros com o objetivo de evitar a proliferação | Foto: Alencar da Rosa

Temperatura baixa não afasta ameaça da doença
Com a chegada do outono e a incidência de temperaturas mais baixas, muitas pessoas acreditam que os casos de dengue irão automaticamente diminuir. Embora isso possa de fato ocorrer, o Aedes aegypti vem se tornando mais resistente com o passar do tempo e, se as pessoas não observarem os cuidados agora, no próximo verão o número de casos tende a ser ainda maior.

“Todo mundo tem essa ideia, só que o mosquito está ficando mais resistente. Já encontramos larvas até embaixo das camadas de gelo formadas pela geada. O ciclo do mosquito não cessa com o frio, os ovos podem resistir até 450 dias em ambientes seco e aí podemos ter uma explosão de casos”, disse Alexandre Moura Goularte, fiscal ambiental da Vigilância Sanitária.

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Outro ponto importante é que a transmissão da dengue acontece através da fêmea do mosquito, que faz a busca por sangue para a maturação dos ovos e dessa forma transmite a doença. Mas é preciso ter bastante atenção porque, em geral, os mosquitos do gênero Aedes se alimentam de néctar de flor e seiva de plantas, passando grande parte do seu ciclo de vida em meio à natureza. “Daí a importância de manter limpos os terrenos e área verdes”, acrescentou.

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O período de maior atividade do Aedes é durante o dia, especialmente no início da amanhã e ao final da tarde. Portanto, o hábito de arejar a casa logo cedo ou no final da tarde não é recomendável. “Isso só deve ser feito depois das 10 horas e antes das 16 horas, quando o calor aumenta e o mosquito costuma repousar”, orientou Alexandre.

Embora o inseto voe baixo, ele também relata que larvas já foram localizadas em andares altos de edifícios, portanto é preciso ficar atento, fazer a prevenção e utilizar repelente.

ATENÇÃO
Após retirar a água dos vasos de plantas, deve-se passar uma esponja no recipiente para tirar os ovos do mosquito.

Ralos precisam ter uma tela fina para evitar a entrada do mosquito. Água sanitária é recomendada para matar as larvas.

Calhas podem acumular água e folhas, local ideal para o mosquito depositar ovos. No pátio, cascas de árvores podem ficar viradas para cima e tornam-se depósitos de água.

Qualquer utensílio que possa acumular água, como uma tampa de garrafa PET, por exemplo, deve ser removido do pátio.

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