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ROMEU NEUMANN

Eram só cinco minutos!

Pergunte a um morador de Santa Cruz do Sul o que pensa sobre esta terra e ouvirá diferentes conceitos, a maioria elogiosos, quero crer. É uma cidade organizada, bem cuidada, arborizada, alguém dirá. Tem oportunidade de trabalho, ampla rede pública e privada de serviços, boa estrutura de saúde, escolas e ensino superior de qualidade, definirão outros. Ah, e segurança, é importante lembrar.

Tudo isso e outras tantas percepções convergem para um único conceito: aqui (ainda) se tem qualidade de vida. Digo isso com orgulho, sim, porque de fato temos razões para nos encantarmos com a cidade que nos acolhe e que não cansa de querer crescer, se expandir, se reinventar. Mas há, também, indisfarçáveis razões para nos preocuparmos, justamente em nome do que tanto prezamos: nossa qualidade de vida.

É só prestar atenção ao que se passa todos os dias em nossas ruas, avenidas e acessos entupidos de carros, pessoas disputando cada palmo para chegar antes, achar um espaço para estacionar, se arriscar e colocar em risco os outros sob sinal vermelho na travessia de um cruzamento.

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Mais do que carros, SUVs e caminhonetes imponentes, o que se vê desfilar pelas ruas é stress e tensão. Coisas que não combinam com qualidade de vida, vamos concordar.

Tomo por parâmetro a minha situação, que não deve ser muito diferente do contexto de tantas outras famílias. Resido no mesmo endereço há mais de 40 anos. De início me vangloriava: moro a cinco minutos do Centro. Os anos passaram, a cidade cresceu e o percurso se estendeu a dez minutos. Hoje já me programo para 15 minutos se tenho hora marcada ou 30 se for um pouco mais distante, até porque certamente só vou achar uma vaga para estacionar alguns quarteirões adiante.

A distância é a mesma e já nem importa. O que conta é a fluidez do trânsito, a mobilidade. E isso é uma questão, acima de tudo, de planejamento. Se hoje vias públicas como a Coronel Oscar Jost em quase toda a sua extensão, mas sobretudo no entroncamento com o Acesso Grasel, a Gaspar Silveira Martins, a Thomaz Flores, a Juca Werlang e todo o complexo viário que interliga o sul ao centro da cidade, apesar do recém-inaugurado viaduto, já dão sinais de esgotamento, o que será daqui a dez anos?

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E por falar em planejamento, soa intrigante o anúncio de um novo acesso pavimentado que corta o Cinturão Verde e liga o alto da cidade, lado Norte, ao já congestionado Acesso Grasel. Certamente alguém terá feito um estudo de impacto ambiental, engenharia de trânsito e coisas mais, até porque se trata de área de preservação. Eu desconheço qualquer laudo ou iniciativa nesse sentido. Não parece estranho que um (assim definido) novo acesso à cidade surja de hora para outra, sem discussão, com aval sabe-se lá de quem? Dos órgãos ambientais? Do Ministério Público? Do Poder Municipal?

Planejamento é algo mais complexo que construir atalhos. Não é encurtar distâncias. É abrir horizontes para o futuro.

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