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ALBERGUE MUNICIPAL

Dia de Luta da População de Rua: data é fundamental para a garantia de direitos

Foto: Alencar da Rosa

Acolhimento: Albergue Municipal funciona na Rua São José, 2.831, Bairro Bom Jesus

Nesta sexta-feira, 19, é lembrado o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua. São diversos os fatores que fazem com que uma pessoa fique em situação de rua, como o rompimento de vínculos familiares, desemprego, dependência química ou de álcool, entre outros. A equipe de reportagem da Gazeta do Sul esteve no Albergue Municipal de Santa Cruz nesta sexta e acompanhou o horário de almoço dos usuários do serviço.

Priscila Froemming é diretora do Desenvolvimento Social | Foto: Alencar da Rosa

A casa de passagem possui capacidade para 44 vagas masculinas e oito femininas. Somente em julho deste ano, passaram 72 pessoas diferentes pelo albergue. Ao todo, foram contabilizadas 668 pernoites no mês. A diretora de Desenvolvimento Social, Priscila Froemming, salienta que Santa Cruz vem trabalhando ao longo de todo ano na questão da situação de rua dessa população. “O albergue está em atendimento 24 horas para acolher essas pessoas, temos uma equipe bem qualificada, de educadores, assistentes sociais.”

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Priscila acrescenta que são feitas abordagens constantes em todo município e que a própria população pode ajudar entrando em contato, quando visualiza pessoas que estão passando alguma dificuldade, em situação de rua. “São encaminhadas aqui para o albergue onde recebem toda assistência, alimentação, acompanhamentos com oficinas e também encaminhamento ao mercado de trabalho quando for possível.”

A questão do ingresso ou reingresso no mercado de trabalho é delicada, pois, muitas vezes, há preconceito. “O vínculo dessas pessoas geralmente é fragilizado e não se tem o apoio da família, e até essa questão do endereço, de eles estarem em situação de rua, com certeza faz surgir o preconceito.” Para melhorar esse cenário, são oferecidas qualificações. “Temos o Acessuas Trabalho, que é o preparo dessas pessoas para saber como confeccionar o currículo e como se portar em uma entrevista de emprego”, complementa a diretora.

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Atendimento integral

Patricia dos Santos Martins é educadora social no albergue. O educador social, segundo ela, é o que fica na linha de frente, auxiliando o albergado de forma integral. “Fazemos um trabalho socioeducativo, toda essa parte de ensinar a pessoa a se reeducar para a sociedade, enquanto que o técnico vai fazer os encaminhamentos desses moradores para serviços para garantia desses direitos”, explica.

“O atendimento é integral, a partir do momento em que eles chegam, eles têm o momento de fazer higiene, depois tem o jantar, são encaminhados para os quartos, depois café da manhã, café da tarde para os que ficam durante o dia.”

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A educadora social ressalta que, para acessar o albergue, o usuário do serviço não pode estar sob efeito de álcool ou drogas. “Quando a pessoa está muito debilitada, a gente faz encaminhamento ao serviço de saúde, para depois do atendimento ele poder vir para o albergue.”

Usuários do espaço elogiam atendimento no albergue

Rosimeri dos Santos, de 51 anos, é natural de Cruz Alta, mas há dez anos utiliza os serviços do Albergue Municipal. “Já estive bem, mas muitos incidentes aconteceram daí eu retornei para o albergue. Vai fazer uns quatro meses que estou de volta, fui muito bem recebida aqui.” No momento, Rosimeri está desempregada. “Eu recebo auxílio, aqui em Santa Cruz nunca trabalhei em nada justamente porque o pessoal tem muito preconceito com quem é de rua, com quem teve problemas na rua”, relata.

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Dependente química e alcoolista em recuperação, Rosimeri comenta que faz falta mais preocupação com a saúde mental dessa população. Mas além disso, ela diz que, em breve, vai voltar a estudar, com a ajuda da equipe do albergue. “Se eu for arrumar um serviço, tenho que ter pelo menos o Ensino Fundamental. Talvez eu vá fazer o médio também. Estou no aguardo da matrícula”, observa.

Há três anos, desde que se separou, João Batista de Oliveira, de 47 anos, utiliza o albergue. Atualmente desempregado, ele procura atuar como pintor. “Estou atrás de serviço. Infelizmente se a gente diz que mora no albergue, tem preconceito”, conta. João elogia o atendimento que recebe na casa de passagem. “Eu gosto muito do serviço que o Douglas faz com a gente, ele é muito legal mesmo, tem respeito com a gente.” Douglas Ramos é coordenador do Albergue Municipal.

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A data

O 19 de agosto foi escolhido como o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua em memória ao acontecimento conhecido como “Massacre da Sé”, em 2004, no qual sete pessoas foram assassinadas e oito ficaram gravemente feridas enquanto dormiam na região da Praça da Sé, capital paulista. O fato desencadeou o início da mobilização de grupos da população em situação de rua para construir o Movimento Nacional da População de Rua, em uma contínua luta pela garantia de direitos.

A Política Nacional para a População em Situação de Rua, instituída pelo Decreto nº 7.053 de 23 de dezembro de 2009, define população de rua como “o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória”.

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