O mundo parece ficar diferente quando se deixa a calçada para atravessar a porta do ateliê de Lurdes Dummer, no Centro, em Santa Cruz do Sul. Nas peças de tapeçaria, nos itens de artesanato e nos novelos de lã, a vida ganha mais cor. Quase um universo paralelo, onde o aconchego e a criatividade da artista se reúnem para tornar o cenário apaixonante.
De paixão, por sinal, a proprietária entende. É o que sente pela atividade há aproximadamente 30 anos. Foi quando aprendeu o ofício e não parou mais. Hoje, além de encantar com o trabalho desenvolvido a próprio punho, ainda ensina e inspira outras artesãs. E elas vêm de longe, de outros municípios da região, para aprender a técnica que transforma a matéria-prima em arte.
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Quem vê tanto talento pode pensar que a dedicação é exclusiva às telas. Mas é nas quadras que a santa-cruzense surpreende. Hoje, aos 77 anos, Lurdes ainda mantém viva a prática esportiva que experimentou aos 18 anos, após acompanhar o namorado Luiz Carlos Dummer (hoje esposo) jogar: o tênis. Neste ano, inclusive, ela conquistou o vice-campeonato por equipes do 26º Sul-Americano do Clube de Veteranas do Tênis, disputado em Mar Del Plata, na Argentina. Aos 77 anos, vale repetir.
Com a mente e o corpo em movimento, a tenista já chegou a se perguntar: “Meu Deus, até onde eu vou?”. Embora a resposta seja um mistério, ela faz a parte dela. Segue na ativa e integra diversos grupos de atletas. “Quando estou na quadra, me sinto muito bem.” É por isso, também, que ainda se dedica a aulas de aprimoramento. “Sempre é possível melhorar. E também é preciso manter a força e o equilíbrio do corpo e da mente.”

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Seguindo em frente
Prestes a completar 78 anos, no dia 8 de agosto, Lurdes Dummer começou a jogar há praticamente 60 anos e não parou mais. Casou, teve filhos, viu os netos nascerem, sempre se dedicando ao que lhe faz bem. Hoje, joga três vezes por semana nas quadras do Tênis Clube Santa Cruz e ainda integra o Clube de Veteranas, de Porto Alegre.
Entre jogos amistosos e competições, ela já percorreu diferentes países, como Chile (para o qual deve voltar em abril de 2026), Uruguai e Paraguai. No início de outubro, aliás, tem viagem marcada para Punta del Este, no Uruguai, onde também irá jogar. E no mês seguinte, em novembro, compete em Balneário Camboriú. Nessas andanças, ela já se deparou com uma atleta de 94 anos em quadra. “Se puder, vou chegar lá também!”, afirma.
Tanta vitalidade e dedicação inspiraram o neto Tomás Dummer Macedo, de 16 anos, a seguir o mesmo caminho. Hoje o atleta do Pinheiros, de São Paulo, disputa torneios da Federação Internacional de Tênis (ITF), representando a nova geração nas quadras. Por sinal, se seguir os conselhos da avó, o tenista ainda deve ir longe. “A pessoa que se apaixona, por qualquer coisa que seja, nunca deve existir. É preciso gostar daquilo que se faz.”
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