A Escola de Samba Embaixadores do Ritmo consagrou-se bicampeã do Carnaval de Rio Pardo. A agremiação já havia levado o título em 2024, na Cidade Histórica. A apuração ocorreu na tarde desta quarta-feira, 5, na sede da Prefeitura. Com o enredo Verde que cura, verde que embala e verde que dá samba!, a escola trouxe para a Avenida Gogóia uma apresentação voltada ao verde da natureza. A vice-campeã é a Candangos e em terceiro lugar ficou a Realeza da Vila.
Para escolher a escola campeã, os jurados levaram em consideração a bateria, samba-enredo, harmonia musical, tema enredo, fantasia, evolução, mestre-sala e porta-bandeira, alegorias e adereços e comissão de frente.
O presidente da agremiação, Lailton Ferreira, comemorou a vitória. “Uma comunidade que trabalha o ano inteiro, que quando é convocada aparece para trabalhar e trabalha forte. Parabenizamos as coirmãs pelo excelente desfile que fizeram. Queremos fortalecer o Carnaval de Rio Pardo.”
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Entre os blocos, o campeão foi o Rosário, que voltou para a Avenida do Samba em 2025 contando a Procissão de Iemanjá em Rio Pardo, que acontece há 37 anos. O tema foi “Pescador e marinheiro pedem proteção à Rainha do Mar”. O presidente Rodrigo Silva aproveitou para exaltar a vitória e convidar aos blocos para voltarem à avenida em 2026. Neste ano, apenas duas agremiações disputaram o título.

Veja os quesitos e notas:
- Fantasia
- Realeza da Vila – 9,7
- Candangos – 9,8
- Embaixadores do Ritmo – 10
- Evolução
- Realeza da Vila – 9,8
- Candangos – 10
- Embaixadores do Ritmo – 10
- Mestre sala e porta bandeira
- Realeza da Vila – 9,8
- Candangos – 10
- Embaixadores do Ritmo – 10
- Harmonia musical
- Realeza da Vila – 9,7
- Candangos – 10
- Embaixadores do Ritmo – 10
- Bateria
- Realeza da Vila – 9,8
- Candangos – 9,9
- Embaixadores do Ritmo – 9,9
- Samba-enredo
- Realeza da Vila – 9,8
- Candangos – 10
- Embaixadores do Ritmo – 10
- Tema enredo
- Realeza da Vila – 9,8
- Candangos – 10
- Embaixadores do Ritmo – 10
- Comissão de frente
- Realeza da Vila – 9,7
- Candangos – 10
- Embaixadores do Ritmo – 10
- Alegorias e adereços
- Realeza da Vila – 9,8
- Candangos – 9,7
- Embaixadores do Ritmo – 9,8
O que as escolas apresentaram:
O verde da natureza foi reverenciado pelos Embaixadores
No meio da madrugada de domingo, 2, a Escola de Samba Embaixadores chegou para marcar o fim dos desfiles. Em uma homenagem à natureza, os integrantes apresentaram o enredo Verde que cura, verde que embala e verde que dá samba!
A cor esteve em evidência no decorrer da apresentação, fantasias e na letra de sua canção: O verde é teu axé nesta avenida!/É a cor da minha vida!/Nas matas, onde corre a pajelança/Busquei sagradas folhas rituais./ Para renovar a minha fé.
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A apresentação narrou a jornada de Ossanha, o orixá guardião das folhas sagradas, para mostrar que, por meio da natureza, existe cura, esperança, imaginação e alegria. O verde demonstrou, por exemplo, as matas e ervas medicinais, capazes de tratar do corpo e da alma.
A cor ainda foi atrelada à sorte, pelo trevo de quatro folhas, assim como o mate, reverenciando a tradição gaúcha que une pessoas em torno da cuia. O lúdico também ganhou espaço na Gogóia. Até mesmo o personagem Incrível Hulk deu as caras, mostrando sua força bruta, além de dinossauros e dragões. Com o espetáculo, os Embaixadores mostraram como a cor faz parte da vida das pessoas em diferentes momentos.
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A fé ganhou evidência pela Candangos
Na esperança queremos crer/O intocável em qualquer prece/ Os Candangos vêm enaltecer. Que tudo posso na fé que me fortalece. Foi com esse hino que a escola Candangos chegou à Avenida Gogóia próximo da meia-noite. A chuva já havia dado uma trégua, para a alegria do público. Com o enredo Tudo posso na fé que me fortalece!, a Candangos celebrou as religiões e evidenciou a importância das crenças em nosso cotidiano.
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No decorrer do desfile, as alas mostraram a crença em diversas religiões pelo mundo. Desde a fé budista, taoísta e a hindu, presentes na Ásia e no Oriente Médio. Também mostraram como se manifesta por superstições, como, por exemplo, bater na madeira para evitar mau agouro. A crença em horóscopo e cartomantes também ganhou destaque, assim como a cultura dos ciganos.
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Os passistas celebraram as religiões de matriz africana presentes no Brasil, trazendo o povo de exu, enquanto o mestre-sala e a porta bandeira exibiram o búzio, umbanda e candomblé. A fé cristã também foi enaltecida, nas alas Água Benta e O Pão e o Vinho que alimentam minha fé. Na última alegoria apresentaram Deus e Oxalá (Jesus Cristo), unindo as principais religiões do Brasil sem distinção.
Realeza da Vila alertou para as consequências das ações humanas
Com o enredo A Terra entre fogo e água para renascer em uma nova era, a Realeza da Vila abriu o desfile na Avenida Gogóia e mostrou que o Carnaval não se limita apenas à festa, mas serve para trazer uma mensagem de conscientização. Relataram como a humanidade, criada à semelhança de Deus, desequilibrou a harmonia do paraíso com a sua ganância, levando-a à destruição dos recursos naturais, que hoje são apontados como causas para situações que afetam a sociedade e têm impactos na economia.
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A consequência disso, conforme a trama do espetáculo, foram as mudanças climáticas e os desastres naturais, tais como enchentes e queimadas, representadas nos trajes da bateria. Já as musas da harmonia desfilaram fantasiadas com o Toque de Midas: um perfil da ganância.
A apresentação da Realeza da Vila foi abaixo de chuva. No entanto, o grupo encarou o desafio e animou os foliões. Encerraram com o carro alegórico que continha a mensagem “O futuro está nas nossas mãos”. O intuito é de fazer com que a humanidade se conecte novamente com a natureza, preservando o que está intacto e restaurando o que foi destruído.