Um dos projetos previstos pela gestão de Helena Hermany (PP) para o Centro de Santa Cruz do Sul, a construção de uma Rua Coberta na Rua Borges de Medeiros, não sairá mais do papel. Neste ano, a ideia foi reavaliada pelo atual governo de Sérgio Moraes (PL), que chegou à decisão de encerrar a licitação vigente e cancelar a obra. A estrutura, também conhecida como Passeio da Borges, seria erguida na quadra entre as ruas Marechal Floriano e Marechal Deodoro.
O secretário de Planejamento e Mobilidade Urbana, Vanir Ramos de Azevedo, foi enfático ao falar sobre a obra: “a Rua Coberta não existe mais. Acabou. Isso não vai ser feito.” Segundo o titular da pasta, a empresa que estaria responsável pela execução do projeto já foi comunicada da decisão.
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Azevedo explica que a demanda pelo cancelamento da Rua Coberta partiu dos próprios comerciantes daquela região, que concentra grande número de lojas, bares e restaurantes. “Foi um projeto que eles tomaram conhecimento pela imprensa. Não sabiam, não foram favoráveis e não sabiam as consequências que isso iria trazer”, explicou. Também chegou à secretaria um abaixo-assinado contrário à ideia.
A questão também foi levada pelos comerciantes ao Ministério Público, que chegou a abrir um inquérito. Após a decisão da Prefeitura de não seguir adiante com a obra, o procedimento foi encerrado.
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Entenda como era o projeto
Anunciada em setembro de 2022, inicialmente prevista para ter começado ainda no primeiro semestre de 2023, a Rua Coberta pretendia tornar a quadra da Borges de Medeiros em um ponto turístico de Santa Cruz do Sul, aos moldes do que já é feito em outros municípios, tendo em Gramado o seu exemplo mais famoso. No entanto, desde o início o projeto dividiu opiniões.
Com investimento de R$ 3,5 milhões, o Passeio da Borges teria 126 metros de extensão, fazendo conexão com o Calçadão da Marechal Floriano. A estrutura incluiria um amplo espaço de calçada, com mesas, cadeiras, áreas de lazer e espaço kids. A mudança também impactaria no trânsito, com a passagem de veículos permitida apenas de segunda a sexta-feira, em uma pista, com velocidade máxima de 20 quilômetros por hora.
Um ano depois, o projeto passou por modificações, prevendo que apenas um trecho da rua teria cobertura. Helena Hermany havia explicado que o motivo foram as questões relativas às árvores, uma vez que o formato anterior dificultaria sua conservação e limpeza.
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Devido aos ajustes no projeto, a definição empresa responsável pela execução da obra foi sendo postergada. Nas duas primeiras licitações realizadas houve apenas uma proposta recebida, acabando desclassificada em ambos os casos após a análise dos documentos. Um terceiro processo foi aberto em agosto de 2024, mas acabou suspenso pela necessidade de ajustes na tabela financeira da obra. A última concorrência eletrônica acabou ficando marcada para novembro.
Colaborou Ricardo Gais
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