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ALEXANDRE GARCIA

É o agro, moço!

O PIB ficou acima da expectativa e o governo festejou como se tivesse sido o autor da façanha. O presidente, o vice e o ministro da Fazenda vibraram como se fossem os goleadores. E perderam uma excelente oportunidade de se aproximar do agro. Todos sabem que este governo não gosta do agro e que a recíproca é verdadeira. No ano passado, o presidente Lula chamou o agro de fascista, negacionista e mau-caráter. O agro respondeu com um crescimento de 15,1%, segundo o IBGE, garantindo o resultado de quase 3% de crescimento do PIB no seu primeiro ano de terceiro mandato. Seria a chance para o presidente ressaltar a contribuição do agro para as exportações, as divisas que permitem importar, a garantia alimentar dos brasileiros e o orgulho de ajudar a alimentar o planeta.

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Mas calou-se e manteve a porteira aberta do agro para Bolsonaro, que pessoalmente, nessa terça-feira, confraternizou com a importantíssima feira internacional Expodireto, na capital da agricultura de precisão, Não-me-Toque – um nome bem simbólico para o ex-presidente. Bolsonaro não pediu para Lula não ir a mais um evento marcante do agro. Foi o fígado de Lula que omitiu o elogio merecido a quem fertiliza a terra com seu suor e manteve a distância. Teria sido por fidelidade ao MST? O vice Alckmin, também ministro da Indústria e Comércio, amargou uma queda de 1,3% na indústria de transformação e um 0,5% negativo na construção, mas foi incapaz de ressaltar a importância do agro e sua agroindústria e o comércio exterior que ele gera, engordando nosso balanço de pagamentos. A grande festa do agro de precisão, moderníssimo, foi também uma festa para Bolsonaro e uma oportunidade perdida para o presidente atual.

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Por sua vez, o ministro da Fazenda falou como se tivessem sido os gastos públicos exagerados, que geraram déficit e aumentaram a dívida pública, os fatores que estimularam o PIB de 2,9%. Chegou a se vangloriar dos resultados da inflação, dentro da meta, omitindo que o responsável pelo esforço de proteger a moeda e o crédito ante um governo gastador é o Banco Central, felizmente autônomo – e bem dirigido por Roberto Campos Neto. A propósito, o ministro poderia agradecer a Campos Neto por ter garantido o bom nome do Brasil na preparatória do G20 em São Paulo, já que Haddad causou perplexidade entre os estrangeiros com a antiga cantilena esquerdista de taxar os super-ricos do mundo, a ponto de não sair comunicado final para não ficar evidente a desconsideração com a proposta brasileira.

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O governo deveria olhar com cuidado os números do ano passado: investimentos caíram de 17,7% do PIB para 16,5%, o que é preocupante, assim como a poupança diminuir de 15,8% do PIB para 15,4%. Mais preocupante ainda foi a falta de chuvas na safra 2023/24 no Centro-Oeste. A colheita da soja pode ficar 17% abaixo do previsto – uma quebra récorde –, com consequências no milho, embora a safra excepcional desse grão no Rio Grande do Sul. Soja e milho foram os principais autores dos 15,1% a mais do ano passado. O governo parece não saber que o Brasil se tornou, graças ao agro, o grande produtor da mais nobre energia do mundo: o combustível que move o corpo humano. Carnes, soja, milho, açúcar, sucos, café, frutas, além de álcool e algodão, que saem de grandes produtores que também são agricultores familiares. A ideologia gera incapacidade de reconhecer o mérito de quem entregou um PIB acima do esperado, a despeito do preconceito e da insegurança jurídica e fundiária.

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