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Entenda por que o preço da carne bovina não para de subir

Foto: Rodrigo Assmann

Menor oferta de gado resultou em alta nos valores no primeiro trimestre do ano

O preço da carne bovina registrou alta no Estado no primeiro trimestre deste ano. É o que aponta um levantamento do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) ao analisar dez cortes.

A costela, por exemplo, chegou a R$ 43,00 e atingiu 10,3% de elevação no comparativo entre a primeira semana de janeiro e a última semana de março. Conforme o estudo do Nespro, no fim de março do ano passado o valor médio era de R$ 23,10. Com isso, o incremento foi de 86,1%. Mais nobres, maminha e entrecot tiveram alta de 7,5% no trimestre. Já a picanha e o filé mignon subiram menos: 1,1% e 1,4%, respectivamente.

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De acordo com o economista-chefe do sistema Farsul, Antônio da Luz, o atual preço da carne bovina é reflexo da escassez de gado no Brasil. Segundo ele, o setor acumula três anos seguidos de prejuízos, o que forçou a redução na produção. “A recuperação do rebanho leva tempo. A pecuária é uma atividade de ciclo longo”, destaca.

Outro fator na conjuntura é a entressafra. “A partir de agosto, vamos ter a safra dos bovinos de corte e os preços vão se estabilizar”, complementou.

Conforme o presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Vales do Taquari e Rio Pardo (Sindigêneros), Celso Müller, o valor da carne bovina subiu há 30 dias e agora se estabilizou. Para ele, a tendência é de alta. “Está faltando carne e estamos abastecendo São Paulo. O consumo se encontra estável. O gaúcho consome muita carne. Mas o preço se mantém alto pela falta de oferta”, avalia.

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Já segundo Vianei Villa, da Casa de Carnes Villa, o preço aumentou até a janeiro e depois se manteve estável, com pequenas oscilações em determinados cortes. “O consumo reduziu também por conta das prioridades. A renda das famílias diminuiu na pandemia e o gasto com carnes ficou menor”, destaca.

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A estiagem no período de engorda, principalmente no ano passado, prejudicou os produtores. O rebanho gaúcho diminuiu pela queda consecutiva nos preços. Com isso, muitas áreas de pastagens cederam espaços para lavouras de soja e arroz.

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A redução na oferta de gado para abate é verificada também em outras regiões do Brasil. Com isso, o volume de carne que chega ao território gaúcho diminuiu. Como reflexo, o preço da arroba do boi gordo no mercado de São Paulo ultrapassou a barreira dos R$ 300,00 neste ano, um recorde histórico. No Rio Grande do Sul, a cotação do quilo vivo se mantém acima dos R$ 9,00, maior patamar já atingido.

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