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Entenda o que pedem os agricultores que promoveram tratoraço em Vera Cruz

Foto: Rodrigo Assmann

Cerca de cem veículos, entre tratores e caminhões, realizaram uma carreata pelas ruas de Vera Cruz durante a tarde dessa terça-feira, 10

Uma mobilização pelas ruas de Vera Cruz reuniu agricultores e apoiadores na tarde dessa terça-feira, 10, e reforçou a busca pela securitização e prazo maior de pagamento das dívidas agrícolas, além de juros mais baixos. O ato é semelhante ao que vem sendo realizado em outras cidades gaúchas e demonstra a preocupação da categoria para seguir na atividade. 

O tratoraço teve início na RSC-287 e se estendeu até o centro da cidade. No percurso, os participantes exibiam cartazes e bandeiras do Rio Grande do Sul e se manifestavam por meio de buzinaços. O movimento chegou a paralisar o trânsito na rodovia por cerca de meia hora. Enquanto isso, os manifestantes saíram do ponto onde estão concentrados há mais de duas semanas, nas proximidades da empresa Kopp, e seguiram até a área central da cidade. 

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Nas ruas, de forma pacífica e sem interromper o trânsito, o ato passou por bancos e estabelecimentos comerciais. Ao final, alguns participantes retornaram ao ponto de concentração na RSC-287, onde permanecem acampados. Há a expectativa de uma mobilização estadual na sexta-feira, 13, e também na próxima terça, 17.

Fortalecimento da causa

Produtor rural que participa da mobilização desde o início, Silas Petry pediu mais apoio para a categoria. “É lamentável termos que vir fazer manifestação, causar transtornos para pessoas da comunidade, quando as nossas entidades representativas e políticas não estão tendo a força suficiente para alcançar o que precisamos.” 

Segundo ele, o ato teve como objetivo chamar atenção para o pleito dos agricultores. Acrescentou que se a securitização não acontecer, produtores estão fadados ao encerramento das atividades. “Recentemente, saiu uma resolução que atende uma minoria de produtores. É algo que nos frustra ainda mais, porque não tem como darmos continuidade na atividade rural se a securitização não acontecer.”

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Produtores de soja e arroz, Joana Claudia Wink Sehnem e Márcio Ricardo Sehnem contam que tiveram muitos prejuízos com secas e a enchente nos últimos anos. Joana explica que a luta pelo reconhecimento das dívidas e prazos é para assegurar sequência na atividade no campo. “Estamos vindo de quatro anos bem críticos, e as dívidas permanecem e aumentam, os bancos cobram. E não tem como ficar devendo, porque tu não vai ter recurso para a próxima safra”, diz. “Chega um ponto em que os agricultores não têm mais de onde tirar o recurso. Muitas instituições financeiras não fornecem mais. A securitização é a esperança para seguir no campo, plantando e produzindo alimento.”

Para entender

As manifestações dos produtores rurais gaúchos tiveram início na primeira semana de maio. Desde então, atos com bloqueios de rodovias foram realizados em diferentes partes do Estado. Na região, as maiores mobilizações ocorreram em Pantano Grande, Venâncio Aires e Candelária. Em Vera Cruz, há um acampamento às margens da RSC-287, de onde partiu o tratoraço dessa terça-feira. 

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Na pauta de reivindicações está a securitização das dívidas. Um projeto do senador Luiz Carlos Heinze (PP), já aprovado na Comissão de Agricultura do Senado, minimiza perdas de produtores afetados por tragédias climáticas, ao permitir securitizar as dívidas. A securitização possibilita que agricultores utilizem suas dívidas como um produto financeiro. Assim, podem antecipar o recebimento de recursos para financiar projetos.

O projeto autoriza a medida para operações de crédito rural contratadas até 30 de junho de 2025 e referentes a custeio, investimento e comercialização de produtores rurais, cooperativas agropecuárias e agroindústrias. Os empreendimentos devem estar localizados em municípios que decretaram situação de emergência ou calamidade pública, reconhecida pelo governo federal, ou tenham sofrido perdas comprovadas por laudo técnico agronômico, emitido por profissional habilitado, a partir de 2021.

Conforme o texto, a securitização consistirá na conversão das dívidas elegíveis em títulos lastreados pelo Tesouro Nacional, com condições especiais de pagamento e venda no mercado financeiro. Haverá, por exemplo, prazos alongados e juros diferenciados, com amortização das dívidas em até 20 anos, com dois de carência e taxas anuais variáveis de 1% a 3%, conforme o porte dos produtores. Para tanto, o Tesouro poderá emitir títulos até o montante de R$ 60 bilhões. Haverá ainda benefícios adicionais para produtores rurais que fizerem os pagamentos em dia. (Com informações da Agência Senado)

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