Dentre os projetos, um chamava a atenção dos visitantes pela diversidade de itens expostos no espaço na Expoagro Afubra. O trabalho era de Sofia Schmidt e Jeferson Yuri Gottems, os dois com 15 anos, representantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rio Branco, de Santa Cruz do Sul. Eles levaram frutas, verduras e produtos coloniais para apresentação do projeto Produção de Pitaya e Rota Turística Recanto Saraiva.
Devido a Jeferson ter uma chácara com produção de pitayas, a dupla resolveu criar o projeto voltado para os benefícios da fruta e uma rota turística que mostra a diversidade da comunidade, desde a escola até a chácara. O passeio inclui a visita à plantação de pitayas, degustação do suco da fruta, passeio de carroça, banho de rio e uma visita a um salão antigo da região, onde são vendidos produtos feitos no local e ocorrem apresentações de danças e jogos típicos da cultura alemã.
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Jeferson explica que o projeto teve como um dos objetivos mostrar para as pessoas que não existe só a cultura do tabaco na região. “Principalmente por causa dos jovens, é para mostrar que o interior não vive apenas do tabaco”, afirma. A professora de Língua Portuguesa e orientadora do projeto, Márcia Denise Dias e Silva, também enfatizou o fortalecimento da economia local, já que a ideia é que os produtores façam uma associação para venderem seus produtos na finalização do passeio no salão histórico. A rota turística deve ser implementada ainda este ano.
A herança familiar em forma de fermentação para fazer pães e cucas
Um dos exemplos de projetos nascidos da herança familiar é o das alunas Sara Eduarda Jeggli e Luiza Fernanda Bernady, ambas de 15 anos, representantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Balduino Thomaz Brixner, de Arroio do Tigre. O trabalho Fermentação Natural: Resgate Cultural, Saúde e Bem-Estar traz a fermentação natural, que substitui o fermento biológico, comumente encontrado em supermercados e utilizados em pães e massas.

Sara explica que a fermentação natural é um resgate que ela e Luiza resolveram trazer dos seus avós, que antigamente só utilizavam essa técnica para produção de pães, pizzas e cucas, entre outros. O fermento criado pelas alunas conta com farinha, sal e água e leva até dez dias para estar ativo e pronto para fermentar as receitas. “As pessoas preferem o biológico, por ser mais prático, mas queremos apresentar o fermento natural, para incentivar a melhora na saúde”, destaca Sara.
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Quando não for utilizado, o fermento deve ser armazenado na geladeira e não tem prazo de validade. Luiza ressalta o objetivo do projeto em levar o conhecimento para a comunidade, para que possam optar pela alternativa que promove uma melhora no aroma, textura e sabor das produções. Ela também destaca o ganho familiar, já que para poderem realizar o trabalho, precisaram fazer pesquisas juntos de seus avós. “Ganhamos muito conhecimento porque buscamos por uma cultura que foi se perdendo, mas queremos resgatar”, comenta.
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