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ALEXANDRE GARCIA

Eleição e segurança

Por que Bolsonaro convidou embaixadores para ouvirem, na residência presidencial, um relato sobre questões domésticas da política brasileira? Porque – muitos embaixadores me dizem – a desinformação sobre o Brasil é muito grande, e fica melhor sem intermediários, ouvir da fonte primária. As narrativas, com repetição e sem contestação, viram verdade.

A maioria das notícias de depois do encontro confirmaram isso. Estavam lá mais de 100 embaixadores. Um deles me diz que sentiu falta de alguns asiáticos, que talvez não tenham entendido o convite. “Foi um encontro inusitado, de falar sobre política interna em plateia internacional. Mas, afinal, quem começou a internacionalizar o doméstico foi o próprio TSE”, observou. Depois que terminaram os 50 minutos de exposição de Bolsonaro, o presidente conversou amistosamente com os embaixadores. Poucos saíram logo depois de cumprimentá-lo. Alguns saíram 20 minutos depois, outros ficaram uma hora na conversa com o chefe de Estado.

Nos relatórios para as chancelarias, os embaixadores certamente relataram a conversa final e informal e resumiram a argumentação do presidente sobre a segurança das eleições. Eles querem saber agora quais serão as conclusões do inquérito da Polícia Federal sobre a invasão dos computadores do TSE. O Brasil é importante para 150 países que recebem nosso principal produto: o combustível para o corpo humano.

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Para os vizinhos, o Brasil é a potência sul-americana e o resultado da eleição – na prática entre dois candidatos – vai definir os próximos anos. Vão contar que o presidente reafirmou que quer eleição limpa e transparente, para que não haja contestação; que os militares foram convidados para a Comissão de Transparência do TSE, mas as sugestões de segurança deles, a fim de evitar outro hacker, não foram aceitas. “Ainda há tempo de adotar o que os militares da área cibernética sugeriram”, disse o presidente.

Os presidentes do Supremo e do TSE, convidados, justificaram que não poderiam ir por razões de isenção. Imagino que os ministros do Supremo que emitem opiniões no exterior consideram que a isenção do magistrado só vale dentro das fronteiras do Brasil. Fachin reafirmou, no mesmo dia, que o sistema é seguro, transparente e auditável. Mas não seria mais pacificador adotar o comprovante do voto digital acoplado a uma impressora? Por mais de uma vez foi lei aprovada no Congresso e foi usado em 2002, em Sergipe e Distrito Federal. O Supremo derrubou. Dilma vetou, derrubaram o veto.

E, recentemente, Barroso foi ao Congresso ajudar a derrubar de novo o projeto. Por quê? Não seria mais fácil ter o comprovante? Todos ficariam satisfeitos e confiantes. E por que não aceitar sugestões para mais segurança? Seria dividir com os militares da defesa cibernética a responsabilidade pela segurança da apuração.

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O eleitor, certamente, quer que o voto dado seja realmente computado para o escolhido. E a transparência precisa dar-lhe certeza disso. Afinal, eleição não é do TSE; é do povo, de onde emana todo poder. E a eleição é para decidir em mãos de quem ficará o poder político no Brasil. Imagino que os embaixadores observaram nos seus relatórios que o presidente, ao final, repetiu que eleição é questão de segurança nacional.

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