“De ameaças a facadas, já são 1,5 mil casos de violência na escola em 2025 no Estado”. A manchete, estampada em jornais de ontem, revela o cenário dantesco em que se transformou um dos espaços que deveria ser sagrado, protegido e intocável.
Há uma série de motivos que transformaram a escola em um lugar insalubre, inseguro e perigoso. Quem pensa que as ocorrências policiais envolvendo professores, funcionários, alunos e pais/responsáveis são registradas em escolas públicas e bairros populares, está enganado.
A violência que grassa em todos os segmentos da vida não poupou o lugar onde se deveria aprender direitos, deveres, valores e princípios. O principal deles, sem dúvida, é o respeito ao professor. Ele é a figura que encarna – ou deveria encarnar – a autoridade materna e paterna.
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Infelizmente a omissão de muitos pais e responsáveis é combustível para exacerbar o ambiente escolar. Falta participação daqueles que deveriam zelar pela formação dos filhos, através da participação efetiva na rotina, como conferir a agenda, atualizar-se do cotidiano, conhecer o nome dos melhores amigos e colegas.
A correria do dia a dia é desculpa surrada para terceirizar responsabilidades. As agressões sofridas por professores são inadmissíveis. Soa injusto comparar épocas, mas nesse assunto considero relevante. Sou do tempo em que professores eram chamados por “senhor” e “senhora”, tratamento que usei a vida toda com meus pais.
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A autoridade docente era inegociável. O respeito era premissa básica dentro da sala de aula e no pátio. Mesmo na adolescência, onde a revolta é marca registrada, sempre refreei meus instintos de “responder no ato” e esbravejar. Sabia que, ao chegar em casa, as consequências seriam desagradáveis para mim. Seria proibido de sair com os amigos, jogar futebol, ir ao cinema, ver tevê e seria obrigado a ficar confiado ao meu quarto.
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Passamos de um extremo ao outro. Como dizia meu pai, o velho Giba, “o bom senso nunca está nos extremos, está no equilíbrio”. À época de estudante – do primário, segundo grau e de “admissão ao ginásio” –, era preciso conter a vontade de contestar o professor, a qualquer custo.
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Hoje, época de liberdade plena e muitos direitos e poucos deveres, alunos se acham no direito de transgredir qualquer parâmetro de respeito, educação e hierarquia. Sem isso, o caos se instala, a violência vem a seguir e as ocorrências – inclusive fatais – não surpreendem.
Crimes cometidos dentro do ambiente escolar pareciam distantes de nós, promovidos por lunáticos mundo afora, longe da nossa realidade. Hoje, como mostram as manchetes e estatísticas, são a triste consequência de reiteradas omissões, comodismo e falta de responsabilidade.
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