A duplicação da RSC-287 em Santa Cruz estará concluída até o dia 31 de agosto. No total, são seis quilômetros que serão liberados para o tráfego, contando com duplicação, vias marginais e de passeio, acessos, viadutos e passarelas. Os investimentos ficam na faixa de R$ 100 milhões. Os trabalhos, iniciados no começo de novembro do ano passado, são executados por 740 profissionais que atuam de forma direta na obra, além de envolver cerca de 4,3 mil de maneira indireta.
Os quase nove meses de atividades ininterruptas foram marcados por um grande volume de serviço, entre eles grandes intervenções, como os dois viadutos no entroncamento da RSC-287 com a BR-471, os desmontes de rochas nas imediações da Avenida Melvin Jones e a passagem inferior a cerca de 600 metros da saída da Avenida Independência.
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Nos desmontes de rochas, foram para o corpo de aterro mais de 55 mil metros cúbicos. Parte foi usada no aterro do viaduto, que “subiu” em 20 dias. A quantidade de material procedente das detonações de rochas equivale ao que seria necessário para a construção de dez quilômetros de rodovia.
O gerente de engenharia da Rota de Santa Maria, do Grupo Sacyr, concessionária administradora da RSC-287, Ramon Becker, explica que o projeto de duplicação iniciou-se em perímetro urbano justamente por serem locais mais complexos. “Eles exigem um nível de investimento muito mais alto do que o normal. O projeto aqui foi bem desenvolvido, bem ousado, e exigiu investimento. E a região exige isso, pois tem o seu perímetro urbano e industrial já bem delineado. Então, precisa de uma obra desse porte”, afirma.

Nesta fase final de obra, é feito acompanhamento semanal dos trabalhos e da evolução. A pavimentação já está na segunda camada, atingindo até 12 centímetros de espessura. Em seguida, as vias marginais serão finalizadas.
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Becker explica que para alcançar um pavimento com mais durabilidade, as camadas asfálticas são feitas por duas máquinas de forma simultânea, lado a lado, para que não ocorram emendas e consequentes pontos frágeis. Outros cuidados são considerados na execução, como a gestão da água na pista, incluindo a drenagem e o caimento adequados. Além disso, a espessura e a qualidade do asfalto são determinantes para a durabilidade, especialmente em rodovias de alto fluxo, onde o impacto do tráfego, incluindo o peso dos veículos, é significativo.
“Os dois principais fatores que comprometem a vida útil de uma rodovia são infiltração de água e excesso de carga. A infiltração é mitigada por meio de um sistema de drenagem eficiente e do correto caimento da pista. O controle do excesso de carga é realizado através de sistemas de pesagem e fiscalização”, salienta.
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Para garantir maior capacidade de suporte e vida útil superior em comparação com asfaltos convencionais, na pavimentação da RSC-287 está sendo usado asfalto modificado com polímero. “A incorporação de tecnologia na pavimentação, é essencial. Isso inclui desde a seleção do agregado até o processo de usinagem, para garantir a qualidade da mistura asfáltica.”
O asfalto, as vigas e demais estruturas necessárias são todos de fabricação própria da concessionária. A usina de produção de asfalto foi trazida pela Sacyr da Irlanda e está instalada em Vera Cruz. Sua capacidade de produção é de até 260 toneladas/hora, atendendo aos melhores requisitos de qualidade em nível internacional para usinagem de misturas asfálticas.
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Obras
Benefícios
O engenheiro da Rota de Santa Maria enfatiza que o maior benefício da duplicação da 287 será a segurança, tanto dos usuários como de moradores e empresários lindeiros. “Porque você passa a ter uma rodovia com separação do tráfego em sentidos opostos. Então, as colisões frontais, principalmente em perímetro urbano, deixam de acontecer. Até porque, de uma pista para outra, tem uma barreira rígida aqui separada.” Ramon Becker acrescenta que, com a melhora na fluidez, o tempo de viagem também diminuirá. Empresas nas margens igualmente passam a contar com melhores condições de fluidez e acessos.
Liberações
Nessa sexta-feira, 15, houve a liberação do acesso da BR-471 à RSC-287, no viaduto. Para a próxima semana, está programada a liberação do trânsito na saída da Avenida Independência para ingresso na RSC-287. Da mesma forma, já será possível acessar a via marginal que permitirá a saída de Santa Cruz, pela Avenida Independência, para ir a Sinimbu, realizando o tráfego por baixo da rodovia nas imediações do ”ferro-velho”, no Bairro Renascença. No local, é feita a finalização da pavimentação. “Estamos indo para a reta final. Até o fim de agosto a gente tem a liberação total, mas, semanalmente, nós vamos disponibilizar algumas liberações.”
Trabalhos iniciais e paralelos
Antes mesmo de a obra começar, diversas situações precisam ser avaliadas e resolvidas. Entre as ações da concessionária estão a gestão social e os cuidados com o meio ambiente. Cadastro de árvores e vegetações a serem suprimidas, presença de animais, desapropriações e remanejamentos de propriedades, de redes de energia, de abastecimento de água e esgoto. “Sem trabalhos iniciais, a obra não começa. Remanejamentos de interferência, desapropriações, tudo isso são coisas a que a gente precisa dar bastante atenção, porque do contrário a obra não começa. Então, tem um grande trabalho de bastidor e prévio à obra”, ressalta Becker.
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Viaduto
O viaduto do entroncamento da BR-471 com a RSC-287 deve mudar drasticamente o trânsito de quem vem de Santa Maria. Quem vai da RSC-287 rumo a Santa Maria segue livre. E quem vai para a BR-471 terá o acesso lateral e contorna por baixo do viaduto. “Ali teremos uma espécie de rotatória, que respeita os limites de largura e altura para caminhões. O principal benefício, especialmente para usuários da 287 e da 471, é não precisar mais ficar parado em fila, próximo de pista, ou tendo que cuidar muito para cruzar a rodovia”, afirma Becker.
Próximas obras
Após o término das obras na região urbana de Santa Cruz, as equipes serão deslocadas para Tabaí, onde a concessionária está concluindo a duplicação da travessia urbana. A frente de obras seguirá avançando no trecho entre Tabaí e Taquari.
Em seguida, a empresa pretende abrir novas frentes nos trechos que foram afetados pelas enchentes de 2024. O objetivo é fazer a reconstrução definitiva e a adaptação da rodovia para prevenção de novos danos em caso de enchentes extremas, especialmente nos seguintes locais: Vila Mariante (Venâncio Aires), Candelária e as pontes do Arroio Barriga, em Novo Cabrais, e Arroio Grande, em Santa Maria.
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“Esses quatro pontos são tratados de forma prioritária. São projetos extraordinários, pioneiros, porque tratam de resiliência climática dentro de obras rodoviárias”, explica o engenheiro. Em paralelo, a Rota avança com projetos para duplicações em duas novas frentes: de Santa Cruz a Venâncio Aires e de Santa Cruz a Vera Cruz, como continuidade das obras de duplicação previstas no contrato de concessão.



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