Inaugurado há exatamente um ano, o Escritório de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, localizado junto ao Centro de Referência da Pessoa Idosa, registra números que servem de alerta. Com uma população de 25.780 pessoas a partir de 65 anos ou mais, conforme o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Cruz do Sul tem estruturada uma rede de suporte e assistência ao público a partir dessa faixa etária.

Desde a implantação do serviço, 773 casos foram atendidos. Destes, 360 correspondem a 2024. Até o último dia 30, foram 413 registros. Com relação às denúncias de violência, houve 58 só neste ano. Destas, 28 aconteceram em janeiro, 20 em fevereiro, nove em março e uma em abril. No período, também foram apontadas 365 violações de direitos da pessoa idosa.

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Além disso, as equipes do escritório atenderam sete denúncias e duas violações envolvendo cidadãos entre 65 e 69 anos. Outras 16 denúncias e nove violações foram relacionadas a indivíduos na faixa de 70 a 74 anos. Ainda houve quatro denúncias e seis violações envolvendo pessoas de 75 a 79 anos.

A assistente social Anelise Aprato salienta que muitos indivíduos sofrem violência física e verbal e exploração financeira que causam problemas emocionais. “As maiores vulnerabilidades do idoso são abandono, negligência, maus-tratos e exploração financeira. Existe a questão afetiva, em que ele sente falta de seus familiares, que não querem cuidar, sendo casos bem delicados.” Ela observa ainda que há registros na área urbana de Santa Cruz do Sul.

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A educadora social e presidente do Conselho Municipal do Idoso, Priscila Froemming, lembra que o escritório surgiu com o objetivo de ser referência para informações à população. “Os idosos iam ao Centro de Referência e, muitas vezes, necessitavam apenas de uma orientação para questões administrativas e de documentação. O escritório surgiu para ser uma porta de entrada, onde ele pode colocar as suas demandas”, explica.

Sobre os casos atendidos, Priscila afirma que predominam conflitos familiares com aspectos jurídicos. “Muitos têm dúvidas em torno de questões envolvendo familiares e buscam informações sobre a garantia dos seus direitos.”

Núbia Bruch, subsecretária de Desenvolvimento Social e Inclusão, ressalta a importância do trabalho que vem sendo desenvolvido pela rede de apoio para auxiliar na resolução de cada caso. Ela é formada pelo Escritório de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa em conjunto com o Conselho Municipal do Idoso, Secretaria de Desenvolvimento Social e Inclusão, Coordenadoria da Mulher, Ministério Público, Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e Patrulha Maria da Penha da Brigada Militar. “O fortalecimento da rede está sendo importante. O trabalhando em harmonia traz ótimos resultados para a proteção dos idosos”, diz Núbia.

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A coordenadora da Mulher, Júlia Rambo, orienta que as pessoas que flagrarem situações irregulares façam denúncias pelo Disque 100. “Em caso de violência física, encaminhamos à Polícia Civil e ao Ministério Público para que investiguem, e trocamos informações por intermédio da rede de proteção. Os casos são analisados com sigilo absoluto, visando a proteção das vítimas e denunciados.”

Como denunciar

O Escritório de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa funciona junto ao Centro de Referência da Pessoa Idosa, na Rua Tenente Coronel Brito, 425. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 12 horas e das 13 às 15 horas. O telefone é o (51) 2109-9342.

Além disso, o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa atua na defesa dos direitos dos idosos. Denúncias também podem ser feitas por meio do Disque 100.

Os números

• 773 atendimentos envolvendo idosos em um ano
• 360 atendimentos em 2024
• 413 atendimentos em 2025 (até o dia 30 de maio)
• 58 casos de violência contra o idoso em 2025
• 365 casos de violação dos direitos da pessoa idosa em 2025

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