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Desafios e legados na educação dos municípios: o que os secretários de educação querem deixar para suas cidades?

Já passamos da metade do primeiro ano do novo mandato municipal e os secretários municipais de educação enfrentam a enorme responsabilidade de garantir o direito à educação de qualidade para milhares de crianças gaúchas. Em meio a orçamentos limitados, infraestrutura precária e uma sociedade cada vez mais digital, o desafio vai além de manter o sistema funcionando. E a pergunta que deve guiar essa jornada é: qual o legado quero deixar na educação do meu município?

Mais do que lidar com a burocracia e a complexa gestão de pessoas, está em jogo o futuro das crianças. Investir na educação infantil ampliando vagas, qualificando professores, promovendo a efetiva inclusão das crianças com necessidades especiais e espaços adequados deve ser prioridade. No ensino fundamental, é urgente melhorar os índices de alfabetização e garantir permanência e aprendizagem com estratégias baseadas em dados e evidências (as avaliações periódicas de aprendizagem são essenciais para balizar as ações do gestor).

Já a tecnologia, embora promissora, nem sempre representa solução. Muitas escolas ainda carecem do básico: profissionais capacitados, merenda, materiais escolares e até água potável. Nesse contexto, investir em telas digitais, tablets, mesas interativas etc. sem vínculo real com o projeto pedagógico pode resultar em desperdício. O uso da tecnologia precisa ser intencional e alinhado ao processo de ensino-aprendizagem.

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Pesquisas recentes reforçam a importância da escrita manual. Estudo publicado em 2024 pela Universidade de Stavanger, na Noruega, mostra que escrever à mão ativa áreas do cérebro ligadas à memorização e compreensão da leitura, sendo mais eficaz do que digitar. A Suécia, ainda em 2023, retirou os computadores das salas de aula e passou a investir fortemente na compra de livros didáticos, priorizando um exemplar por aluno em cada disciplina. Esses exemplos alertam: o mais tecnológico nem sempre é o mais eficaz, especialmente nos primeiros anos escolares.

O desafio dos novos secretários é, portanto, equilibrar inovação com fundamentos sólidos de ensino. O legado possível é o de uma gestão focada em escolhas responsáveis e com o compromisso de colocar a aprendizagem no centro das decisões. Afinal, formar leitores, cidadãos críticos e estudantes com oportunidades iguais é a missão mais nobre que uma gestão pública pode abraçar.

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