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Entrevista exclusiva: “Em breve a gente vai estar junto”, diz Thiago Lacerda

Thiago Lacerda virá a Santa Cruz no final de outubro para ser homenageado no festival | Foto: Aderi Costa/Divulgação

Enquanto Santa Cruz do Sul curte o segundo final de semana da 38ª Oktoberfest, com inúmeras atrações artísticas no parque, uma parcela da comunidade também já mira com ansiedade a última semana de outubro. Nela, entre os dias 24, terça-feira, e 27, sexta-feira, acontecerá o 6º Festival Santa Cruz de Cinema.

Se atualmente a Oktoberfest atrai atenções e visitantes de todas as regiões brasileiras, mal a Festa da Alegria terá se encerrado e já será a vez de astros do cinema nacional chegarem à cidade. Entre eles, o ator Thiago Lacerda, que receberá o Troféu Tuio Becker nesta edição.

E é justamente em meio à expectativa para sua vinda a Santa Cruz, dentro de pouco mais de duas semanas, que Thiago Lacerda concedeu entrevista exclusiva à Gazeta do Sul. A conversa, por WhatsApp, ocorreu há alguns dias, e o bate-papo pode ser conferido abaixo. Na entrevista, ele refere justamente a sua forte relação com o Rio Grande do Sul e com colegas do audiovisual no Estado. O que inclui, por exemplo, trabalho realizado em parceria com o diretor Diego Müller, que morou por muitos anos em Santa Cruz (e inclusive integrou a equipe da Gazeta do Sul).

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Para Lacerda, de 45 anos, a homenagem que receberá em Santa Cruz do Sul é mais um elemento a reforçar os laços de estima que mantém já há muitos anos com o Rio Grande do Sul, ele que é carinhosamente chamado, nos círculos artísticos, de “quase gaúcho”. Essa alcunha tem várias razões de ser. Nascido no Rio de Janeiro (capital) em 19 de janeiro de 1978, estreitou, e muito, seus laços com o Rio Grande em 2002, quando estrelou o filme A Paixão de Jacobina, inspirado no romance Videiras de Cristal, do escritor porto-alegrense Luiz Antonio de Assis Brasil, ao lado de Letícia Spiller.

E no ano seguinte fez o destacado papel de Giuseppe Garibaldi na minissérie A Casa das Sete Mulheres, por sua vez adaptação do romance homônimo da escritora porto-alegrense Letícia Wierzchowski. Durante as gravações, mais uma vez reforçou seus vínculos com os gaúchos, uma vez que as filmagens ocorreram em diferentes regiões do interior do Estado.

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Para completar essa imersão no ambiente social, cultural e histórico dos gaúchos, dez anos depois, em 2013, há exatamente uma década, foi ninguém menos do que o Capitão Rodrigo Cambará no longa O Tempo e o Vento, adaptação da obra-prima do gaúcho Erico Verissimo.

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Discrição na vida em família e muitas premiações

Para Thiago Lacerda, já são mais de duas décadas de convívio e de imersão nos temas históricos, nos hábitos, nos costumes e nas tradições dos gaúchos, como ressaltou na entrevista à Gazeta do Sul. Nesse mesmo tempo, dedica-se a sua família: desde 2001 é casado com a atriz Vanessa Lóes (igualmente carioca), de 51 anos, e com ela tem os filhs Gael, Cora e Pilar.

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Vanessa também esteve em O Tempo e o Vento, no papel de Maria Valéria Terra. E na TV ela fez grande número de novelas, até a mais recente, Amor Perfeito, em 2023. Uma característica de Thiago (e, naturalmente, da rotina em casal) é a discrição, desviando-se sempre ao máximo dos fuxicos e da superexposição em redes sociais, aspecto que hoje marca o universo artístico em geral.

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Além da presença constante e relevante na televisão, em dezenas de novelas, e no cinema, tem apreço pelos palcos. Tem no currículo papéis marcantes, como os de Macbeth, Angelo e Hamlet, em adaptações de peças de Shakespeare. E em duas ocasiões representou Jesus: em Paixão de Cristo, sua estreia no teatro, em 2000, e em O Evangelho Segundo Jesus Cristo, adaptação de romance do escritor português José Saramago. E sempre contracenando com expoentes.

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Por suas interpretações, foi diversas vezes premiado e reconhecido por seu talento e virtuosismo. A esse conjunto de destaques agora será acrescida a homenagem especial que virá receber em Santa Cruz do Sul, com o Troféu Tuio Becker.

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Sempre sob os holofotes

O ator acaba de cumprir sua participação na novela Amor Perfeito, na Globo, cujo último capítulo foi ao ar no dia 22 de setembro. Escrita por Duca Rachid e Júlio Fischer (com a coautoria de Elísio Lopes Jr), e inspirada no romance Marcelino Pão e Vinho, do espanhol José María Sánchez Silva, teve a direção artística de André Câmara. Thiago fez o papel de Gaspar Evaristo e contracenou com Camila Queiroz, Diogo Almeida, Mariana Ximenes, Daniel Rangel, Paulo Betti, Zezé Polessa, Juliana Alves e Tonico Pereira, entre outros.

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No cinema, atuou no longa Além de Nós, dirigido por Rogério Rodrigues. Essa produção, que estreou comercialmente em março, foi inspirada na trilogia de livros do Gaúcho a Pé, escritos por Cyro Martins. É um road-movie de certo modo inspirado em obras como Paris, Texas e Thelma & Louise. Parte da campanha gaúcha (o fictício vilarejo de Dos Passos, situado na área rural de Bagé) e vai rumo ao Rio de Janeiro. No enredo, um jovem peão de fazenda, Leo (Miguel Coelho), encontra uma carta e uma foto e decide realizar o último desejo do pai, cuja morte testemunhou. Para isso, embarca em viagem com seu tio Artur (Lacerda), até o Rio.

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Entrevista

Magazine – Ao longo de tua trajetória como ator, como tem sido a tua relação com o Rio Grande do Sul?
Thiago Lacerda –
A minha história com o Rio Grande do Sul coincide um pouco com o início da minha carreira. Eu comecei a vir fazer alguns trabalhos no Rio Grande, fui criando relações, fazendo amigos e, à medida que eu fazia esses amigos, voltava ao Estado. Então comecei a trabalhar com cinema e TV aqui no Estado. Meu primeiro trabalho foi A Paixão de Jacobina, filme que a gente fez com o Fábio Barreto, e a partir daí a relação foi se estreitando cada vez mais.
Logo veio A Casa das Sete Mulheres, e minha frequência, minhas amizades e afetos foram aumentando. Até que O Tempo e o Vento, em 2012, veio meio que sacramentar essa relação, de forma definitiva. Hoje eu sigo bastante para o Estado, me vejo bastante aí, e tem sido uma trajetória de muito carinho, de muito acolhimento e respeito recíproco. Gosto muito dessa relação que criei com essa mitologia do Estado, com as histórias que habitam a região Sul. E tudo isso me dá muito prazer.

Já te chamaram de “quase gaúcho”. Te sentes assim?
Pois é, essa coisa de “quase gaúcho” é uma piada já entre a turma. E é muito engraçado, porque por onde eu passo as pessoas me tratam um pouco como sendo desse lugar, como mais um que chega, mais um agregado entre eles. A minha afinidade se deu eu acho que a partir dessa frequência, e das relações que fui criando a partir do meu trabalho, e eventualmente até das relações pessoais. Mas acho que à medida isso foi acontecendo eu fui frequentando mais o Estado, adquirindo alguns hábitos, entre eles o chimarrão, a coisa do assado, da reunião das pessoas em torno do assado, em torno do fogo. São tradições, costumes e práticas que eu adquiri, com minhas idas e com essas relações de amizade que construí.

Quais as regiões ou paisagens gaúchas que mais se firmaram no teu imaginário e de que mais gostas?
O Estado é cheio de lugares incríveis. Eu acabei passando mais pela Fronteira mesmo, pelo Pampa, pela região da Campanha, mas conheço a Serra, conheço os Cânions… Falta ainda conhecer as Missões, em breve. Mas o Estado é cheio de lugares lindos, mesmo a Lagoa dos Patos, toda a região ali, eu gosto muito.

Quais foram os trabalhos mais recentes de que participaste aqui no Rio Grande do Sul?
Recentemente fiz no Rio Grande do Sul o Além de Nós, um longa; e fiz um curta chamado Cinderela do Bonfim, com meu amigo Diego Müller, e um longa também, com Lucas Silva, Coexistência, que deve estrear ainda. É um filme do Thiago Wodarski e do Lucas Cassales.

E, nas relações com o Estado, o que representa receber essa homenagem do Festival Santa Cruz de Cinema?
Toda homenagem é um carinho lindo, né? É muito bem-vindo. Fico muito lisonjeado, muito feliz, em poder estar aí com vocês pessoalmente, para a gente se conectar, em torno dessa lembrança.

Já tinhas referências anteriores a esse festival?
Eu já tinha ouvido falar do festival, sim, mas estou curioso. Em breve a gente vai estar junto, e eu torço para que o Festival Santa Cruz de Cinema se estabeleça, ganhe raízes e alimente essa festa, essa celebração em torno dessa indústria tão potente e da ideia da arte do cinema. Daqui a pouco a gente está junto aí.

Estás envolvido em projeto em cinema no momento?
Não, por acaso agora não. A gente teve alguns convites e as coisas caminharam de outra forma… Mas não há nada em cinema nesse momento. A não ser um projeto pessoal: de no futuro, talvez no ano que vem, estar trabalhando num que vai ser minha primeira direção. Então, tem uma história para vir, provavelmente no ano que vem, se tudo caminhar bem.

E como foi a experiência na novela “Amor Perfeito”?
A novela a gente concluiu há pouco. Foi uma delícia fazer, um trabalho divertido, entre pessoas que eu admiro, o Paulo Guedes, a Zezé Polessa… ´Foi uma história que fez um sucesso grande junto ao público da TV. A maneira como esse público recebeu essa novela, bem-contada… Uma tentativa um pouco de resgatar um clássico do horário, uma novela carismática, alegre, solar, colorida, e me trouxe essa oportunidade de um processo diferente do que sempre estive acostumado a fazer na televisão.
Foi um convite bastante em cima da hora, e exigiu uma certa dose de improvisação. Assim, acabei admitindo isso para a minha forma de lidar com o personagem, tentei trazer um pouco dessa circunstância de emergências, de mistério, de um certo não saber desse personagem. Cada trabalho tem uma oportunidade: se você encarar isso de maneira diferente, acho divertido. De modo que a novela foi um sucesso. Isso é ótimo; quando vai bem, é uma delícia. Então, tudo certo, mais um sucesso da TV, eu acho.

Tens outros projetos na agenda para TV?
Não, nenhum projeto previsto para TV. A princípio essa novela encerra um ciclo importante, e em breve eu volto e a gente faz alguma outra coisa. Mas por ora nada.

Serviço

  • O quê: 6º Festival Santa Cruz de Cinema
  • Quando: de 24 a 27 de outubro
  • Onde: auditório central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc)
  • Para conferir: entrada gratuita
  • Programação: além da Mostra Competitiva Nacional, com 18 selecionados, ocorre a Mostra Olhares Daqui, com três selecionados.
  • Destaque: a edição de 2023 alcançou o recorde de inscrições de curtas-metragens, com 695 obras de diversos estados brasileiros, sendo São Paulo o com mais representantes, num total de 172.
  • Realização: Sesc/RS, Unisc e Pé de Coelho Filmes. O evento possui Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, com patrocínio de JTI, Prefeitura de Santa Cruz do Sul e Corsan; apoio institucional da Locadora Filmes do Bem e da Gazeta Grupo de Comunicações.

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