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Dia das Mães: data para celebrar um amor que é único

Foto: Alencar da Rosa

Este domingo, 14, é dia de celebrar aquelas que são inspiração, que em suas pluralidades se reconhecem pelo amor que sentem pelos filhos e filhas. É dia de estar junto e agradecer por esse privilégio. Mãe é carinho, afeto, preocupação, admiração, respeito, luta e superação. São tantas as palavras que definem essas mulheres e são tantas as histórias presentes na vida das famílias que é difícil encontrar uma única maneira de abordar a temática Dia das Mães.

Em Santa Cruz do Sul, a data neste ano tem um detalhe especial. É realizada no período a 34ª Feira do Livro e este domingo é o último dia para aproveitar o evento, ou seja, o Dia das Mães fecha com chave de ouro e com uma programação especial a festa da literatura no município. Além disso, o tema da Feira em 2023 é Leitura: Mãe do conhecimento, o que vem ao encontro da data e oportuniza um debate sobre a importância de a família incentivar a leitura em casa. 

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A família e a literatura

Na noite da última quarta-feira, 10, o painel Elas, a família e a literatura foi realizado na Feira do Livro. Mediado por Sonia Dettenborn Luz, o evento contou com a presença de seis convidados, entre homens e mulheres, que puderam compartilhar vivências. Falaram sobre leitura e família os seguintes painelistas: Maria Cristina Peçanha, Jaime da Rosa, Marta Nunes, Eliana Freitas, Ilceu Oliveira e Adriele Gabriela Carvalho Vargas.

Encontro Elas, a família e a literatura foi realizado na noite de quarta-feira, e contou com depoimentos sobre diferentes vivências de famílias e leituras | Foto: Albus Produtora

Quem começou falando foi Ilceu Oliveira. “Tenho um filho de 17 anos com uma grande amiga minha. Ele ficou com ela até os 12 anos de idade e por questões de estudos, optamos, junto ao meu marido, de ele morar com a gente. Foi um acordo com a mãe dele e temos todos uma relação maravilhosa. É um guri que lê todos os dias, é algo natural dele.” Depois, Maria Cristina Peçanha falou um pouco sobre a vivência como mãe viúva de três filhos. 

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Marta Nunes deu continuidade ao bate-papo. Mãe de um menino de 13 anos que faz parte do espectro autista, ela falou sobre os desafios da maternidade. Jaime da Rosa, por sua vez, é tutor legal de duas adolescentes. “Em 2008, minha irmã faleceu no parto e eu adotei as gêmeas. Elas vão fazer 15 anos.” Atualmente, Jaime também é pai de uma menina de 3 anos. Após Jaime, foi a vez de Adriele, que foi mãe com 14 anos, contar sua história. E, por fim, Eliana, que tem quatro filhos e o caçula também está no espectro autista. “Mudou completamente nossa vida, nossa rotina”, disse a convidada, reiterando que a leitura sempre esteve presente na família.

Domingo especial

Neste Dia das Mães, será realizada uma programação especial para toda a família. A agente cultural do Sesc e coordenadora da 34ª Feira do Livro antecipa que várias atrações serão destinadas para filhos e mães. “O grupo Bah! Quadrinhos vai estar interagindo, também terá show de mágica e à noite um show musical especial para as mães, que é o Samba Delas. Essa apresentação foi pensada para que o filho traga a mãe para curtir esse momento especial na Feira do Livro.”

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A abertura das bancas na Praça Getúlio Vargas ocorre às 10 horas e o encerramento às 19 horas, com o show Samba Delas, com Marioni Wendt e convidadas.

Mãe aos 14 anos

Uma das convidadas do painel realizado na quarta-feira foi Adriele Gabriela Carvalho Vargas, que foi mãe aos 14 anos. A temática da gravidez na adolescência é vista, muitas vezes, como um tabu. Ter conversas com crianças e adolescentes sobre sexualidade acaba sendo um entrave, o que resulta em desinformação. Assim aconteceu com Adriele, hoje com 28 anos. “Minha família ficou sabendo da gravidez através da diretora da Escola Municipal Leonel Brizola, onde eu estudava na época. Eu já estava com seis meses e não conseguia contar.”

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Adriele diz que lembra “como se fosse ontem”. Estava próximo do Natal, quando a família foi chamada na escola. “Foi um baque muito grande, porque havia muitas perspectivas, sonhos e ideias da minha pessoa, e parecia que tudo estava desmoronando naquele momento. Como se minha vida fosse acabar em razão da maternidade, que eu não ia poder continuar estudando.”

Com 13 anos recém-completados, Davi Vargas de Freitas é filho de Adriele e de Gabriel Aires de Freitas, que na época tinha 16 anos. “Nós não namorávamos, meu pai não permitia e nem tínhamos essa conversa. Mas estamos juntos até hoje”, afirma Adriele.

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Apesar da dificuldade de conciliar a maternidade com as aulas e o trabalho, Adriele continuou estudando, com ajuda da rede de apoio dos pais e dos sogros. “Depois que o Davi nasceu, comecei a trabalhar em casa fazendo e vendendo trufas. Após, passei a vender bijuteria e depois roupas. Superamos os limites aos poucos e tiramos a percepção que tinham de que tudo estava acabado. Pelo contrário, acho que o Davi veio me mostrar a realidade da vida, amadureci precocemente e não parei de estudar. Concluímos o Ensino Médio e entramos na faculdade.”

Atualmente, Adriele é advogada e coordenadora do Departamento de Inclusão de Pessoas com Deficiência na Secretaria de Desenvolvimento Social. Gabriel é policial militar. “Superamos todos os desafios. Hoje, com 28 anos e mais madura, consigo falar com mais tranquilidade sobre a minha maternidade. A gravidez precoce sempre foi um assunto polêmico, há muito preconceito e julgamento da população. O assunto sexualidade precisa ser explorado, informação é tudo”, afirma. “Quero transmitir isso para que mães utilizem minha história como exemplo porque não é impossível estudar, se formar, entrar no mercado de trabalho. É possível com acolhimento, com suporte da família.”

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Adriele e Davi têm uma relação muito próxima e conversam bastante. “É um assunto extremamente importante. Antes não era falado, havia muito preconceito.” Conforme Davi, a mãe é a melhor amiga dele. “Várias vezes, acham que ela é minha irmã e que meus avós são meus pais”, diz o menino. “Hoje sou grata a Deus pelo meu filho, ele veio para me mostrar o real sentido da vida”, complementa a advogada. 

Marcelene, mãe de Adriele, também foi mãe jovem, e também com 14 anos. Ela relembra que foi um choque quando soube da gestação da filha. “No início foi complicado, mas depois a apoiamos e ajudei a cuidar do Davi para ela poder concluir os estudos.” Para Adriele, é preciso incentivar políticas públicas na promoção de ações de prevenção. “É necessário, sobretudo quando considerados os diferentes contextos em que a gravidez ocorre na adolescência”, esclarece.

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A leitura também faz parte da família. Segundo Adriele, a prática é incentivada em casa e um dos primeiros livros lidos por Davi foi um dos títulos da série Diário de um Banana.

Adriele com o filho Davi e a mãe Marcelene. Segundo Adriele, o apoio da família foi fundamental | Foto: Alencar da Rosa

O dia 29 de março de 2023

Muitas vezes, o destino trabalha para unir pessoas ainda mais. Não que fosse necessário, porque Camila Bringmann, de 35 anos, e Fabrine Lemes, de 33, são grudadas desde que tinham aproximadamente 10 anos de idade. A infância uniu as duas quando participavam de atividades de culto infantil. Depois, seguiram próximas na adolescência e até trabalharam juntas em uma locadora de filmes.

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Camila foi a primeira a engravidar e teve Maria Luiza Bringmann, de 9 anos. Alguns anos depois, Fabrine também engravidou e ganhou a pequena Laura Kuentzer, atualmente com 3 anos. Mas elas sentiam que a família ainda poderia aumentar. Não foi combinado, mas ambas tiveram seus segundos bebês no dia 29 de março de 2023. Valentim Bringmann é filho de Camila, e Helena Kuentzer, de Fabrine. Nasceram no mesmo dia, selando com mais força uma amizade de mais de 20 anos. 

“Foi sem querer, por isso a gente fala que é coisa de Deus. Porque eu queria engravidar logo depois que eu ganhei a Laura. Parei de tomar comprimido quando ela fez 1 ano, mas demorei praticamente dois anos para engravidar novamente”, relata Fabrine. Já Camila queria ser mãe também, mas parou de tomar anticoncepcional bem depois da amiga e logo engravidou. “No dia 2 de agosto, descobrimos que as duas estavam grávidas”, completa Fabrine.

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Fabrine é dinda de Valentim e de Maria Luiza, filhos de Camila, e Camila é dinda de Helena e Laura, filhas de Fabrine. “Quando soube, ela disse para mim: meu Deus do céu, eu não acredito que virei mãe e dinda ao mesmo tempo”, diz Camila, aos risos. Durante e após a gestação, as amigas de infância trocaram muitas dicas, incentivaram uma à outra e se ajudaram. “A gente nunca brigou. Podemos afirmar que nesses anos todos a gente nunca se desentendeu”, comenta Camila.

No dia do nascimento de Valentim e de Helena, chegaram a ficar no mesmo quarto no Hospital Santa Cruz (HSC). O momento histórico para a vida de ambas foi registrado junto aos papais Roberto Juliano Bringmann, esposo de Camila, e Daniel Kuentzer, esposo de Fabrine.

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O Dia das Mães deste domingo será, sem dúvidas, muito especial para as duas famílias. Conforme Camila, se elas não estiverem juntas no almoço, com certeza estarão na parte da tarde para poder comemorar. “Nossa rotina é assim. Moramos próximas e estou sempre aqui na casa da Mila”, diz Fabrine. “A gente com certeza é muito mais do que amigas, somos irmãs. Nossas mães também chamam todos os nossos filhos de netos. A Fabrine é tudo na minha vida, sem ela eu não vivo”, destaca Camila. “É para sempre”, finalizam as amigas.

Em família: Laura e Fabrine com a pequena Helena; e Camila com Valentim e Maria Luiza | Foto: Albus Produtora

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